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Ciclistas: imprudências em duas rodas


Por Mariana Czerwonka Publicado 23/09/2011 às 03h00 Atualizado 10/11/2022 às 18h47
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Ziguezaguear entre os carros, ignorar o sinal vermelho, andar na contramão. É comum encontrar ciclistas cometendo essas e outras imprudências no trânsito. Eles arriscam as suas vidas e de outras pessoas esquecendo que o mínimo de descuido pode ser fatal. O vigilante Fernando Couto, que utiliza a bicicleta todos os dias como meio transporte para o trabalho, reconhece que comete erros. “Eu tento fazer tudo direitinho. Paro no sinal, respeito a ciclovia, mas nem sempre dá, né?” Os números envolvendo acidentes com ciclistas assustam (veja quadro). Em todo o Brasil, eles ocupam a 3° colocação no índice de responsabilidade por acidentes no trânsito. A imprudência é apontada como principal causa dessa triste marca. “O ciclista não se reconhece como ator do trânsito, como os motoristas e pedestres. Não procura entender e nem obedece às leis. Isso contribui muito para os acidentes”, afirma o diretor de trânsito da companhia de transportes de Belém (CTBel), Elias Jardim. Elias reconhece a necessidade de construir mais áreas como essas, mas isto requer a realização de um estudo. “É preciso verificar a demanda de cada via, a quantidade de carros que trafegam por ela, a velocidade deles. A maioria das ruas da cidade são estreitas, complicando ainda mais a criação desses espaços”. Segundo ele, não há dados oficiais sobre o número de ciclistas que circulam pelas ruas de Belém. Ao todo são 60 km de ciclovias e ciclofaixas em toda a capital. Todos os dias, o pedreiro Edmilson Silva utiliza a ciclofaixa da avenida Independência e a ciclovia da avenida Almirante Barroso para ir ao trabalho, localizado na avenida Presidente Vargas. Mas nem todo o percurso possui áreas destinadas ao ciclista. “O trânsito é caótico, muito perigoso, e depois da Almirante Barroso não tem mais esse espaço. Tenho que redobrar a atenção”, diz. O engenheiro civil especialista em trânsito Marcos Cerafico comenta que é preciso melhorar a estrutura que já existe. “A malha cicloviária deveria dar mais proteção ao ciclista. Elas deveriam ser todas interligadas e não deixar os ciclistas expostos. Fora o lixo que as pessoas colocam nas ciclovias e as obras que atrapalham a passagem”, diz. Livres de multas, condutores abusam. E aumentam riscos Não existe um meio de multar os ciclistas. O código de trânsito prevê a autuação dos ciclistas, mas não existe uma regulamentação para isso – seria necessário que todas as bicicletas fossem emplacas. A Ctbel informa que a única maneira de reduzir esse dado ainda é a conscientização. O ciclista deve parar no sinal quando estiver vermelho, deve descer da bicicleta para atravessar a faixa de pedestres. Utilizar a ciclovia e a ciclofaixa, quando houver. Se não, usar o acostamento, e não a calçada que é destinada aos pedestres. Seguir no mesmo sentido dos carros. Ações como essas reduzem o risco no trânsito. “Levo meio hora de bicicleta de casa para o trabalho. É muito mais rápido, não tenho que pagar o ônibus e ainda mantenho o corpo em forma. Você diz que eu tenho 46 anos?”, comenta rindo o pedreiro Reginaldo Santos que usa a bicicleta há 20 anos como meio de transporte. Mas um aspecto que desestimula as pessoas a usarem mais a bicicleta é a violência. “Eu gosto de pedalar, mas tenho medo de ser roubada”, conta a estudante Ana Pontes. O engenheiro civil especialista em trânsito Marcos Cerafico pontua que devem ser criados prédios com bicicletários e estacionamentos públicos para ciclistas, como na Europa. Para conscientizar e orientar os ciclistas sobre a importância dos cuidados no trânsito, a Ctbel encerra a Semana Nacional do Trânsito com uma grande passeio ciclístico, no domingo (25) a partir das 8h. A concentração será na Avenida Marquês de Herval, próxima à Curuzu. Fonte: Diário do Pará

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