Celular no trânsito e na sala de aula
É difícil convencer as pessoas de que usar o celular enquanto dirige diminui as capacidades de percepção e de reação e que, por isso mesmo, significa um perigo para o trânsito. Aqui no Portal do Trânsito o instrutor encontra uma série de matérias tratando do tema. Neste artigo, reunimos algumas informações e links que podem ajudar a decidir como e quando abordar o tema no Centro de Formação de Condutores (CFC).
Tratar do assunto celular e trânsito em sala de aula, pode ser um grande desafio para o instrutor. A legislação a respeito ainda pode ser considerada apenas inicial, adaptando-se aos novos tempos. Desde o início do Código de Trânsito Brasileiro, em 1997, havia uma preocupação em relação a este “roubo de atenção” proporcionado pela telefonia móvel. Mas os celulares da época eram muitos diferentes e limitados, restritos apenas a chamada de voz.
De lá para cá, os telefones celulares se transformaram em dispositivos fantásticos e absolutamente sedutores: os smartphones. Incorporando acesso à internet e poderosos processadores, ganharam função GPS e gerador de mapas, além de funcionarem como agenda de contatos, calendário, máquina fotográfica, filmadora, gravador de voz, e uma porção de outras utilidades até bem pouco tempo restritas a computadores e devices dedicados a uma única função.
Mas este moderno “canivete suíço“ guarda utilidades e perigos para o condutor. E para o pedestre também. Aliás, este pode ser o melhor “gancho” para chamar a atenção dos alunos de Primeira Habilitação, já que, em tese, nenhum deles dirige. Ainda. Mas certamente todos têm um celular ou smartphone em mãos e, claro, já devem ter passado algum aperto do tipo tropeçar em algo que não viram no chão, esbarrar em uma placa, árvore, porta ou em outra pessoa na calçada, ou no corredor da escola, do supermercado, etc.
Talvez algum de seus alunos até já tenha sido quase atropelado por atravessar a rua distraído, ou encontrado um condutor olhando para a telinha, ao invés de olhar para a rua.
Como abordar o tema
O uso de dinâmicas sempre funciona bem. Aqui vão algumas sugestões:
- Estabeleça um tempo de 1 minuto e ligue para o celular de um dos alunos. Ele deve estar envolvido na tarefa de fazer contas matemáticas simples, como 14 menos 9, 12 mais 7, 36 dividido por 6, etc. Na sua conversa pelo telefone, peça para ele memorizar 4 ingredientes culinários: louro, paio, torresmo e feijão preto. Em seguida leia para ele o passo a passo resumido de como se faz uma boa feijoada. Enquanto isso, deixe o rádio ligado, de preferência em um emissora de notícias. Quando o tempo acabar, peça para ele responder: quais eram os ingredientes? Qual o assunto tratado no rádio? Quantos cálculos ela errou ou não conseguiu fazer? Incremente a dinâmica criando variações, como por exemplo: fazer o aluno caminhar numa rota pré-estabelecida entre as carteiras ou no corredor da autoescola; responder a perguntas no telefone como se estivesse dando uma entrevista; escrever versos do Hino Nacional Brasileiro enquanto responde contas simples de soma ou subtração.
- Estimule os alunos a contarem situações engraçadas ou inusitadas que já passaram com seus celulares. Numa segunda rodada, pergunte quanto tempo por dia eles dedicam ao smartphone. Provoque a reflexão com perguntas do tipo: você deixaria um dentista mexer em sua boca enquanto lê a timeline do Facebook? Ou um médico lhe operar enquanto posta uma mensagem no Twitter?
Fale das estatísticas: segundo a ABRAMET, o uso de celular é a terceira maior causa de mortes no trânsito no Brasil. Saiba mais aqui.
Fale da Legislação. Este vídeo com o especialista Celso Alves Mariano pode ajudar:
Leia também: http://portaldotransito.com.br/opiniao/transito-e-a-sociedade/celular-pra-que/
Fale que a ciência tem explicado os motivos para não misturar celular e direção. Saiba mais aqui http://portaldotransito.com.br/noticias/artigo-o-que-voce-ainda-nao-sabe-sobre-dirigir-e-usar-o-celular-mas-deveria/ e aqui, no 111º Programa NÓS DO TRÂNSITO:
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Boas aulas!