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11 de novembro de 2024

Explosão de carro com GNV alerta para falta de fiscalização e descumprimento da lei


Por Assessoria de Imprensa Publicado 27/07/2022 às 17h00 Atualizado 08/11/2022 às 21h06
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A explosão de carro com GNV aconteceu no Rio de Janeiro durante o abastecimento do veículo. Federação faz alerta.

A Federação Nacional da Inspeção Veicular (FENIVE) divulgou uma nota lamentando o acidente ocorrido na manhã da última terça-feira (26), em um posto de combustíveis em São Francisco Xavier, na Zona Norte do Rio de Janeiro, com a explosão de carro com GNV durante o abastecimento de um veículo.

O episódio resultou em duas pessoas gravemente feridas e, segundo a FENIVE, mostra a importância de se fazer os procedimentos exigidos por lei no momento da conversão do veículo para gás natural.

O levantamento preliminar realizado por especialistas em inspeção veicular que foram até o local do acidente mostrou que o cilindro presente no carro envolvido no acidente não é o mesmo que havia sido inspecionado no veículo em 2021. A inspeção veicular periódica é uma das exigências legais para que o carro que passou pela conversão possa circular regularmente.

Conforme apontaram as análises preliminares, o cilindro que estourou teria sido retirado de um veículo que havia sido roubado em 2016. Como pode se observar na foto acima, é provável que o cilindro passou por incêndio e, depois de ter sido repintado e adulterado, foi instalado no veículo. “Não é possível afirmar se o proprietário do veículo tinha ciência disto. Outras afirmações só serão possíveis depois do resultado final da perícia”, diz a nota.

Estatísticas

Dados de junho de 2022 da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) mostram que existem mais de 2,6 milhões de veículos com GNV (Gás Natural Veicular) instalados no Brasil. “O Rio de Janeiro é o estado com o maior número de veículos com GNV, provavelmente pela cultura criada, com grande rede de abastecimento de combustível e desconto no IPVA. São mais de 1,6 milhão de veículos registrados com o combustível gasoso”, afirma a Federação.

Instalação GNV

GNV é combustível limpo, que pode representar até 40% de economia de dinheiro em relação aos combustíveis líquidos, dependendo do motor, uso e preço dos combustíveis. Os sistemas modernos proporcionam bom desempenho do motor, com economia e segurança. O sistema de GNV é seguro. Os componentes são certificados pelo Inmetro e passam por rigorosos testes de confiabilidade. Cilindros de GNV, por exemplo, podem ser alvejados por projéteis de fuzil, sem estourar, e suportam pressões muito maiores que aquelas do abastecimento.

Em geral, instala-se o GNV nos veículos usados, através de um processo simples de modificação veicular. O cidadão solicita autorização prévia ao Detran, realiza a instalação do kit em oficina homologada pelo Inmetro, para então realizar a inspeção veicular em empresas acreditadas pelo Inmetro e licenciadas pela Senatran (ITL – Instituição Técnica Licenciada).

“Após a inspeção, o veículo é regularizado no Detran, que inclui o combustível no documento. Todos os anos os veículos com GNV devem passar por inspeção periódica para verificação do sistema GNV e demais sistemas de segurança do veículo. Quando aprovado, o proprietário do veículo recebe o selo GNV, de porte obrigatório. A cada cinco anos o cilindro deve passar por um processo de requalificação para garantir suas características mecânicas”, explica a FENIVE.

Entretanto, a frota de veículos com instalação irregular de GNV é alta, colocando todos em risco.

A Fenive tem feito pesquisas de campo de veículos abastecendo com GNV em diversas cidades, com foco no Rio de Janeiro. Constatou-se que mais de 40% dos veículos que abasteceram tinham alguma irregularidade.

Cerca de 39% dos veículos pesquisados estavam com a inspeção veicular periódica vencida. Além disso, outros 15% não tinham nenhuma inspeção registrada. 95% dos veículos pesquisados foram no Estado do RJ. A pesquisa aconteceu com recurso das associações que fazem parte da Fenive, utilizando o banco de dados dos organismos de inspeção através do aplicativo GNV Legal, desenvolvido pelo grupo Otimiza, que fornece sistemas para as empresas.

Em outros estados, o índice de veículos irregulares passa de 40%, como em Minas Gerais e Paraná, por exemplo. “Há Estados que possuem leis para tentar coibir abastecimento de veículos irregulares, exigindo a apresentação do selo GNV, mas a FENIVE entende que somente com sistemas informatizados será possível controlar estes abastecimentos. Em Santa Catarina há uma lei estadual que prevê a leitura de selo GNV com chip para desbloquear o abastecimento na bomba. Mas a lei ainda está sendo implementada”.

Acidentes

Não há estatísticas oficiais de sinistros envolvendo explosão de carro com GNV instalado. No entanto, só no Rio de Janeiro ocorreram pelo menos oito acidentes entre 2016 e 2019. Houve outro acidente, por exemplo, em Maceió, em 2020. Os acidentes ocorreram com veículos irregulares, com cilindros sem condições de uso.

“A FENIVE tem procurado o Inmetro desde 2018. O objetivo seria desenvolver ferramentas sistêmicas com integração para melhorar o controle dos sistemas de instalação de GNV, mas sem sucesso. O Inmetro tem ciência dos dados apurados com o aplicativo GNV Legal”, conclui.

As informações são da Assessoria de Comunicação da FENIVE

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