16 de março de 2025

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Remédios que podem ser tão perigosos quanto álcool ao volante: veja a lista

Uso de certos remédios pode afetar reflexos e aumentar risco de sinistros.


Por Mariana Czerwonka Publicado 11/02/2025 às 08h15
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remédios ao volante
Alguns medicamentos podem comprometer capacidade de dirigir. Foto: Tirachard para Depositphotos

Você sabia que alguns medicamentos podem comprometer a capacidade de dirigir, assim como o consumo de bebidas alcoólicas? A Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) divulgou, no ano passado, uma nova diretriz sobre o efeito do uso de medicamentos ao dirigir. O documento lista alguns remédios que podem afetar a atenção, a coordenação motora e os reflexos dos motoristas ao volante, aumentando o risco de sinistros de trânsito.

Conforme Celso Alves Mariano, especialista e diretor do Portal do Trânsito, conduzir um veículo sob o efeito de substâncias que alteram as funções cognitivas é um fator de risco significativo, podendo resultar em sinistros graves.

“Por esse motivo, é fundamental que motoristas fiquem atentos aos efeitos colaterais dos medicamentos que utilizam. Essas informações podem ser encontradas nas bulas, mas a orientação de um médico é essencial para esclarecer dúvidas”, afirma o especialista.

Efeitos dos medicamentos

De acordo com a Abramet, embora muitos remédios não tragam contraindicações específicas para motoristas, seu uso pode causar sonolência, redução dos reflexos e dificuldades na concentração. O ideal é que condutores evitem tomar esses medicamentos antes de dirigir, especialmente em viagens longas.

A diretriz preparada pela entidade avalia um conjunto de medicamentos comumente usados pela população e aponta os riscos associados à direção segura. “Essa é uma informação estratégica e de grande importância não só para o médico especialista, mas também para o usuário”, frisa Flávio Emir Adura, diretor científico da Abramet, lembrando que o brasileiro cultiva o hábito da automedicação.

Segundo ele, no dia a dia de atendimento, mais que conhecer o efeito de remédios consumidos por prescrição médica, é relevante o médico do tráfego aferir o uso de medicação sem prescrição pelo candidato a condutor. A Abramet apresenta a classificação de diversos princípios ativos no quesito segurança, tornando clara a interface de tais medicações com o ato de dirigir.

Confira os principais remédios que podem comprometer a capacidade do condutor ao volante

  • Antidepressivos (fluoxetina, amitriptilina): podem causar sonolência, tontura, redução da pressão arterial e alterações psicomotoras.
  • Ansiolíticos e sedativos (diazepam, lorazepam): induzem sonolência e relaxamento excessivo, podendo comprometer o estado de alerta.
  • Antialérgicos (dexclorfeniramina): dificultam a concentração e podem gerar sonolência.
  • Anticonvulsivantes (carbamazepina, fenobarbital): podem provocar tontura, fadiga, visão dupla e tremores.
  • Medicamentos para controle da glicose (glibenclamida, gliclazida): podem levar à perda de consciência ou crises convulsivas em casos de hipoglicemia.
  • Analgésicos opióides (tramadol, metadona): possuem efeito sedativo, podendo causar sonolência intensa.
  • Relaxantes musculares (ciclobenzaprina, orfenadrina): podem provocar confusão mental, dificuldades de concentração e agitação.

Se você faz uso de algum desses medicamentos, consulte um profissional de saúde antes de dirigir.

“Pergunte sempre ao seu médico se o medicamento por ele receitado pode prejudicar a direção”, sugere a diretriz da Abramet.

Uso de remédios no Brasil

De acordo com a Abramet, a preocupação da entidade vem da observação do cenário nacional. Para se ter uma ideia, dados divulgados pela Fundação Instituto de Administração (FIA) em conjunto com o Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo & Mercado de Consumo (IBEVAR) registram que a compra de remédios já responde por 6,5% dos gastos das famílias brasileiras.

Ainda conforme a Associação, o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos divulgou que a venda de medicamentos psiquiátricos disparou no Brasil após a pandemia de covid-19. O consumo de remédios para ansiedade cresceu 10% entre 2019 e 2022; o de sedativos, usados para dormir, aumentou 33%. Além deles, o de antidepressivos saltou 34%.

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