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10 de dezembro de 2024

Mulheres estão bebendo cada vez mais, diz pesquisa


Por Talita Inaba Publicado 04/05/2013 às 03h00 Atualizado 08/11/2022 às 23h41
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Mais da metade do País não ingere bebida alcoólica. Porém, o restante está bebendo cada vez mais. Essa é uma das conclusões que fazem parte do segundo Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), divulgado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que também aponta um aumento significativo no consumo entre mulheres. O estudo foi realizado em 149 municípios do Brasil (incluindo Santos, mas não há índices regionais), com 4.607 pessoas de 14 anos ou mais. A taxa de abstinência no País é de 52%, número maior que os 48% registrados em 2006, ano do primeiro estudo. Entretanto, o que mais chamou a atenção dos pesquisadores foram as mudanças no universo dos bebedores. Em 2006, 45% deles afirmaram que consumiam álcool pelo menos uma vez por semana. Em 2012, esse índice subiu para 54%. Ainda nesse quesito, destaca-se o consumo entre as mulheres, que saltou de 29% para 39% em seis anos. “É um aumento acentuado e preocupante, pois as mulheres são mais vulneráveis aos efeitos nocivos do álcool”, ressalta a psicóloga Clarice Madruga, coordenadora da pesquisa. Os dados mostram ainda que, no geral, houve um aumento de 20% na proporção de bebedores frequentes. O estudo do binge – grande soma de bebidas consumida em um curto período de tempo – também indica que as mulheres estão bebendo cada vez mais. Nesta análise, o indivíduo responde se ingere quatro doses ou mais de bebida (para mulheres), e cinco doses ou mais para homens, em duas horas. É o famoso esquenta, quando muitos jovens bebem, antes de entrar na balada. A pesquisa mostra que entre 2006 e 2012 houve um aumento significativo desta forma de consumo (binge), de 45% para 59% na população de bebedores. Novamente um crescimento considerável é notado no sexo feminino, de 36% para 49% no mesmo período. A pesquisadora afirma estar surpresa em relação as mulheres. “Não previa uma diferença tão grande. Até imaginava um aumento, por causa da grande quantidade de publicidade focada para esse público, mas não nessas proporções”. Ela atribui os índices femininos a outros fatores. “Independência da mulher, acesso a renda e, consequentemente, maior poder aquisitivo”. Consequências O estudo mostra que, entre os bebedores, 32% consomem moderadamente e 16% bebem quantidades nocivas de álcool. Além disso, quase dois a cada 10 bebedores apresentou critérios para abuso e/ou dependência do álcool. Apesar de não mostrar distinção entre sexos neste quesito, Clarice acredita que, em médio prazo, a dependência pode aumentar, principalmente entre as mulheres. “Elas podem ficar dependentes, pois são mais vulneráveis para o álcool que os homens”. A pesquisa aponta ainda que a prevalência de depressão é significativamente maior entre abusadores de álcool. “A teoria que associa bebida à alegria foi por água abaixo”, ressalta. Lei seca Durante o período em que o estudo foi realizado, aconteceram mudanças importantes na legislação relacionada aos limites do álcool no sangue para a condução de veículos com o advento da Lei Seca. De forma geral, houve uma diminuição de 21% na proporção dos motoristas que relatam terem dirigido após o consumo de bebida alcoólica. Entre os homens, a queda foi de 19%, e entre as mulheres, de 17% (todos índices proporcionais). “Isso mostra que quando há uma legislação eficiente, existe resultado”, enfatiza a psicóloga. Fonte: A Tribuna.com

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