Motoristas gastam R$ 4,8 bi a mais de gasolina em SP
Uma pesquisa da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-EAESP) apontou que os motoristas da cidade de São Paulo tiveram um custo maior de R$ 4,85 bilhões com combustível em 2012 por causa dos congestionamentos. O valor é 41% maior que o estimado há dez anos – período em que a frota de veículos da capital paulista cresceu 47%, para 4,8 milhão de automóveis, com média de 0,42 carro por habitante.
O cálculo foi feito com base na diferença de consumo de carros se movendo a uma velocidade média de 50 km/h (sem trânsito) e a 17,5 km/h, que foi a velocidade média registrada em 2011 – último ano com dados fornecidos pela CET. Levando em consideração o preço médio de litro da gasolina a R$ 2,60, segundo dados da ANP, a fórmula calculou quanto os motoristas gastam a mais para percorrer 30 km diários durante 210 dias (253 dias úteis menos 43 dias de rodízio).
O estudo também apresentou valores adicionais com diesel para os ônibus, prejuízos para as empresas de transporte de carga e problemas relacionados à poluição, que elevam a soma para R$ 9,98 bilhões no total com gastos pecuniários. Mas este não é o único tipo de prejuízo provocado pelos congestionamentos. De acordo com a pesquisa, o volume de perdas provocadas pelo trânsito em São Paulo atingiu R$ 40 bilhões no ano passado.
Este total leva em conta o chamado custo de oportunidade dos motoristas e passageiros que ficam “inúteis” no trânsito. Com dados do Produto Interno Bruto (PIB) e da população economicamente ativa da cidade, calculou-se uma média de R$ 44,31 o valor que cada trabalhador produz por hora nos dias úteis. A pesquisa considerou uma média de três pessoas por carro e a extensão dos congestionamentos registrados para chegar a um valor de R$ 30,1 bilhões perdidos com a ociosidade de trabalhadores no trânsito em 2012.
Entre 2002 e 2012, o custo de oportunidade triplicou nominalmente, de R$ 10,3 bilhões para R$ 30,2 bilhões. “Os congestionamentos em São Paulo não são um mero problema local, mas um gargalo nacional. A lentidão crescente dos deslocamentos implica custos bilionários. E mais grave ainda, a tendência é que continuem aumentando, pois a frota prossegue em firme expansão”, afirma o estudo coordenado pelo vice-presidente da FGV, Marcos Cintra.
Fonte: Expresso MT