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Ter boas condições mentais é essencial antes de pegar a estrada


Por Mariana Czerwonka Publicado 30/12/2014 às 02h00 Atualizado 08/11/2022 às 22h58
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Condições para pegar a estradaCansaço, postura incorreta e estresse aumentam os riscos de acidente

Durante o fim de ano é fatal: quem vai encarar uma viagem longa, desbravando vias naturalmente aquém do esperado em termos de segurança, certamente terá de conviver com solavancos devido às crateras espalhadas pela pista, com o trânsito lento e, não só isso, com as benditas retenções que podem deixá-lo parado durante horas a fio no meio da estrada. É de conhecimento prévio de quem já se aventurou nesse tipo de jornada que chega um momento no qual a estafa física e emocional atinge um grau dificílimo de ser revertido e isso pode comprometer não somente o seu bem-estar, mas também o de todos dentro do habitáculo – já que as probabilidades de que um acidente ocorra nessas condições são bem maiores. Para evitar tal infortúnio, basta seguir simples conselhos para que a manutenção do ser mais importante do automóvel seja efetiva. Não adianta fazer revisão ou o que for. A plenitude física e mental do condutor tem de ser o aspecto mais importante a ser levado em conta na hora de viajar.

De acordo com a fisioterapeuta e ergonomista Flavia Reis, é primordial que o motorista, antes de pegar o carro, faça alongamentos que deem ênfase nas áreas que sofrem com a quantidade maior de esforço durante o longo período de viagem, como o pescoço, os ombros e a coluna. “Fazer esses exercícios antes de partir numa jornada longa faz com que o motorista fique menos sujeito a sentir dores incômodas e tenha um desempenho melhor ao volante”, comenta.

Ajustando

Ao entrar no veículo, a primeira coisa a fazer são as regulagens de assento e esses ajustes têm de ser adequados à compleição física do condutor. Se feitos de forma adequada, os acertos ajudarão a prevenir dores musculares e problemas na coluna decorrentes da má postura, como lordose ou a hiperlordose. O cansaço muscular pode levar o motorista a desenvolver sérias lesões vertebrais, por isso todo cuidado é pouco.

Para ajustar-se corretamente, verifique se os seus pés alcançam os pedais de aceleração, frenagem e embreagem sem maiores problemas. Os joelhos devem flexionar apenas moderadamente para não causar maiores esforços. Havendo regulagem de altura, tenha certeza de que o assento não fique tão alto para não causar malefícios à circulação e também, novamente, aos joelhos.

Quanto ao volante, é interessante fazer uma “medida”. O indicado é que os punhos alcancem a haste de direção e que os cotovelos fiquem relativamente dobrados para os braços não serem forçados em demasia. Quanto ao apoio de cabeça, é importante que o encosto fique bem aprumado com a linha dos olhos. Dessa forma, solavancos mais fortes e curvas sinuosas não afetarão tanto o pescoço.

Fugindo do padrão

Quando o indivíduo foge dos padrões, sendo muito alto, baixo ou estando bem acima do peso, é de suma importância checar itens importantíssimos na compra do carro para não sofrer na hora de viajar ou até mesmo guiando pelas vias da cidade. “Os indivíduos devem verificar a amplitude de deslizamento do assento e movimento de altura desse, observar se ele apresenta conformação adequada ao formato das nádegas e, principalmente, distância e espaço suficientes para os membros inferiores manipularem as regulagens de encosto”, frisa a especialista. Ademais, vale citar que os itens de conforto devem ser analisados de acordo com as individualidades de cada um. Cada condutor tem um ajuste específico e por isso é mandatória a regulagem caso esteja utilizando veículo de outrem e até mesmo o seu próprio, caso tenha sido guiado por outro motorista anteriormente.

“Algo que deve ser considerado muito importante, senão o mais, é o momento de pausa, de descanso do motorista”, ressalta Flavia. É recomendável que a cada duas horas e meia o condutor encoste o veículo e dê aquela “esticada”. “Nessa hora é até interessante que se façam novamente os alongamentos feitos antes de viajar. Além disso, levantar-se e alternar a postura serve para que os músculos modifiquem as formas de contração a fim de evitar estresse”, explica a fisioterapeuta ergonomista.

Influência da mente

Especialista em terapia cognitiva comportamental e uma das responsáveis por clínica que tenta expelir da alma de condutores o medo de dirigir, a psicóloga Elisângela Tobias Oliveira reforça que os motoristas devem fazer pausas periódicas durante viagens longas. Ela enfatiza alguns detalhes a serem feitos antes de iniciar a jornada a fim de diminuir os níveis de estresse. “Dirigir exige uma atenção muito grande. Por isso, dormir e se alimentar bem antes de guiar por longos trechos é primordial”, afirma. “Também é muito importante lembrar aos mais sonolentos à noite que evitem guiar durante esse período”, completa a profissional.

Apesar de creditar ao tráfego urbano momentos mais tensos e que podem incitar o motorista ao erro mais facilmente, Elisângela crê que a “tranquilidade” da estrada também possa levar a um acidente por causa de uma autoconfiança exacerbada. Quanto a dirigir sozinho e acompanhado, a psicóloga acredita que, no segundo caso, os níveis de estresse podem ficar mais elevados. “Quando você tem alguém ao seu lado, às vezes acaba se preocupando muito com o outro e ficando excessivamente nervoso. Ainda há a situação em que o motorista quer demonstrar total controle diante do veículo para os que dividem o habitáculo com ele e isso também é prejudicial”, ressalta.

O nervosismo no trânsito e nas estradas pode se traduzir em diversos sintomas que afligem fisicamente o condutor. Sudorese, taquicardia, tremores, desconforto abdominal, boca seca e enjoo frequente são alguns deles. Eles surgem quando o nervosismo é latente e prejudicam bastante o desempenho do motorista, especialmente em vias com limites de velocidade mais elevados. Por isso, é muito válido adotar a frase mens sana in corpore sanum (uma mente sã num corpo são) antes de viajar. Não é só o automóvel que necessita de revisão, mas você também.

Eu sou o passageiro

A fisioterapeuta e ergonomista Flavia Reis lembra que, geralmente, o passageiro não dispõe de regulagens do banco. Por isso, as pausas durante a viagem são muito importantes para eles já que está à mercê do comportamento do carro. Além disso, ocupantes que têm a mania incômoda de dar “pitacos” no estilo de condução do motorista devem evitar ao máximo fazê-lo, já que a carga de estresse pode chegar a níveis mais altos do que o usual não somente para o condutor, mas também para todos os outros presentes dentro do veículo. Tal atitude é extremamente prejudicial ao psicológico e deve ser evitada a todo o custo.

Fonte: UAI Notícias

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