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EUA querem definir padrão para transmissão de dados entre carros


Por Mariana Czerwonka Publicado 20/06/2014 às 03h00 Atualizado 08/11/2022 às 23h10
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Transmissão de dados entre carrosAs placas e sinais de trânsito foram criadas para serem reconhecidas nacionalmente e, em muitos casos, até mesmo mundialmente. Afinal de contas, tanto aqui quanto na Alemanha você sabe que um sinal vermelho significa parada, enquanto um pedestre verde indica que você pode continuar andando se estiver a pé. Buscar esse tipo de padronização também para o fluxo de dados trocados pelos veículos inteligentes é um dos objetivos do Departamento de Transportes dos Estados Unidos.

Para o diretor de inteligência da organização, Richard McKinney, a análise de informações desse setor está se tornando cada vez mais essencial não apenas para conhecer os hábitos dos transeuntes, mas também para se pensar em políticas públicas que reduzam os congestionamentos e aumentem a mobilidade. Nesse sentido, lidar com dados dos mais diferentes tipos e parâmetros pode ser um fator que dificulta bastante a tarefa, enquanto o oposto permite que as autoridades responsáveis estejam focadas no real problema.

As palavras foram proferidas durante a conferência SmartAmerica, voltada para convergência digital, e foram reportadas pelo site IT World. Em sua apresentação, McKinney sinalizou que o governo dos EUA pretende ter um papel cada vez mais ativo na definição de padrões para a troca de dados digitais, discutindo a melhor maneira de se fazer isso com líderes das indústrias automotivas e de serviços.

O governo dos EUA ainda não sabe exatamente como vai fazer isso, mas já tem um objetivo ambicioso: tornar o transporte automotivo tão seguro quanto o aéreo e reduzir drasticamente as mais de 30 mil mortes anuais que ocorrem no país. E, para fazer isso, uma tecnologia chamada DSCR vem sendo vista como uma das principais aliadas.

Sigla de “Dedicated short-range communications”, ou comunicação dedicada de curto alcance, trata-se da tecnologia que permite a comunicação entre os carros de forma a conhecer o que está adiante e prever comportamentos ou acidentes. A ideia geral é auxiliar os motoristas em seu tempo de reação por meio de um controle automatizado, bem como evitar imprudências e barbeiragens com o uso de um sistema eletrônico que garante o cumprimento das leis de trânsito.

A ideia pode até parecer interessante, mas, na visão do Departamento de Transportes, somente tem condições de ser aplicada em larga escala daqui a sete anos. E o tempo para que o uso esteja realmente popularizado a ponto de evitar acidentes é ainda maior, já que não apenas as estradas precisam ter dispositivos do tipo, mas também todos os carros que circulam nelas. Levando em conta a imensa quantidade de automóveis antigos que ainda circulam nas ruas, a modernização da frota ainda deve demorar décadas para acontecer.

Cidades como redes

Para mostrar a necessidade de aplicação de padrões, o professor de engenharia da Universidade Vanderbilt, Gabor Karsai, exibiu um diagrama no qual a visão aérea de uma cidade lembra bastante a de uma rede. As ruas são como os cabos e os dados trafegados são representados pelos veículos. Agora, imagine se cada fio e informação utilizasse um formato diferente para transporte de informações.

Karsai é mais um dos defensores de padronização no segmento automotivo e lidera uma equipe que estuda os problemas de tráfego. Mais especificamente, ele pensa em maneiras de evitar a perda de tempo e trabalho oriunda das horas que passamos, todos os dias, parados no trânsito, seja no caminho para o trabalho ou casa.

Para ele, essa não será tarefa nada fácil e, no que toca a infraestrutura, ele também está diante dos mesmos desafios encontrados pelo governo dos Estados Unidos. A modernização da frota é cara, demorada e a instalação de infraestrutura urbana é um processo igualmente custoso. Ninguém está desistindo, mas todos sabem que essa ainda é uma ideia que está a muitos anos de acontecer.

Por outro lado, isso não significa que algumas soluções não possam começar a ser aplicadas desde já. É o caso, por exemplo, de um sistema conectado a smartphones que ajuda os motoristas a encontrarem vagas de estacionamento. Por meio de sensores instalados nas ruas, por exemplo, um aplicativo seria capaz de avisar os condutores sobre a existência de lugares para parar o carro nas redondezas, evitando as longas voltas no quarteirão e a lentidão que é característica de quem está procurando um lugar para deixar o veículo.

A ideia é que esse sistema seja instalado não apenas nas vias urbanas, mas também em estacionamentos. O problema aqui, mais uma vez, é que muitas instalações do tipo não investem em tecnologia. Imagine uma situação como a do Brasil, no qual muitos negócios do tipo são meros terrenos com uma ou duas pessoas contratadas para controlar a entrada e saída de carros. Mesmo ideias simples como a do aplicativo, nesse ensejo, podem acabar levando alguns anos para estarem aplicadas de fato.

Fonte: Canal Tech

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