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12 de novembro de 2024

Vandalismo contra o transporte público: quem paga a conta?

Este tipo de vandalismo gera prejuízos não somente às empresas de ônibus, mas, sobretudo, à população que utiliza o transporte público.


Por Pauline Machado Publicado 15/12/2022 às 13h30
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Na noite da última segunda-feira, 12, um grupo contrário aos resultados das últimas eleições queimou três carros e cinco ônibus, além de ter depredado uma delegacia, e tentado invadir a sede da Polícia Federal em Brasília, no Distrito Federal. Os reflexos dos atos de vandalismo se estenderam para a terça-feira, 13, em que o transporte público apresentou atrasos, além da Esplanada dos Ministérios e da Praça dos Três Poderes terem amanhecido fechadas.

Em nota

Diante dos fatos, a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), instituição que representa mais de 500 empresas operadoras e entidades do setor de transportes por ônibus no Brasil, lamenta assim como repudia os referidos atos de vandalismo ocorridos no início da semana, caracterizando o ocorrido como uma prática criminosa. Esta vandalismo gera prejuízos não somente às empresas de ônibus, mas, sobretudo, à população que utiliza o transporte público.

A NTU ressalta, ainda, que desde 2004, monitora a ocorrência de incêndios em ônibus no Brasil. O levantamento registrou, somente este ano, 62 veículos queimados, incluindo as últimas cinco ocorrências, contra 69 casos em 2021.

Ainda de acordo com a Associação, desde o início do monitoramento, já foram registrados 2.700 veículos incendiados, em todas as regiões do país. Com destaque para o Sudeste, com 71% dos casos, seguido pela região Nordeste, com 16%. “É inadmissível que o ônibus seja usado como meio de protesto por grupos de vândalos ou facções criminosas. Assim, colocando vidas em risco e gerando enormes prejuízos, inclusive por motivos que não têm nada a ver com o transporte coletivo”, lamenta Francisco Christovam, presidente-executivo da NTU.

Apoio da segurança pública

A NTU acrescenta ainda, que, em seu entendimento, somente a presença do Estado, por meio da atuação da segurança pública, pode inibir ações desse tipo. “São prejuízos que não podem ser embutidos nos custos das empresas. No entanto, acabam sendo absorvidos por elas”, adverte Christovam. Ele acrescenta, ainda, o fato de tais ocorrências não serem cobertas por seguradoras, assim sendo, prejudicando as empresas. E, principalmente, os passageiros.

Consequências

Nos registros de acompanhamento desses atos de vandalismo, a NTU registrou no período de 1987 a 2022, a ocorrência de 20 mortes e 79 feridos graves.

A NTU informa ainda, que a queima de um único ônibus representa um prejuízo estimado de R500 mil. Além, é claro, de reduzir a oferta do serviço para os passageiros.

“Quem coloca fogo em ônibus não tem ideia dos riscos e nem do quanto essa prática afeta quem usa o serviço. Um ônibus queimado pode demorar três meses ou mais para ser reposto, a depender da situação da empresa”, ressalta o  presidente-executivo da NTU.

De acordo com a publicação Fogueiras da Insensatez, lançada em 2018 pela NTU em parceria com a Confederação Nacional do Transporte (CNT), ocorreu um aumento do número de casos de ônibus incendiados, a partir de 2013. Ano que registrou fortes protestos de rua contra o reajuste das passagens de ônibus. Entre 2004 e 2018, a quantidade de ônibus queimados teria o potencial para transportar uma quantidade superior a um milhão de passageiros, por dia.

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