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26 de julho de 2024

Motorista que usa o celular e dirige a 100 km/h anda 54m às cegas


Por Mariana Czerwonka Publicado 03/03/2014 às 03h00 Atualizado 08/11/2022 às 23h17
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Uso do celular ao volante

Ação é considerada infração média, gera multa de R$ 85 e 4 pontos na CNH. Pesquisador da USP São Carlos diz que distração repentina causa acidentes

Um estudo do Departamento de Engenharia de Transportes da USP São Carlos (SP) mostra o quanto dirigir e mexer no celular ao mesmo tempo é arriscado. Segundo o levantamento, só para dar uma espiada rápida em uma mensagem de texto, por exemplo, é preciso desviar o olhar por pelo menos dois segundos. Se o carro estiver a 100 quilômetros por hora, o motorista vai andar pelo menos 54 metros às cegas. A ação é considerada infração média e gera quatro pontos na carteira, além de multa de R$ 85.

Dentro da cidade, a situação não é diferente. Se o veículo estiver a 60 quilômetros por hora e desviar o olhar do trânsito por dois segundos, vai andar 34 metros às cegas. “Ao se distrair é como se ela tivesse colocado uma venda nos olhos e ao voltar a prestar atenção, se aparece um cachorro, ela vai ter uma ação repentina e vai se envolver num acidente”, explicou professor de Engenharia de Transportes da USP José Leomar Fernandes Junior.

Dados da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) apontam que enviar uma mensagem pelo celular no volante aumenta em 20 vezes o risco de acidentes de trânsito. Outras ações como acender um cigarro ou procurar um objeto na carteira também desviam a atenção do motorista. Nesses casos, ele levaria cerca de três segundos e se estivesse a 100 quilômetros por hora, percorreria 80 metros às cegas.

Ao sintonizar o rádio, são quatro segundos de desatenção e quase 110 metros de distância ‘vendado’. Ao discar para um telefone, o motorista perde a atenção do volante por cinco segundos, o tempo que o veículo leva para andar cerca de 135 metros a 100 quilômetros por hora.

Risco
De acordo com o professor da USP, uma pessoa atenta leva pouco mais de um segundo para perceber um obstáculo e reagir. Qualquer distração, por menor que seja, pode tomar mais tempo. Se o celular estiver fora do alcance do motorista, o risco é ainda maior.

Fernandes Junior explicou que mesmo as pessoas treinadas e com muito reflexo, quando distraídas, podem se envolver em acidentes. “O campeão de fórmula 1 Michael Schumacer se envolveu num acidente, teve uma colisão traseira porque estava distraído sintonizando uma rádio”, ressaltou.

Reação
Motoristas desatentos demoram mais para reagir diante de um imprevisto, mais até do que um motorista  embriagado. A orientação, portanto, deve começar na autoescola. “Desde a primeira aula a gente orienta a desligar o celular e evitá-lo ao máximo. Por ele ser um aprendiz, exige muita atenção dele, então ele deve direcioná-la somente para a direção mesmo e para os comandos do veículo’’, disse o instrutor de autoescola Thiago de Paiva.

Comer, beber, fumar ou ainda mexer no rádio ou ar-condicionado do veículo enquanto dirige, também caracterizam infração média porque o motorista usa apenas uma das mãos para dirigir.

Fonte: G1 Notícias

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