Gás Natural é a melhor opção para quem viaja muito
O Gás Natural Veicular (GNV) é um combustível disponibilizado de forma gasosa e pouco utilizado em automóveis como alternativa ao etanol ou à gasolina. Custando em média R$ 1,89/m³ e sendo capaz de rodar de 15 quilômetros por m³, o combustível parece ser uma boa opção para economizar na hora de encher o tanque. Em meio a esse cenário, resta dúvida para quem tem carro movido por combustível líquido: vale a pena convertê-lo para rodar com gás natural? De acordo com o Sindicato dos Revendedores de Postos de Combustíveis do Ceará (Sindipostos), o preço do GNV com certeza está entre os mais vantajosos. No Ceará, o valor está, em média, R$ 1,89, frente a R$ 2,82 da gasolina e R$ 2,28 do álcool, segundo o sindicato. No entanto, existem outros custos envolvidos, que devem ser observados por quem pensa em adotar o novo combustível.
Conversão para GNV
“O carro GNV com certeza vale a pena quando vem de fábrica, isso é certo”, afirma o assessor econômico do Sindipostos, Antônio José da Costa. No entanto, qualquer carro pode ser convertido para rodar com o combustível, em uma oficina credenciada pelo Instituto Nacional de Meteorologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). O problema é o custo elevado do kit gás, podendo variar de R$ 4 a 5 mil. “O custo-benefício a longo prazo acaba sendo bem interessante, mas principalmente para quem roda muito no carro”, explica. Para que a conversão compense, é preciso que ela se pague em um tempo razoável. O ideal é que o motorista rode, pelo menos, uns 100 km por dia. Nesse caso, segundo a Companhia de Gás do Ceará (Cegás), com a atual média do preço do GNV, um equipamento de R$ 5.000 se paga em cerca de 17 meses. De nada vai adiantar, por exemplo, se o carro for trocado antes de se cobrirem os custos de adaptação. Para o estudante Fábio Bessa, a conversão do veículo para GNV não vale a pena. “O meu carro é usado por três pessoas, e ainda assim rodamos pouco, cerca de 25 km por dia”, conta. Dessa forma, o retorno do investimento com o kit é de aproximadamente 69 meses. Ou seja, o perfil do motorista deve ser o de alguém que mora longe do trabalho, viaja muito de carro ou que dependa do veículo para trabalhar, como taxistas.
Meio ambiente
O gás natural também é positivo por ter impacto mínimo sobre o meio ambiente, já que produz queima mais leve e uniforme. Veículos movidos a GNV emitem menos poluentes. Comparados aos veículos movidos à gasolina, a emissão de monóxido de carbono é reduzida em até 90%.
Problemas no motor
Como nem tudo é perfeito, existem alguns inconvenientes na utilização do gás natural: aumento de temperatura do motor, desgaste rápido dos componentes do veículo (como velas, cabo de velas) e perda da compressão. De acordo com o mecânico Antônio José Vaz, em relação ao bom funcionamento do motor, o combustível mais indicado é o etanol, seguido da gasolina. “Já tive gás natural no meu carro e não recomendo. Além dos problemas ocasionados no veículo, você perde o espaço do porta-malas [equipamento fica instalado na parte traseira do veículo], e ainda tem que reforçar a suspensão”, finaliza o mecânico.
Fonte:Jangadeiro online