Especialista alerta sobre os riscos de não usar o cinto de segurança no banco traseiro
Especialistas defendem a necessidade de maior conscientização sobre os riscos e benefícios do uso do cinto de segurança.

O cinto de segurança é um dos dispositivos mais eficazes para salvar vidas no trânsito, mas seu uso no banco traseiro ainda é frequentemente negligenciado. Especialistas alertam que essa prática pode ser fatal em caso de sinistro, tanto para os passageiros quanto para os ocupantes da frente.
De acordo com Celso Mariano, especialista e diretor do Portal do Trânsito, muitas pessoas acreditam, erroneamente, que o banco traseiro é mais seguro e dispensam o uso do cinto.
“O impacto de uma colisão não escolhe lugar no veículo. Sem o cinto, o passageiro do banco de trás pode ser arremessado com grande força, colocando em risco sua própria vida e a dos demais ocupantes”, explica.
O efeito ‘projétil’ em acidentes
Pesquisas apontam que um passageiro sem cinto no banco traseiro pode ser lançado contra o motorista ou o passageiro da frente com um peso equivalente a várias toneladas, dependendo da velocidade do impacto. Esse efeito, chamado de “projétil humano”, aumenta drasticamente o risco de ferimentos graves ou fatais.
Um estudo do Instituto de Pesquisa em Transporte da Universidade de Michigan revelou que o uso do cinto no banco traseiro reduz em 75% o risco de morte em sinistros de trânsito. Mesmo em velocidades moderadas, a ausência do dispositivo pode resultar em lesões severas, como traumatismos cranianos e fraturas múltiplas.
Obrigação legal e penalidades
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) determina que o uso do cinto de segurança é obrigatório para todos os ocupantes do veículo. Ou seja, independentemente de estarem nos bancos da frente ou de trás. O descumprimento dessa regra é uma infração grave, sujeita a multa e acréscimo de cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Apesar da legislação, uma pesquisa da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) mostrou que cerca de 60% dos passageiros do banco traseiro admitem não utilizar o cinto de segurança em trajetos curtos. Esse hábito é especialmente comum em táxis e veículos de transporte por aplicativo.
Mudando a cultura de segurança
Para reverter esse cenário, especialistas defendem a necessidade de maior conscientização sobre os riscos e benefícios do uso do cinto de segurança. Celso Mariano ressalta que a educação no trânsito deve começar desde cedo.
“Se uma criança cresce vendo os pais e responsáveis sempre usarem o cinto, ela tende a adotar esse comportamento naturalmente. Além disso, os motoristas de táxis e aplicativos também devem incentivar os passageiros a utilizá-lo, reforçando a importância da segurança para todos”, afirma.
Dicas para garantir a segurança no banco traseiro
- Sempre use o cinto de segurança, independentemente da distância percorrida;
- Ajuste corretamente a faixa do cinto sobre o ombro e o quadril, nunca sobre o pescoço ou barriga;
- Em táxis e veículos de aplicativo, lembre-se de colocar o cinto antes de o carro começar a se locomover;
- O transporte de crianças deve ocorrer em cadeirinhas ou assentos de elevação adequados à idade e ao peso, conforme as normas do Conselho Nacional de Trânsito (Contran).
Mariano reforça que pequenas mudanças de hábito podem salvar vidas. “O cinto de segurança é a forma mais simples e eficaz de proteção no trânsito. Colocá-lo deve ser um reflexo automático, independentemente de onde a pessoa esteja sentada no carro”, conclui.