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07 de outubro de 2024

Estudo: falha técnica atingiu 50 milhões de carros e gerou um dos maiores recalls da história

Os problemas envolvendo os airbags Tanaka teve consequência grave e tornou-se o maior caso de recall da história contemporânea do setor automotivo.


Por Pauline Machado Publicado 19/05/2023 às 13h30 Atualizado 22/05/2023 às 17h06
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Desde 2013 há relatos de problemas envolvendo os airbags Tanaka, quando os “airbags mortais”, como assim foram chamados na ocasião, apresentaram defeito no componente deflagrador, responsável por liberar o gás que expande a bolsa inflável. O episódio teve consequências tão graves que atingiu 50 milhões de carros, causando cerca de 30 mortes e deixando mais de 320 feridos, tornando-se o maior caso de recall da história contemporânea do setor automotivo.

O caso do maior recall teve grande notoriedade, não somente pelo número de pessoas atingidas, mas, também pelo fato de a fabricante ter produzido e liberado para diversas montadoras ao redor do mundo os airbags com defeito. No Brasil, por exemplo, pelo menos 14 fabricantes fizeram chamados do recall.

Houve ainda o agravante de relatos de demora para iniciar os reparos. Em sua maior parte começou em 2015. No entanto, o fornecimento de detalhes e peças somente teve início no ano seguinte, em 2016. Naquele ano, milhões de carros foram notificados no mundo todo para substituir as peças – o que ocorre até os dias de hoje.

Consequências no Brasil do maior recall do setor

De acordo com a Secretaria Nacional do Consumidor – Senacon, o Brasil registrou 70 acidentes originados dos airbags Tanaka, dos quais três foram fatais. O último acidente foi em julho de 2020, sem vítimas graves ou fatais.

Em paralelo, a Senacon informou que o Brasil tem 4.352.428 automóveis equipados com os airbags Tanaka. No entanto, apenas 1.876.789 carros fizeram o reparo, o equivalente a 43,1% do total. Este fato mostra que o brasileiro ainda não dá a devida importância em atender ao chamado. Assim como não se atenta para a gravidade de negligenciar os recalls.

De acordo com o levantamento, a falta de ciência dos proprietários dos veículos está entre os principais motivos de não atenderem aos chamados – eles simplesmente não sabem da necessidade dos reparos, mesmo com a notificação das fabricantes.

Comunicação aos proprietários

Além dos informativos na mídia e campanhas de publicidade, as empresas costumam notificar os proprietários por meio de correspondência no endereço físico ou por correio eletrônico. No entanto, os proprietários as ignoram ou consideram como spam.

A falta de tempo ou disposição em levar o veículo até a revenda autorizada e aguardar pelo procedimento também é outro aspecto que foi considerado pelos proprietários. O fato é visto como um ponto negativo, sobretudo para aqueles que dependem do carro para trabalhar ou para realizar outras atividades diárias.

O estudo observou ainda a presença de proprietários incrédulos, que não confiam nos serviços das concessionárias e montadoras. Isso acontece principalmente nos casos em que o relacionamento não resultou em uma boa experiência para o cliente.

Por fim, a Senacon ressalta que atender ao recall é essencial para a segurança de motoristas, passageiros, outros veículos e pedestres. Além de ser um serviço gratuito que visa proteger e proporcionar mais segurança no trânsito, sobretudo em possíveis acidentes graves. Logo, ao receber uma notificação de recall, não pense duas vezes e compareça até uma revenda o mais rápido possível para fazer os reparos necessários.

Novas regras recall

Em 2021, a Lei 14071/20 determinou que o além de incluir o registro no CRLV do veículo- o que já era obrigatório-, o proprietário que não atender ao comunicado de recall em até um ano a partir da data do início do chamado, ficará impossibilitado de ter o veículo licenciado. Além disso, a Lei 14.229/21 fixou uma data, 1º de outubro de 2019, para que haja a inclusão no certificado de licenciamento anual da informação sobre campanhas de recall não atendidas pelo proprietário do veículo.

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