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10 de novembro de 2024

Acidentes de moto lideram indenizações por morte e invalidez


Por Talita Inaba Publicado 14/02/2013 às 02h00 Atualizado 08/11/2022 às 23h48
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De acordo com os últimos dados divulgados pela Seguradora Líder, administradora do Seguro DPVAT no Brasil, de janeiro a setembro de 2012, foram registradas 355.647 indenizações por acidentes de trânsito, um aumento de 39% em relação ao mesmo período do ano anterior. Chama a atenção o número de indenizações pagas às vítimas por invalidez permanente, que ultrapassou os 238 mil casos, representando 67% do volume total de pagamentos. As motos estiveram envolvidas em sete de cada dez acidentes no período, nos quais o próprio piloto foi a vítima em 73% dos casos.

Um estudo realizado pela médica Maria Helena de Mello Jorge, professora da USP, referente ao ano de 2008, revelou um aumento significativo no número de acidentes fatais com moto. Nos últimos anos, o número de óbitos cresceu 51,3%, saltando de 7.198 para 10.894, enquanto os óbitos de pedestres apresentaram queda e as de ocupantes de automóvel aumentaram quase 19%.

“A motocicleta, mais que o álcool e a direção, se tornou um grande fornecedor, no sentido negativo, de sequelados, lesionados e mortos no trânsito. Na mesma progressão das vendas (de motos), cresce o número de vítimas”, ressaltou o deputado federal Hugo Leal (PSC-RJ), autor da Lei Seca e presidente da Frente Parlamentar do Trânsito Seguro, da Câmara dos Deputados.

Sequelados

O principal enfoque do estudo médica Maria Helena foi mostrar o crescimento dos casos de sequelas. Um levantamento estatístico da Organização Mundial da Saúde aponta que, para cada morte no trânsito, 11 pessoas ficam com sequelas, 38 são internadas e 380 precisam ser atendidas em emergências.

Em média, 260 pessoas são internadas por dia no país por causa de acidentes de trânsito. Essas internações custaram ao Sistema Único de Saúde (SUS) R$ 113,4 milhões em 2008, o que representou para o poder público o gasto de R$ 1.102,97 por pessoa. Internações por causas naturais custam em média R$ 810,72 (27% a menos). Das 94.390 pessoas internadas em hospitais por acidentes de trânsito no país naquele ano, 19.736 receberam alta com algum tipo de sequela e cerca de 3.870 morreram.

Na última década, os pronto-socorros públicos vivenciaram o surgimento de verdadeira epidemia de acidentes de trânsito, sobretudo de motociclistas, que lotam as emergências e são, geralmente, casos muito graves. Em São Paulo, estado que responde por 19% de todas as indenizações pagas em 2012 pelo DPVAT, o número de internações de vítimas de politraumatismo mais do que triplicou em 10 anos, de acordo com levantamento da Secretaria da Saúde.

Em 2011 foram 8.274 internações de politraumatizados em hospitais públicos da Grande São Paulo, ante 2.489 em 2002, o que representa aumento de 232%. Em 2002, os custos com este tipo de internação foram de R$ 8,3 milhões no estado. Em 2011, chegou a R$ 27,7 milhões.

Acidentes podem ser evitados

Rodolfo Rizzoto, fundador do programa SOS Estradas e autor do livro “Acidentes Não Acontecem”, cuja segunda edição foi publicado pela Escola Nacional de Seguros e Seguradora Líder DPVAT, acredita que os acidentes de trânsito possam diminuir no futuro. “Embora ainda não possamos celebrar redução de acidentes, sabemos que as perspectivas para o futuro são bem melhores das existentes na primeira edição do livro. Entretanto está na hora de atribuirmos ao transporte responsável e humano a mesma importância que merece o respeito ao meio ambiente”, afirma o autor no Prefácio.

O livro mostra que acidentes de trânsito não são acontecimentos casuais ou fortuitos, mas previsíveis, que podem ser evitados, principalmente, com ações do poder público e mobilização da sociedade. O autor destaca que foi necessário atualizar a obra porque a obrigatoriedade da sinalização da presença de radares não vale mais; o sistema de recall de veículos vem sendo aperfeiçoado pelo governo, assim como a Lei Seca; houve, ainda, a sanção da lei que limita o tempo de direção contínua e jornada diária de motoristas profissionais.

Fonte: Segs.com

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