Grávidas podem dirigir, mas com segurança
Não há nada no Código de Trânsito Brasileiro que proíba as grávidas de dirigirem, mas as recomendações médicas devem ser levadas em conta
Mariana Czerwonka
Há muitos mitos que rondam a gravidez. Um deles é de que não é possível dirigir durante a gravidez. “A princípio as grávidas podem dirigir, mas como tudo na vida é uma questão de bom senso, a gestante deve ponderar se está se sentindo bem para essa função”, explica o obstetra, Dr. Mauro Sancozki.
Algumas mudanças físicas na mulher podem contribuir com o aparecimento de sintomas que tornam o ato de dirigir mais difícil. Nos primeiros meses a mulher tende a sentir muitas náuseas, enjoos e tonturas. “Se estiver com algum destes sintomas o melhor é evitar, pois geralmente o trânsito é muito estressante e contribui para a piora desse estado”, diz o obstetra.
Já no final da gestação, conforme aumenta o volume abdominal a gestante deve tomar alguns cuidados. “As mulheres grávidas devem estar numa posição confortável e segura para dirigir, com o banco um pouco afastado, mas de forma com que alcancem os pedais. A barriga não pode ficar muito próxima ao volante, os riscos aumentam e são potencializados se o carro possuir airbag”. Para ele, nesses casos o melhor é não dirigir e nem ocupar o banco da frente do veículo.
Outro assunto tabu é o uso do cinto de segurança. De acordo com pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina, muitas mulheres ignoram a forma correta, o posicionamento e as exigências legais da utilização do cinto de segurança. Além disso, muitas delas não usam alegando desconforto e medo de prejudicar o feto, porém o cinto de segurança é fundamental e obrigatório para todo mundo, inclusive às gestantes. “O cuidado que as grávidas devem ter é usar o cinto de três pontos passando pelos ombros, entre os seios e abaixo da barriga”, afirma Elaine Sizilo, especialista em trânsito e consultora do Portal.
Grávidas em motocicletas
Na motocicleta o assunto muda. Para o obstetra, a gestante nunca deve transitar neste tipo de veículo. “Qualquer queda com a moto pode expor o feto a riscos e, além disso, na motocicleta os corpos do passageiro e do condutor devem acompanhar os movimentos do veículo, o que não é uma tarefa simples para mulheres grávidas”, aconselha Dr. Sancozski.