Número de idosos que morrem no trânsito gaúcho cresce a cada ano
Dia 01 de outubro celebramos o Dia Nacional do Idoso e estatísticas envolvendo os idosos, na condição de condutores e pedestres, preocupam especialistas do trânsito.
O número de idosos que morrem no trânsito do Rio Grande do Sul aumentou nos últimos 3 anos. A análise foi realizada pela Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (ABRAMET/ RS), considerando o período entre 2021 a 2023, com base nas estatísticas fornecidas pelo Departamento Estadual de Trânsito do Estado (Detran/RS).
De acordo com a Associação Gaúcha, o número de vítimas fatais no trânsito entre idosos tem se tornado cada vez mais preocupante. Embora o total de vítimas fatais no trânsito tenha diminuído no ano passado em relação aos últimos dois anos, o número de idosos que perderam a vida no trânsito, seja como condutores ou pedestres, aumentou de forma significativa.
Em 2023, das 1.576 vítimas fatais registradas, 407 eram idosos, representando 25,8% do total de mortes no trânsito. Dentre essas mortes, 113 idosos eram motoristas e 128 pedestres. Já em 2022, do total de 1.708 óbitos no trânsito, 407 também foram de idosos, representando 23,8% do total de óbitos, sendo que 128 eram motoristas e 125 pedestres. Em 2021, os números já eram alarmantes. Das 1.622 vítimas fatais no trânsito, 304 eram idosos, representando 18,7% dos óbitos. Naquele ano, 101 idosos perderam a vida como condutores e 113 como pedestres.
Abordagens distintas
Para o presidente da ABRAMET/RS, Ricardo Hegele, especialista em Medicina do Tráfego, é preciso uma abordagem diferente para estas duas formas de participação dos idosos como vítimas de trânsito, seja como condutores de veículos ou como pedestres. “De um lado é importante que o médico do tráfego realize uma avaliação cuidadosa das condições e da aptidão física e mental do idoso condutor. E, por outro lado, também se deve dar orientações aos idosos sobre os cuidados como pedestre, especialmente ao atravessar ruas e avenidas. Além disso, sobre a importância de respeitar as sinalizações de trânsito, em especial as sinaleiras e semáforos. São duas frentes de cuidados e orientações diferentes e importantes que precisam ser tomadas com as pessoas idosas”, explica Hegele.
Hegele, explica que com o avanço da idade as condições físicas e mentais sofrem alterações. Elas podem impactar na segurança do trânsito tanto para os motoristas idosos quanto para os pedestres da mesma faixa etária.
“Para os motoristas idosos, fatores como diminuição da visão, reflexos mais lentos e possíveis limitações cognitivas e motoras podem comprometer a habilidade de reagir rapidamente a situações imprevistas no trânsito. O acompanhamento médico para avaliar reflexos, visão e audição é fundamental, assim como a manutenção de um estilo de vida saudável para preservar a capacidade de dirigir”, diz, e acrescenta que para os idosos que circulam pelas ruas como pedestres, é preciso redobrar a atenção. “A mobilidade pode estar comprometida e os riscos de quedas ou atropelamentos aumentam”, lembra o médico.
Dicas importantes incluem: sempre atravessar nas faixas de pedestres, preferir semáforos com tempos ajustados para pedestres e evitar distrações, como o uso de celulares ao caminhar. A segurança no trânsito requer empatia e responsabilidade. Portanto, com alguns cuidados simples é possível manter a autonomia e a qualidade de vida dos idosos. Dessa forma, garantindo que continuem a circular com segurança, seja ao volante ou como pedestres.