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26 de julho de 2024

Chegada do 5G: saiba como essa tecnologia favorece as cidades inteligentes


Por Pauline Machado Publicado 04/08/2022 às 23h30 Atualizado 08/11/2022 às 21h06
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O conceito de cidades inteligentes aposta em funcionalidade, agilidade e eficiência. Veja como a chegada do 5G pode afetar a mobilidade urbana.

Com a chegada do 5G no Brasil, existe uma tendência do aumento da eficiência das cidades e da locomoção do cidadão devido à melhoria da internet. Neste sentido, o conceito de cidades inteligentes, muito falado no setor de mobilidade urbana, aposta em funcionalidade, agilidade e eficiência, a fim de se tornar útil para a sociedade.

Mas, será que somente os grandes centros podem se tornar cidades inteligentes ou cidades do interior também têm o mesmo potencial?

Sobre essas e outras questões conversamos com Luisa Peixoto, especialista em mobilidade urbana e Gerente de Políticas Públicas da Quicko – startup brasileira de mobilidade urbana.

Acompanhe!

Portal do Trânsito – O que são cidades inteligentes?

Luisa Peixoto – As cidades inteligentes são aquelas que otimizam a utilização de recursos para melhor servir a sua população. Com o apoio de tecnologias, têm como propósito o progresso econômico, social e ambiental. Dessa forma, contribuindo para o aperfeiçoamento dos serviços públicos e para a melhoria do bem-estar e da qualidade de vida dos cidadãos.

No entanto, é importante ressaltar que o planejamento de uma cidade inteligente surge de um esforço conjunto entre governo e iniciativa privada.

Portal do Trânsito – Quantas e quais são as cidades inteligentes no Brasil?

Luisa Peixoto – No Brasil, temos várias iniciativas em diversas cidades que fomentam o crescimento das cidades inteligentes. De acordo com um ranking geral do Connected Smart Cities, as que mais se destacam são: São Paulo (SP), Florianópolis (SC), Curitiba (PR), Brasília (DF) e Vitória (ES), respectivamente, nessa ordem.

Portal do Trânsito – Então, podemos entender que somente as grandes cidades podem se tornar cidades inteligentes? Por quais motivos?

Luisa Peixoto – Cidades inteligentes têm como proposta o desenvolvimento social, ambiental e econômico utilizando os recursos de modo inovativo e eficiente. Para isso, fazem o uso estratégico da tecnologia, infraestrutura, serviços e comunicação, que auxiliam no planejamento da gestão urbana e auxiliam a suprir as necessidades da sociedade.

Logo, não é necessário ser uma capital ou uma grande cidade para ser uma cidade inteligente. Todas as cidades abertas às novas iniciativas têm aptidão para integrar tecnologias e atender as demandas internas. Não é puramente sobre potencial tecnológico, mas sobre a centralização em pessoas e no atendimento de suas necessidades.

Uma questão em que as pequenas cidades podem se deparar é a do orçamento. Por isso, é muito importante que políticas públicas sejam criadas para auxiliá-las. Além disso, contar com o apoio do setor privado para que haja o impulsionamento das iniciativas propostas.

Portal do Trânsito – Nessa linha, o 5G pode tornar as chamadas cidades inteligentes, automatizadas, em realidade. Uma das aplicações já em teste em várias partes do mundo são os carros, ônibus e caminhões autônomos, sem motorista. Qual é a perspectiva desta ser uma realidade aqui no Brasil?

Luisa Peixoto – De fato, o 5G viabiliza a implementação de novas tecnologias e a utilização de carros, ônibus, trens, entre outros modais de forma automatizada e alguns dos benefícios podem ser observados no controle de  velocidade, nos semáforos, economia de energia, tendo como resultado, redução de congestionamentos, acidentes, além da melhoria no uso do sistema de transporte público. Nesse sentido, o 5G auxiliará muito no desenvolvimento do MaaS (mobilidade como um serviço), que depende de conectividade para o compartilhamento de informações em tempo real, criando um ecossistema de transportes públicos e privados unificado e eficiente. A conectividade é um entre diversos aspectos que precisam ser desenvolvidos para a integração do sistema transporte, e a priorização da qualidade do deslocamento.

A inovação também revoluciona a conectividade e melhora a vida das pessoas. Isso porque acelera a conexão entre o tempo real de ônibus e metrôs para o app de mobilidade urbana no qual o consumidor está acompanhando sua jornada diária.

 Portal do Trânsito – Como a chegada da tecnologia 5G pode – e vai – ou já beneficiar mais ainda as questões de mobilidade urbana no Brasil?

Luisa Peixoto – A maior velocidade do 5G vai contribuir para ampliar a experiência física e digital dos cidadãos na mobilidade urbana. Para a otimização da operação de transportes,  será possível implementar maior automatização por meio de inteligência artificial, ou seja, poderemos utilizar tecnologias embarcadas nos transportes públicos, como metrô, trens e ônibus, aumentando a eficiência dos modais e a interrelação entre eles. Assim, naturalmente teremos o aumento da eficiência do sistema de transporte e também informações sobre a operação em tempo real.

Em relação à experiência do usuário, com a chegada do 5G, é possível ter informações em tempo real. E, dessa forma, aumentar a confiabilidade no sistema de transporte público.  Além disso, também é possível desenvolver sistemas de pagamento muito mais ágeis e eficientes no transporte coletivo.

Outro ponto importante é que a velocidade da tecnologia pode facilitar a implementação da Mobilidade como Serviço (MaaS). Uma vez que através da aplicação inteligência na operação de transporte, da transmissão em tempo real de informações e da democratização de serviços digitais poderá oferecer um serviço centrado no consumidor. A MaaS Global, por exemplo, oferece um serviço de mensalidade que abrange os diversos serviços de transporte em um só aplicativo, o Whim, tornando- se mais eficiente do que possuir um automóvel privado. Essa experiência só será possível com a digitalização e integração dos serviços.

Portal do Trânsito – Neste sentido, e, para finalizar, o que podemos esperar para os próximos anos?

Luisa Peixoto – Muito do que irá acontecer irá depender mais das decisões dos nossos gestores públicos do que da infraestrutura que será instalada. Claro, a tecnologia viabiliza soluções, mas não é ela que torna uma cidade inteligente. Nossos reguladores e gestores devem olhar para a elaboração de políticas públicas que fomentem a inovação e atualização dos nossos serviços públicos de transporte, a implementação de soluções inovadoras por parte da iniciativa privada, sempre priorizando as pessoas e incentivando a adoção de hábitos mais sustentáveis nos deslocamentos urbanos.

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