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27 de julho de 2024

Dicas para evitar problemas com seu carro


Por Mariana Czerwonka Publicado 12/02/2013 às 02h00 Atualizado 08/11/2022 às 23h48
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Dirigir um carro pode ser bem prazeroso, mas dá muitas dores de cabeça em algumas mulheres – e homens também, é claro. Tudo fica mais difícil quando o veículo não está em boas condições.

Ao contrário do que os machistas adoram dizer, tanto eles quanto a mulheres têm dúvidas relacionadas ao funcionamento de seus automóveis. Mas trocar um pneu pode mesmo significar um problema maior para as elas que, normalmente, não aprenderam nada a respeito.

Pensando nisso, o Vila Sucesso conversou com Júlio Cezar Drumond, instrutor do “Curso de Mecânica Básica para Mulheres”, realizado pela CCR ViaLagos Concessionária, do Rio de Janeiro. E descobrimos que certos cuidados evitam muitos problemas com os carros. Estacionar com as rodas apoiadas na guia, por exemplo, deforma e esvazia os pneus. Por isso, mesmo nas ruas mais estreitas, é importante manter uma distância mínima do meio-fio.

Para saber quando é necessário substituir os pneus, verifique os danos. “Os pneus trazem indicadores de desgaste. Estão localizados em seu costado, entre os sulcos e em alto-relevo. Quando eles se tornam visíveis, chegou a hora de substituir a peça”, explica Júlio Cezar.

E se você precisar trocar o pneu? Uma boa dica é tomar cuidado na hora de tirar o item murcho. Não despreze o peso do pneu! Outra coisa importante é sempre calibrar o estepe e levar o macaco e uma chave de roda. Com tudo em mãos, dê preferência a um local plano, deixe o veículo engrenado na primeira marcha e retire as porcas da roda com a chave própria. Depois, levante o carro com o macaco – sem encostar o pneu ruim no chão -, desenrosque cuidadosamente a roda e o pneu, e puxe os dois juntos. Depois, é só encaixar o estepe, fixar a roda e abaixar o carro. Simples né?

Outra constante “vítima de maus cuidados” é a bateria. Manter o automóvel parado por muito tempo acelera o desgaste da peça. O mesmo acontece se aparelhos elétricos como som, por exemplo, se estiverem ligados com o carro desligado ou forem fixados de forma incorreta. “Sempre verifique a parte elétrica do carro com um especialista antes de acrescentar qualquer equipamento no carro”, aconselha o instrutor.

Para quem já tem experiência no volante é útil cortar alguns hábitos que podem aposentar o veículo mais cedo. Um deles é dirigir com o pé apoiado no pedal da embreagem, o que pode roubar metade da vida útil do disco de embreagem. Acelerar antes de desligar o carro desgasta o motor prematuramente. Esquecer o afogador puxado, além de aumentar o consumo de combustível, prejudica o desempenho e desgasta o escapamento. Sair em segunda marcha traz danos ao platô da embreagem.

Para que você não seja trapaceada num posto de gasolina, Júlio Cezar ensina a maneira correta de medir o nível do óleo. “Não se pode medir o nível de óleo e de água com o motor quente. O ideal é esperar o dia seguinte e checar antes de ligar o carro, com o motor ainda frio”. O procedimento é simples: tire a varinha que fica ao lado do reservatório de óleo, limpe o objeto e verifique se o óleo está entre o máximo e o mínimo indicados. Ah, e preste atenção se o líquido está escuro ou ralo. Se estiver assim, é preciso trocá-lo.

Na hora de economizar gasolina, a dica é evitar freadas e aceleradas bruscas. “Sempre que possível, rode com as janelas fechadas. Dessa maneira, a resistência do ar diminui, propiciando uma boa economia de combustível”, indica.

Alinhamento ou balanceamento devem ser feitos a cada troca de pneus ou quando os pneus apresentarem desgaste excessivo.”Perceber um pneu com maior desgaste que o outro, sentir trepidação das rodas dianteiras ou vibração do veículo também são sinais de que o alinhamento é necessário”.

Para não provocar desgaste prematuro das peças, Júlio dá dicas importantes. Forçar a direção com o carro parado desgasta a caixa de direção e sacrifica a direção hidráulica. Sair com o freio de mão puxado gera desgaste precoce das lonas e danos no sistema hidráulico, assim como andar em marcha ré (percursos longos e em alta velocidade) causa desgaste das engrenagens. “Excesso de chaves no chaveiro do carro demais desgasta o miolo do contato, por conta do peso”, ensina.

Mesmo depois de tantas dicas, você pode ter dúvidas, e o ideal é consultar um especialista, alguém de sua confiança ou que tenha boas indicações de seus conhecidos. Para quem não entende nada de carros, um manual é sempre bem-vindo. “A primeira dica para as iniciantes é fundamental: ler o manual do carro. Todas as informações básicas constam no manual, como os prazos de troca dos filtros de ar, óleo e combustível e a calibragem correta que você deve usar nos pneus”, finaliza o instrutor. Abaixo, confira mais dicas e ensinamentos de Júlio.

Como funciona o motor de um carro?

O motor é a fonte de energia do automóvel. Converte a energia calorífica produzida pela combustão da gasolina em energia mecânica, capaz de imprimir movimento nas rodas. O carburante, normalmente constituído por uma mistura de gasolina e ar (a mistura gasosa), é queimado no interior dos cilindros do motor.

A mistura gasosa é formada no carburador ou calculada pela injeção eletrônica, nos motores mais modernos, e admitida nas câmaras de explosão. Os pistões, que se deslocam dentro dos cilindros, comprimem a mistura que é depois inflamada por uma vela de ignição. À medida que a mistura se inflama, expande-se, empurrando o pistão para baixo.

O movimento dos pistões para cima e para baixo é convertido em movimento rotativo pelo virabrequim ou eixo de manivelas o qual, por seu turno, o transmite às rodas através da embreagem, da caixa de câmbio, do eixo de transmissão e do diferencial. Os pistões estão ligados ao virabrequim pelas bielas. Uma árvore de cames, também conhecida por árvore de comando de válvulas, movida pelo virabrequim, aciona as válvulas de admissão e escapamento situadas geralmente na parte superior de cada cilindro. Quando giramos a chave de ignição, ela aciona o motor de arranque, que faz o motor ligar.

Quais as principais peças do motor e suas funções?

Cárter – reservatório de óleo.

Bloco – que abriga o virabrequim e os pistões.

Cabeçote – parte superior e sede da câmara de combustão.

Embreagem – o conjunto da embreagem possibilita a transferência de potência e torque do motor para a transmissão de forma progressiva, fazendo com que o veículo seja colocado em movimento confortavelmente. Quando o pedal de embreagem é pressionado, interrompe-se este fluxo de potência e torque para possibilitar as mudanças de marcha.

O que são e para que servem os filtros?

São utilizados em todos os veículos e têm o objetivo de reter as partículas e outras sujeiras que possam prejudicar o desempenho dos componentes que protegem. O filtro de ar, que está localizado no início do coletor de ar, serve para reter poeira e partículas maiores que são puxadas pela aspiração do motor. Em grande parte dos carros, o de combustível fica próximo dos bicos injetores ou do carburador. O filtro de óleo, normalmente fica bem visível, por estar instalado no bloco do motor. Estes últimos têm a função de eliminar as impurezas que existem nos líquidos.

E como funcionam os freios?

Há dois sistemas: a disco e a tambor. O primeiro funciona quando duas pastilhas prendem o disco que acompanha o movimento da roda. No segundo, a pressão das lonas alojadas dentro do tambor faz com este pare a roda. A maioria dos carros hoje tem um sistema misto, a disco na frente e a tambor atrás. O funcionamento depende do fluído de freio e do estado dos discos, pastilhas, lonas e tambores.

O sistema de freio ABS (do inglês Antilock Braking System, ou sistema de antitravamento) oferece mais segurança nas frenagens graças a um dispositivo eletrônico que modula a pressão do fluído de freio nas rodas, impedindo que travem em freadas bruscas. Funciona comandado por uma unidade de controle, instalada perto do motor e ligada a quatro sensores, conectados a cada roda. Quando o pedal do freio é acionado, os sensores fazem a leitura da velocidade das rodas. A unidade de controle calcula qual roda deve girar mais devagar ou mais rápido para evitar uma derrapagem. Por isso ele é mais eficaz. E não se assuste ao usá-lo. Trepidações no pedal são normais no sistema com ABS. Mesmo com o pedal tremendo, deve-se mantê-lo pressionado, sem medo.

Quais os maiores vícios de direção e suas principais consequências?

Dirigir com o pé apoiado no pedal de embreagem: redução da vida útil do disco de embreagem em até 50%.

Falta de calibragem semanal dos pneus: desgaste irregular, aumento do consumo de combustível e desempenho prejudicado.

Andar com o tanque na reserva: entupimento dos bicos injetores ou funcionamento irregular do carburador.

Acelerar antes de desligar o motor: desgaste prematuro do motor.

Dirigir com a mão apoiada na alavanca de câmbio: diminuição da vida útil das engrenagens.

Sair em segunda marcha: desgaste prematuro do platô da embreagem.

Esquecer o afogador puxado: aumento do consumo de combustível e desempenho prejudicado e desgaste prematuro do escapamento.

Frear em ponto morto ou com a embreagem acionada: desgaste prematuro das pinças e lonas de freio e aquecimento excessivo do fluido, o que causa o aumento do espaço de frenagem.

Estacionar com as rodas apoiadas na guia: deformação e esvaziamento dos pneus, desgaste da caixa de direção e desalinhamento.

Passar em lombadas com apenas duas rodas (no canto) ou na diagonal: risco de furar as coifas das juntas homocinéticas e causar torções prejudiciais ao monobloco.

Fonte: Terra

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