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26 de julho de 2024

Como a política de preço da gasolina e do diesel pode afetar o bolso do motorista 

Com valor alto da gasolina, o produto final ao cliente também é afetado


Por Accio Comunicação Publicado 18/08/2023 às 13h30
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Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil.

Nesta semana (16/08) fomos todos surpreendidos com o aumento no preço dos combustíveis na origem – Petrobrás – superior a 16% para a gasolina e de 25,8% para o diesel. Analistas de mercado avaliam que o impacto na variação dos preços para os consumidores, nos postos, será da ordem de 6% para a gasolina, podendo chegar a 9% para o diesel. São também de opinião de que estes aumentos irão certamente impactar na economia, principalmente na inflação. Entenda como isso funciona.

Política de preços

Você sabia que o preço da gasolina ou do diesel pode influenciar toda a cadeia produtiva? Até maio deste ano, a Petrobras adotava a Política de Paridade de Importação (PPI). Isto é, o valor dos combustíveis era definido pelo custo da importação.  

Isso incluía as taxas portuárias e os custos de logística na composição do valor do combustível. Além disso, esse cálculo também acrescentava uma margem para remuneração de riscos ligados à operação (como volatilidade da taxa de câmbio, por exemplo).  

Porém, atualmente, a estatal deixou de adotar o PPI e está considerando outras referências para o cálculo do combustível, como o custo alternativo do cliente e o valor marginal para a Petrobras. 

O custo alternativo do cliente contempla as principais alternativas de suprimento, sejam fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos substitutos. Já o valor marginal é baseado no custo de oportunidade, dadas às diversas alternativas para a companhia dentre elas, produção, importação e exportação do referido produto e/ou dos petróleos utilizados no refino”, diz a estatal em comunicado divulgado em maio de 2023. 

Valor elevado do combustível pode afetar o consumidor final?

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil.  

Em entrevista ao Portal do Trânsito, o economista e CEO do Grupo Datacenso, Cláudio Shimoyama, afirma que, em primeiro lugar, o valor alto do petróleo se deve à estabilidade do preço do barril.  

“Atualmente, o preço do petróleo no Brasil está mais caro que a paridade com o mercado internacional, porque o valor do barril do petróleo está estável nesse momento. Essa política evitará as mudanças repentinas de preços”, diz.  

Cláudio ressalta que o preço do barril do petróleo reflete imediatamente nos valores da gasolina e do diesel. “Embora haja um impacto direto, também existem diversas abordagens de análise de custo-benefício no mercado, o que permite uma escolha mais criteriosa do fornecedor ideal”, diz. 

É bom lembrar que o valor elevado do diesel, por exemplo, também afeta o consumidor final.

“Ocorre, através do aumento dos transportes e fretes, o que na cadeia produtiva eleva o aumento dos insumos; o que, por sua vez, aumenta os preços da alimentação, turismo…”, analisa.  

Além disso, o preço elevado também impacta no valor do transporte coletivo, com o aumento das passagens e da mobilidade urbana, gás de cozinha e outros.  

Cláudio Shimoyama afirma que a situação econômica do Brasil e os conflitos globais podem gerar aumento do barril do petróleo – e, consequentemente, elevar o valor dos combustíveis.  

Como funciona o valor distribuído pela Petrobras atualmente?  

Confira abaixo os fatores determinantes para o valor da gasolina e do diesel: 

Gasolina 

R$ 5,53 * – preço médio no país (*em 16 de agosto de 2023)  

  • R$ 1,84 (33,3%): parcela Petrobras;  
  • R$ 1,22 (22,1%): imposto estadual;  
  • R$ 1,11 (20,1%): distribuição e revenda;  
  • R$ 0,67 (12,1%): custo etanol anidro;  
  • R$ 0,69 (12,5%): imposto federal.  

Diesel  

O cálculo do diesel possui o acréscimo do biodiesel, no cálculo:  

R$ 5,08 * – preço médio no país.  

  • R$ 2,69 (53,0%): parcela Petrobras;  
  • R$ 0,95 (18,7%): imposto estadual;  
  • R$ 0,94 (18,5%): distribuição e revenda;
  • R$ 0,50 (9,8%): custo do biodiesel;  
  • R$ 0,00 (0%): imposto federal.  

* Elaboração dos valores feita a partir de dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo) assim como do CEPEA/USP (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da USP).  

O Portal do Trânsito foi às ruas para saber a opinião dos consumidores. Veja a reportagem completa!

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