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10 de dezembro de 2024

Dobra o número de amputações por acidentes de trânsito


Por Talita Inaba Publicado 07/07/2013 às 03h00 Atualizado 08/11/2022 às 23h35
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Um dado divulgado pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP deve aumentar ainda mais a discussão sobre itens de segurança obrigatórios para os motociclistas. O número de amputações em decorrência de acidentes de trânsito teve aumento de 100% de 2011, quando foram registrados 13 casos, para 2012, em que houve 26.

A maioria dos casos que acaba em amputação está relacionada a acidentes com motos, cerca de 80%. Os membros mais atingidos neste tipo de acidente são os inferiores.

“Durante a internação, esses pacientes passam, em média, por três procedimentos cirúrgicos e, nos dois anos subsequentes, 60% necessitam de reinternação e mais cirurgias”, diz o ortopedista e coordenador do grupo de trauma do instituto, Kodi Kojima.

O esmagamento dos membros em um acidente pode forçar a necessidade de tirar a perna, por exemplo, do acidentado. Segundo o levantamento, dos esmagamentos de membros, cerca de 80% são passíveis de reconstrução, 10% sofrem amputação imediata (no local do acidente) e nos outros 10% há uma tentativa inicial de preservação dos membros, mas eles acabam sendo amputados durante a hospitalização.

Perder uma parte do corpo em decorrência da falta de uso de equipamentos de segurança ou imprudência no trânsito traz outras dificuldades. “A vítima passa a sofrer de problemas psicológicos também, diante de sua nova realidade. Esses indivíduos podem passar por um ou mais do que se chama os ‘4Ds’ do amputado: divorciado, deprimido, desempregado e desmoralizado”, comenta o ortopedista.

Pedestres e motociclistas são as maiores vítimas, diz governo

Um levantamento divulgado em maio deste ano pela Secretaria Estadual de Saúde aponta que 39% das mortes no trânsito no estado foram de pedestres.

Em comparação com o número de vítimas fatais de acidentes envolvendo veículos automobilísticos, motos e bicicletas, as vítimas de atropelamentos lideram o ranking de óbitos.

Do total de 5.394 mortes por acidentes de trânsito no estado de São Paulo em 2011, 2.114 foram de pedestres, 1.721 de motociclistas, 1.273 de passageiros de veículos automobilísticos e 286 de ciclistas. Entre os tipos de colisões mais fatais estão, respectivamente, a de pedestres com automóveis, ônibus e veículos motorizados de duas ou três rodas. Entre as vítimas internadas, a maioria é motociclista.

40% dos amputados voltam a um bom nível funcional

Mulheres e idosos sentem mais

Mulheres, idosos, fumantes e pessoas com doenças prévias podem ter maior probabilidade de apresentar complicações psicossociais. “Além do impactos físicos e psicossociais causados, o custo de amputar um membro ao longo da vida pode chegar a R$ 500 mil, entre próteses, retornos médicos e reabilitação”, afirma o médico Kodi Kojima. Um caso recente de vítima que perdeu o braço (decepado, e não amputado), foi o do ciclista David Santos de Souza, atropelado na Av. Paulista.

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