Por dia, 6 crianças morrem e 51 ficam feridas em acidentes de trânsito
Maior parte dos acidentes graves com crianças ocorre com motos, indica pesquisa. Frota de motos cresce e acidentes envolvendo motos aumentam
Seis crianças morrem e outras 51 ficam feridas todos os dias vítimas de acidentes de trânsito no Brasil. O levantamento feito pela administradora do DPVAT, o seguro obrigatório de trânsito, mostra que a maior parte dos acidentes graves com crianças ocorre com motos.
A frota de motos está crescendo no país. E o número de acidentes envolvendo motos aumenta em uma velocidade ainda maior.
As regiões com mais acidentes de trânsito são Nordeste e Norte: 48% dos casos do país, embora tenham só 21% do total de veículos. E nessas duas regiões acontecem mais acidentes com motos: 66%.
Em Manaus, não é difícil encontrar crianças circulando sem segurança. Mas o Piauí é o estado que tem a maior taxa de mortos entre motoqueiros: 21,4 para cada 100 mil habitantes. No Hospital Geral de Alagoas, só este ano, foram 3,6 mil vítimas de acidentes com moto. A cada cinco delas, uma tinha menos de 15 anos.
O Código de Trânsito proíbe o transporte de menores de 7 anos em motos. É uma infração gravíssima com multa de R$ 191 e sete pontos na carteira.
Imagens com crianças na garupa de motos foram feitas em Mossoró, no Rio Grande do Norte, na zona rural de Petrolina, interior de Pernambuco, e em Caruaru, também no interior pernambucano. No Hospital Regional do Agreste, 80% dos feridos que lotam o setor de ortopedia sofreram acidentes com motocicletas. Um estudo feito a partir das indenizações do seguro obrigatório, o DPVAT, mapeou o perigo.
Os acidentes com moto estão aumentando e houve uma inversão. Até o ano passado, os carros eram mais perigosos: representavam 51% das indenizações. Mas os dados do primeiro semestre de 2014 mostram que já acontecem mais acidentes com motos, 48%, do que com carros, 44%. Embora existam duas vezes e meia mais carros do que motos circulando em todo o país.
“Como hoje a moto acabou se tornando um veículo quase que da família, pelo acesso até, pelo baixo custo financeiro, então a criança acaba sendo muito conduzida, e como sempre carona etc e tal que é sabido, os caronas são mais vitimados nos acidentes de trânsito. Então isso acaba refletindo a elevação nos danos às crianças”, afirma Alexandre Camilo, presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros/SP.
A Associação Brasileira de Medicina do Tráfego acredita que as mortes e as sequelas permanentes por acidente de trânsito aumentaram porque falta educação, fiscalização e punição.
“A maior gravidade que uma sociedade tem é de perder crianças – por doença e principalmente no trânsito que é uma coisa totalmente evitável. E a tragédia fica. Quem perde um filho não esquece”, diz Roberto Douglas, presidente da ABRAMET.
Quando é contado o número total de acidentes, com todo tipo de veículo e incluindo pedestres, descobre uma boa notícia: o número de mortes caiu. Mas o número de indenizações por invalidez permanente aumentou.
Fonte: G1 Notícias