Ônibus e trens de SP em greve
Pelo segundo dia consecutivo, motoristas e cobradores do transporte municipal e intermunicipal da região do ABC paulista e as 89 estações da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) amanheceram em greve. Os transtornos nesta quinta deverão ser bem maiores que os provocados na quarta, quando apenas as regiões mais afastadas do centro de São Paulo foram prejudicadas. Como desta vez nenhuma linha funcionará, a rotina não será a mesma para os que utilizam o serviço na imediações do centro e 2,4 milhões de pessoas devem ser afetadas. O trânsito também pode ser mais afetado, diferentemente de quarta, quando a lentidão registrada estava dentro da média. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a cidade tinha 47 km de lentidão às 7h50, o que representava 5,4% do total de 868 km de vias monitoradas. Segundo informou na manhã desta quinta o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores das Empresas de Transporte Rodoviário da Região do ABC, Leandro Mendes da Silva, a determinação continua a mesma decidida em assembleia ocorrida na quarta: os ônibus não saem das garagens em sete municípios: São Bernardo do Campo, Santo André, São Caetano do Sul, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. A paralisação continua pelo menos até as 14h, quando os diretores dos sindicatos da categoria e patronal participarão de audiência de conciliação na sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo. “Tudo vai depender do que ficar decidido nessa reunião. Vamos ver se haverá conciliação para podermos voltar ao trabalho”, disse o secretário. Até ontem, nenhuma contraproposta havia sido apresentada pelas empresas, além da que já tinha sido rejeitada e que oferecia 8% de reajuste salarial. Os trabalhadores pedem aumento de 15%. A Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) impetrou uma medida cautelar no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região para tentar garantir à população a operação de 80% da frota de 850 ônibus das linhas intermunicipais do ABC. Segundo a empresa, a medida “é necessária considerando a gravidade da situação e a possibilidade de continuidade do movimento grevista”. O TRT ainda não decidiu se acata ou não o pedido da EMTU. Em nota divulgada à imprensa pouco depois das 4h da madrugada, a CPTM também informou que não houve número de funcionários suficiente para iniciar a operação de suas seis linhas no horário costumeiro (4h) e que, para preservar a segurança dos usuários e do patrimônio público, não havará acesso às estações. “Recomendamos que os usuários não se dirijam às estações, porque está tudo fechado”, salientou a assessoria de imprensa da CPTM ao ser contatada pelo Terra. E, como não há trens em operação, também não funcionará o sistema Paese, de ônibus, que na quarta-feira atendeu à população em razão da paralisação parcial que ocorreu. Também não existe nenhum outro esquema de urgência para suprir a deficiência no transporte. Na nota, a empresa diz ainda que tentou “até o último momento”, durante a madrugada, “sensibilizar os sindicatos da importância de manter as linhas operando nesta quinta”, mas não houve acordo. No começo da noite de quarta, o presidente do Sindicato dos Ferroviários de São Paulo, Eluiz Alves de Matos, informou que as linhas 7 (Luz-Jundiaí) e 10 (Luz-Rio Grande da Serra) também adeririam à greve a partir da 0h desta quinta, unindo-se ao movimento integrado, desde a 0h da quarta, pelas outras quatro linhas: 8-Diamante (Júlio Prestes-Itapevi), 9-Esmeralda (Osasco-Grajaú), 11-Coral (Luz-Estudantes) e 12-Safira (Brás-Calmon Viana). A CPTM apresentou à categoria uma proposta de reajuste de 3,07% e vale-alimentação de R$ 17 por dia. Os trabalhadores querem reajuste conforme a inflação de 1º de janeiro de 2010 a 28 de fevereiro de 2011, o que corresponde a cerca de 8%, e aumento real de 5%, além de vale-alimentação de R$ 19. Metrô A opção será utilizar, nesta quinta, o sistema de Metrô, que funciona normalmente. Na terça-feira, os metroviários de São Paulo decidiram cancelar a paralisação que estava marcada para começar a partir da 0h da quarta-feira, conforme decisão tomada na semana passada. Em campanha salarial, eles aceitaram os 8% de reajuste oferecidos pela Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô). Fonte: O Dia