Mais da metade dos acidentes de trânsito em Curitiba envolvem motociclistas
O mais preocupante é que 19 pessoas morreram, sendo que no mesmo período de 2020 foram oito mortes em acidentes de trânsito com motociclistas.
Um levantamento feito pelo Batalhão de Polícia de Trânsito – BPTran sobre o envolvimento de motociclistas em acidentes neste primeiro semestre em Curitiba identificou que dos 2.267 ocorridos, 1.206 tiveram envolvimento direto de motos, cerca de 53,2% dos casos, o equivalente a 2,02% a mais que no mesmo período do ano passado que totalizou 1.136 registros.
O mais preocupante é o número de óbitos: 19 pessoas morreram, sendo que no mesmo período de 2020 oito pessoas perderam a vida, um aumento de 162,5%.
De acordo com a tenente Jaqueline Mayra Tonelli, porta-voz da Polícia Militar, com base num levantamento do Departamento de Trânsito do Estado do Paraná (Detran/PR), a estimativa é que existem 164.128 motocicletas e motonetas em circulação na Capital, cerca de 11,05% de toda a frota da cidade, que já é de 1.485.557.
No entanto, esse pequeno grupo foi responsável por 65,8% de todos os acidentes com vítimas nos primeiros seis meses deste ano.
“Notamos uma maior circulação de motos nas vias devido ao aumento dos serviços de delivery durante a pandemia. É uma hipótese de explicação. E os dados são preocupantes. Nos alertam para intensificarmos operações e fiscalizações para prevenir acidentes, mas é algo que também deve pautar a discussão com a sociedade”, considera.
Perfil dos condutores
O estudo revela, ainda, que o público masculino, com idade entre 18 e 40 anos, é o que mais se envolve em acidentes graves e com morte. Doze das 19 mortes estão relacionadas à esta faixa etária, assim como 633 dos 934 feridos.
“Ainda temos que trabalhar muito com a questão da educação no trânsito. Temos dados ainda muito alarmantes e que demandam o envolvimento maior não só do poder público, mas também da sociedade como um todo. Dessa forma, evitaremos que mais vidas se percam no trânsito”, ressalta Tonelli.
Comportamento responsável
As recomendações de segurança para evitar acidentes de trânsito vão muito além do uso de equipamentos adequados. Incluem, principalmente atenção e respeito ao próximo, evidencia a porta-voz da PM. De acordo com ela, o comportamento responsável de quem está na condução de uma motocicleta ou de outro tipo de veículo faz toda a diferença para minimizar o risco de acidentes e vítimas. “Nosso papel é de fiscalizar e orientar, mas o trânsito envolve toda a sociedade. Somente com a colaboração de todos esse ambiente será mais seguro”, afirma.
Ela cita os corredores entre veículos frequentemente usados pelos motociclistas para fugir de congestionamentos como um hábito que exige cautela dos condutores de motos. “Existe um perigo grande quando se trafega entre veículos em movimento. E, por isso, o BPTran recomenda que os condutores evitem essa prática, pois podem causar acidentes graves”, destaca a tenente.
Outros cuidados como o uso de capacete, que, além de ser item obrigatório, precisa estar ajustado e afivelado, com a viseira baixada, assim como os cuidados com a moto também são importantes. Principalmente com relação às luzes de sinalização. Além disso, estar com o sistema de freios em dia, assim como alguns recursos que podem ser adicionados, como a antena corta fio, que protege o condutor de fios de cerol ou outros tipos de objetos que possam atingi-lo durante a condução da moto.
“O BPTran está nas ruas para fazer fiscalizações, mas também para promover blitzes educativas e outras campanhas. O objetivo é que as pessoas tenham mais conscientização no trânsito. Contamos com apoio de instituições e de organizações da sociedade civil organizada que se preocupam com a segurança do trânsito. Porém, precisamos do apoio do cidadão para que possamos reduzir os índices de vítimas e mortes na cidade”, finaliza a tenente.