Desafios recentes fortalecem a formação de condutores no Brasil
Para especialista, recentes mudanças, questionamentos e ameaças fortaleceram a formação de condutores no Brasil.
Formar condutores não é uma tarefa simples, bem pelo contrário, traz uma série de exigências que muitas vezes ficam escondidas da maior parte da população que não tem muita ideia do que isso realmente representa.
Mesmo em um meio completamente regulamentado, como é o trânsito, mudanças acontecem. Aliás, ultimamente, várias delas vêm ocorrendo em nosso país, que se tornou campeão de instabilidade nas regras, particularmente no trânsito. Até o momento, mais de 40 leis já alteraram o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). E também, já ultrapassamos a marca de 1000 resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (Contran).
De acordo com Celso Mariano, especialista e diretor do Portal do Trânsito & Mobilidade, essas modificações sempre têm grande impacto no setor envolvido com a formação de condutores. “É preciso estar preparado. E têm melhores chances aqueles que encaram os desafios, de forma confiante e otimista”, argumenta.
Para o especialista, no entanto, todas essas mudanças, questionamentos e ameaças fortaleceram a formação de condutores no Brasil. “Está mais do que comprovado, desde a entrada em vigor do Código de Trânsito Brasileiro, a importante função dos CFCs nesse processo de aprendizagem. Atualmente, a autoescola talvez seja o único contato que o candidato à primeira habilitação tenha com a educação para o trânsito”, cita.
Mariano ainda complementa.
“Os índices brasileiros de mortes no trânsito, apesar de ainda muito altos, caíram pela metade nos últimos 25 anos. Isso devido a mudanças no processo de formação de condutores, implementadas pelo CTB e aprimoradas por resoluções posteriores. Parte desse resultado deve certamente ser creditado aos CFCs, que onde essas exigências e melhorias são aplicadas. A sociedade precisa entender e reconhecer isso. Estamos tão acostumados a reclamar de tudo que ficamos incrédulos e desdenhamos ante melhorias e bons resultados”, afirma.
Para o especialista, existem muitos aspectos a se aperfeiçoar na formação de condutores. Um deles é o olhar da sociedade para com a autoescola. “É assustadoramente baixo o número de candidatos que encara este aprendizado com seriedade e responsabilidade, como um aprendizado para toda a vida. Na maioria das vezes o que se vê são candidatos exclusivamente preocupados em fazer a prova e “tirar nota para passar”, afirma.
Futuro
O especialista diz que saber exatamente como será o futuro, é impossível. “Mas o que é essencial para chegar lá apto, dá para saber agora: preparo das pessoas, com atualização técnica constante, definição clara de que tipo de profissional se pretende ser. E o mais importante: qualquer que seja o desafio no futuro do trânsito, não há ninguém mais preparado, hoje, do que os profissionais e empresas com experiência na área. Só de considerar isso, já dá para sentir um certo ânimo”, considera.
Muitos proprietários de CFCs e profissionais da área devem estar cientes de que enfrentaram e sobreviveram a todas as etapas anteriores, com inúmeros desafios. E isto não foi nada fácil.
“O CFC é uma instituição de ensino, certificada e credenciada pelo Detran. Nesse sentido, tudo o que o Contran, os DETRANs passaram a exigir foi atendido. Então, os CFCs chegaram até aqui com um histórico poucas vezes vivenciado por outros setores. Além disso, com qualidade e responsabilidade para despertar no cidadão todos os requisitos necessários para que ele seja um condutor mais responsável, que conheça e respeite as leis, e que olhe os outros usuários com mais compreensão e dignidade”, conclui Mariano.