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Brasileiro não se importa com riscos no trânsito


Por Mariana Czerwonka Publicado 02/06/2011 às 03h00 Atualizado 10/11/2022 às 18h51
 Tempo de leitura estimado: 00:00

O trânsito é a terceira maior causa de morte no Brasil. Só fica atrás das doenças cardíacas e do câncer. Uma pesquisa do MS (Ministério da Saúde) mostra que em 2010 das 150 mil internações por acidentes, só 43% das pessoas usavam cinto de segurança, sendo 49% homens e 36% mulheres.

O País ocupa a quinta posição no ranking mundial de mortes por acidente. É o que revela um levantamento realizado em 178 nações pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Para combater o problema o governo brasileiro aderiu no último dia 11 à Década de Segurança no Trânsito 2011-2020, lançada no mesmo dia pela OMS. A meta é reduzir em 50% os acidentes. O plano de ação vai ser lançado em setembro deste ano.

“A falta de informação e o envelhecimento da população aumentam o desafio desse compromisso”, afirma o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, perito em medicina do trânsito e membro da ABRAMET (Associação Brasileira de Medicina do Tráfego). Isso porque, explica, um dos principais complicadores para quem dirige é a perda visual gradativa decorrente da idade. “A visão responde por 85% de todas as informações recebidas durante a condução. É por isso que motoristas com mais 65 anos precisam renovar a carteira a cada três anos e não a cada cinco, como nas menores faixas etárias” avalia.

Diagnóstico precoce
O problema, comenta, é que metade dos condutores só passa por exame de vista quando vai renovar a CNH. Dados do DENATRAN (Departamento Nacional de Trânsito) revelam que das 35 milhões de carteiras de habilitação emitidas no País, 12,85% ou 4,5 milhões são para motoristas com idade acima de 55 anos.

Queiroz Neto diz que a visão de quem já passou dos 50 anos muda muito rápido. Nessa faixa etária a dificuldade para ler placas de sinalização, enxergar o semáforo ou o painel do carro nem sempre está relacionada aos vícios de refração – miopia, hipermetropia ou astigmatismo. Pode sinalizar doenças típicas da terceira idade. O diagnóstico precoce dessas doenças, destaca, pode retardar a progressão que leva à perda definitiva da visão nos casos de glaucoma e degeneração macular.

Mais iluminação
O médico afirma que para enxergar bem uma pessoa de 60 anos necessita três vezes mais iluminação que outra de 20 anos. Por isso, para ele o uso de farol baixo durante o dia e à noite previsto no Código de Trânsito Brasileiro só para ônibus, motos, motonetas e ciclomotores, deveria se estender a todos os veículos, visando melhorar a visibilidade no trânsito.

Queiroz Neto explica que aos 60 anos a capacidade de enxergar a luz azul e a visão de contraste diminuem porque o cristalino enrijece e começa a amarelar. Além disso, ressalta, a pupila diminui de tamanho, prejudicando a adaptação da visão entre ambientes claros e escuros.
“Para condutores significa que dirigir à noite se torna mais perigoso, a ponto de alguns motoristas terem de interromper a direção noturna”, avalia. Também significa que no entardecer e no amanhecer a dificuldade de adaptação visual é maior. “É por isso na avaliação médica o perito pode estabelecer restrições à direção noturna ou um período menor para a renovação da CNH”, conclui.

Dicas de Segurança
Quem já passou dos 65 anos deve tomar cuidados extras no trânsito. As principais dicas do especialista são:
• Faça exame oftalmológico anualmente.
• Mantenha o grau dos óculos atualizado.
• Evite óculos com armações que limitem a visão lateral
• Para diminuir o ofuscamento ajuste a altura do assento de forma que enxergue 10 metros à frente do veículo.
• Evite dirigir à noite, no entardecer e ao amanhecer.
• Mantenha a cabeça e os olhos em movimento.
• Ajuste os espelhos para se livrar dos pontos cegos.
• Mantenha o pára-brisa, lanternas e faróis limpos.
• Faça caminhada diariamente para manter a boa circulação.

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