CTB completa 21 anos…a maturidade, enfim, chegou?
O Código de Trânsito Brasileiro completou 21 anos em 22 de janeiro de 2019. Em 22/09/1998 quando foi publicado, trouxe muitas novidades, começando pelo seu nome: nas três versões anteriores era Código Nacional de Trânsito.
Logo no início, o CTB influenciou e muito o comportamento, ou a mudança de comportamento no trânsito brasileiro até porque traz, em seu texto, previsões de autuação até para pedestres e ciclistas, o que suscitou grandes discussões de como seriam lavradas essas multas. E, até muito recentemente, não se sabia como fazer. Vale observar que ainda não se tem certeza de como serão aplicadas essas multas.
O fato é que, até por não saber bem o que viria, como seria e o quão rigorosa seria a fiscalização, logo no início de sua vigência, o CTB nos presenteou com uma queda significativa nos acidentes de trânsito. Passado algum tempo, seja pela costumeira postura dos brasileiros de que “nunca vou ser pego ou comigo nunca vai acontecer” observamos o crescimento nesses índices.
Contudo, desde o seu nascimento, o CTB foi e é até hoje, considerado um dos mais modernos do mundo e muito elogiado. Deixando as vaidades de lado, é uma Lei e está em vigor, portanto, deve ser seguida. Já teve muitas modificações, acréscimos e ajustes, sendo a mais conhecida e até, porque não dizer, mais festejada, a Lei Seca. Ela nos trouxe grandes resultados logo de início devido ao endurecimento na fiscalização.
Tudo o que foi escrito acima girou, principalmente em torno da fiscalização. É muito triste pensar que só “funcionamos” com o aumento da fiscalização. Não deveria ser desta forma. Porque precisamos ter alguém nos observando e nos corrigindo o tempo todo e até nos punindo para que façamos o correto? Bem, isso é uma conversa para a Psicologia.
O CTB prevê também, a Educação para o Trânsito em todos os níveis, o que é claro, sem a devida regulamentação, sem o devido direcionamento, consequentemente, não tem funcionado como deveria.
Voltamos a questão do monitoramento, da fiscalização, da punição. Infelizmente, essa “idade” do CTB não nos trouxe a maturidade que precisamos para conviver harmoniosamente no trânsito. Esse ambiente social tão carente de pessoas empáticas e solidárias! Todos precisamos do trânsito, não há outra forma de nos deslocarmos: seja a pé, de bicicleta, transporte público ou qualquer outro meio de transporte: todos nos utilizamos do trânsito! Portanto, temos que, obrigatoriamente, conviver uns com os outros; pessoas que não conhecemos andam ao nosso lado. Pessoas que vemos uma vez, outras encontramos todos os dias. Conhecidos, anônimos, mas convivemos com elas no trânsito.
O CTB veio disciplinar o nosso trânsito, entretanto, como o trânsito é feito de pessoas, necessitamos urgentemente de leis que nos disciplinem, nos levem novamente aos bancos das escolas e lá reaprendamos a nos comportar, respeitar as pessoas que estão ao nosso lado, respeitar as regras.
O CTB fez 21 anos, nós…bem nós, ao que parece, ainda temos muito a aprender, muito a amadurecer até chegar aos nossos “21 anos”.
Instrutor: leve esse assunto para a sua aula. Debata com seus alunos. Questione de que forma cada um de nós pode contribuir para a melhoria do nosso trânsito.