21 de março de 2025

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Governo estuda implantar mais trens de alta velocidade


Por Mariana Czerwonka Publicado 14/09/2012 às 03h00 Atualizado 09/11/2022 às 00h05
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São Paulo – Três outras linhas de trens de alta velocidade (TAVs) estão em estudo no Ministério dos Transportes, além da rota que ligará as cidades de Campinas (SP), São Paulo e Rio de Janeiro. O secretário-executivo da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Hélio Mauro França, afirmou que um TAV deverá conectar São Paulo à capital mineira, Belo Horizonte. Outro trem-veloz ligará a capital paulista a uma das grandes cidades do Triângulo Mineiro (Uberlândia ou Uberaba). Por fim, um terceiro trem-veloz deverá ligar São Paulo a Curitiba (PR). O líder da ANTT foi além: afirmou que Brasília nutre a expectativa que a possibilidade de participar da construção e/ou operação destes outros três trens de alta velocidade levará as empresas a sentirem-se estimuladas a entrar no leilão do primeiro TAV (aquele que transportará passageiros entre o interior paulista e o Rio), cuja etapa inicial — voltada à definição da tecnologia do sistema — é em 29 de maio de 2013. “Os TAVs que o Ministério dos Transportes planeja construir no futuro constituem um aceno às empresas para que elas entrem nesta disputa”, ressaltou. “O Brasil é um País de enorme extensão territorial, de mais de 190 milhões de habitantes, mas que hoje praticamente não conta com transporte ferroviário de passageiros. O TAV virá para mudar esta realidade”, observou França, presente ontem na capital paulista, na 18ª Semana de Tecnologia Metroferroviária. França observou, também, que há uma série de estudos no governo para a construção de linhas de trens regionais (os quais rodam a uma velocidade menor que a dos TAVs) em todo o Brasil. “Estes trens regionais poderiam, ainda, usar a infraestrutura ferroviária já existente no País para rodar, o que tornaria mais em conta sua viabilização.” Vagas para engenheiros Também ontem Bernardo Figueiredo, presidente da estatal Empresa de Planejamento e Logística (EPL), afirmou que a massa de trabalhadores altamente qualificados que as empresas estão demitindo na Europa nos últimos tempos devido à crise econômica pode e deve ser atraída para o Brasil, onde atuaria nas enormes obras de infraestrutura que governo e iniciativa privada estão espalhando pelo País. Figueiredo citou o pacote recém-anunciado de R$ 133 bilhões de investimentos em ferrovias e rodovias que acaba de ser anunciado por Brasília. Ele deixou claro que o governo federal chegou à conclusão de que a falta de engenheiros e demais profissionais de nível superior na área das ciências exatas no Brasil pode ser um problema tão ou mais grave para a infraestrutura nacional do que a ausência de investimentos ou falhas no marco regulatório. “Há técnicos extremamente capazes e bem formados na Europa que, hoje, estão sendo subutilizados em função da crise; podemos trazê-los para cá. Esta é uma possibilidade que a gente pretende explorar”, disse o presidente da estatal. Por sinal, a respeito de tal pacote de investimentos, o executivo também fez, durante entrevista concedida na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), alguns anúncios — dentre os quais o de que as concessões anunciadas recentemente pelo governo federal nos setores de ferrovias e rodovias serão todas licitadas em 2013. A primeira fase do programa contempla a duplicação de 5,7 mil quilômetros de estradas federais e a reforma e construção de 10 mil quilômetros de ferrovias até 2018. O foco, como garante Figueiredo, é mesmo o transporte sobre trilhos: “O País tem hoje uma relação de dependência com o transporte rodoviário que é muito grande, e que nós pretendemos mudar”. Figueiredo também revelou que a EPL criará um site para que a sociedade possa acompanhar o cronograma dos projetos, o que deve acontecer assim que o governo lançar a parte do programa de concessões que se refere a portos e aeroportos — o que, ele garante, deve acontecer antes do fim deste mês. O executivo afirmou ter esperanças de que, com o crescimento e a sofisticação da malha ferroviária nacional, as empresas passem a usá-la com mais intensidade para o transporte de seus produtos: “Certos segmentos econômicos que hoje não olham para as ferrovias podem passar a olhá-las com mais atenção daqui por diante”. A respeito do assunto em questão, o diretor do Departamento de Relações Internacionais da Fiesp, Roberto Giannetti da Fonseca, comentou: “O que nós, empresários, esperamos da EPL é racionalidade logística. Desejamos que seja levada adiante a redução de custos e a otimização da eficiência neste campo de atividades, para que possamos investir”. FONTE: Panorama Brasil

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