13 de fevereiro de 2025

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Número de mortes no trânsito brasileiro volta a crescer e atinge 34.881 em 2023


Por Mariana Czerwonka Publicado 20/01/2025 às 08h15
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Mortes no trânsito 2023
O número mantém uma tendência de alta observada desde 2020, após anos de redução consistente. Foto: JTeivans para Depositphotos

Dados consolidados pelo Ministério da Saúde revelam que, em 2023, o Brasil registrou 34.881 mortes causadas por sinistros de trânsito. O número mantém uma tendência de alta observada desde 2020, após anos de redução consistente.

Entre 2014 e 2019, o Brasil conseguiu reduzir gradativamente os índices de mortalidade no trânsito, mesmo com o crescimento contínuo da frota de veículos. No entanto, a partir de 2020, esse avanço foi interrompido. Comparando os números:

  • 2020: 32.716 mortes
  • 2021: 33.813 mortes
  • 2022: 33.894 mortes
  • 2023: 34.881 mortes

Esse aumento preocupa especialistas em segurança viária, que apontam para uma possível combinação de fatores, como o relaxamento no cumprimento de normas de trânsito e o crescimento do uso de motocicletas, veículo com maior incidência de vítimas fatais.

Motociclistas lideram mortes por categoria

Dos 34.881 mortos em 2023, 13.477 eram motociclistas, o que corresponde a quase 39% do total. Em seguida, aparecem:

  • Ocupantes de automóveis: 7.239 vítimas
  • Pedestres: 5.662 vítimas
  • Ciclistas: 1.510 vítimas

Esses dados destacam a vulnerabilidade dos motociclistas e reforçam a necessidade de políticas públicas voltadas para a conscientização, fiscalização e melhoria da infraestrutura viária.

Região Sudeste concentra maior número de mortes no trânsito em 2023

O levantamento também aponta diferenças regionais no número de fatalidades. O Sudeste lidera com 11.085 mortes, seguido pelo Nordeste com 10.655. Essas regiões, que concentram grande parte da população brasileira, são historicamente as mais afetadas.

Desafios para o futuro

Conforme Celso Mariano, especialista e diretor do Portal do Trânsito & Mobilidade, os números de 2023 acendem um alerta para governos, especialistas e sociedade. “Reverter a alta nas mortes exige esforços integrados, como investimento em educação no trânsito e reforço na fiscalização”, explica.

Para ele, é preciso ir mais além. “Enquanto tivermos apenas campanhas que são efêmeras, que têm lá sua eficiência, mas não vão fazer milagres, ao invés de programas de educação para o trânsito, enquanto deixarmos regras serem criadas ou desmontadas por quem não tem conhecimento técnico. Ou, ainda, enquanto aceitarmos as mudanças nos órgãos de trânsito colocando em cargos críticos quem não tem nem experiência, nem conhecimento, vamos ficar penando com esses números, e que não dão aquela visão de longo prazo tão necessária para que o trânsito brasileiro realmente amadureça”, conclui.

Ouça o áudio completo do especialista sobre o assunto:

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