Mulheres conquistam espaço dos homens em táxis
Ela acorda às 5h30 e prepara o café. Vaidosa, se arruma pensando em cada detalhe do figurino, do cabelo à maquiagem. Pega o carro e vai para o trabalho. Essa poderia ser a rotina de qualquer mulher que hoje integra o mercado de trabalho. Mas para Ria Filomena Areoso Fernandes, de 48 anos, é mais uma conquista da autonomia feminina. Ela dirige um dos táxis que circulam pela capital e tem orgulho do que faz.
“Gosto muito do meu trabalho. Faço o meu horário, tenho contato com o público e o trabalho é rentável”, disse Rita, que há três anos trocou o comércio que tinha para ser motorista de táxi autônoma em uma das frotas da capital.
Apesar de o número de mulheres que são motoristas de táxi ainda ser pequeno na cidade de São Paulo, elas estão crescendo na profissão, considerada um reduto masculino. Hoje elas somam cerca de 20% dos motoristas da capital que dirigem 32.766 táxis, número que inclui os comuns, os especiais e os rádio-táxi.
Os motivos que têm levado as mulheres para o volante são dois: o desemprego, provocado principalmente pela falta de qualificação, e a regulamentação da profissão de taxista por meio da Lei 12.468, de 26 de agosto de 2011, que deu mais garantias trabalhistas ao motorista, inclusive o direito a carteira assinada e aposentadoria por tempo de serviço.
“As mulheres estão ocupando, aos poucos, seu lugar no setor. Percebemos que, além de demonstrar capacidade e cordialidade ao volante, um dos desafios que elas estão conseguindo vencer é o de conciliar a vida profissional com a vida pessoal”, afirmou o presidente da Adetax (Associação das Empresas de Táxi de Frota do Município de São Paulo), Ricardo Auriemma.
Para ele, o segredo para ser um bom taxista, e as mulheres fazem com muita destreza, é tratar bem todos os clientes e estar com o veículo sempre arrumado e limpo. Porém, para Rita esse não é um segredo, é uma obrigação. O carro que ela dirige está sempre limpo e cheiroso, o que chama a atenção dos clientes. “Sempre que um passageiro entra no carro já nota a diferença.”
Fonte: Diário de São Paulo