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Seguro auto: como fechou 2020 e quais são as tendências para 2021


Por Pauline Machado Publicado 10/03/2021 às 18h00 Atualizado 08/11/2022 às 21h33
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Pesquisa mostra como a pandemia do coronavírus afetou o mercado de seguro auto e aponta perspectivas para 2021. 

Seguro auto 2021Foto: Arquivo Tecnodata.

Não só a economia brasileira, mas, a do mundo inteiro ainda sofre com os reflexos causados pela pandemia do coronavírus, seja na queda das vendas, na arrecadação, ou na contratação de produtos ou serviços, o que inclui o setor de seguros.

De acordo com pesquisa realizada pela Smartia Seguros em parceria com a TEx, o segmento de seguro auto foi um dos mais afetados, registrando grande queda na contratação e no pagamento de contratos já ativos.

De acordo com a Confederação Nacional das Empresas de Seguros (CNSeg) houve queda de mais de 5% na arrecadação dos seguros de automóveis, entre janeiro e julho de 2020, se comparado com o mesmo período de 2019.

Outra razão que levou à queda da contratação dos seguros auto no Brasil foi a baixa na venda de carros no país.

Os novos veículos são alguns dos principais contratantes de proteções. No entanto, entre janeiro e agosto, a venda de carros sofreu uma baixa de 27,5%, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

Os especialistas responsáveis pelo levantamento indicam que que tais declínios são resultados da queda da renda das famílias brasileiras, que diante da crise tiveram que escolher quais débitos seriam quitados. Além disso, durante a pandemia as pessoas passaram a trabalhar de casa, no modelo home office, logo, os carros passaram a ser menos usados, reduzindo os riscos de roubo, acidentes e, consequentemente, a necessidade de contar com um seguro para os veículos.

O ramo sofreu diversos outros impactos, como a queda no preço dos seguros de auto, tipos de proteções contratadas, pagamentos e vistorias.

Queda no preço dos seguros

A pesquisa apontou ainda que já em 2021, o preço médio dos seguros auto teve queda de 15%, considerando as renovações dos serviços. O motivo é a preocupação dos consumidores na hora de continuar os contratos, o que muitas vezes os leva a cancelar as apólices. Para evitar tal comportamento, as seguradoras diminuíram os valores dos prêmios para incentivar os usuários a manterem os pagamentos em dia. Algumas seguradoras ofereceram até 44% de desconto no seguro de carro para renovação.

O valor das apólices de contratação de novos seguros teve queda média de 5% e condições de pagamento mais flexíveis.

Mudança no modelo e pagamento dos seguros

Os reflexos da pandemia também promoveram mudanças no modelo dos seguros. Agora, vários fatores influenciam o valor do seguro no ato da cotação. Incluindo as coberturas contratadas – quanto maior o número de coberturas para o carro, mais cara a proteção.

Sabendo disso, os consumidores mudaram o perfil de seguros contratados, gerando um aumento de 45% nas contratações de seguros mais básicos e enxutos. Nesses casos, as coberturas geralmente incluem apenas situações de furto e roubo.

As mudanças também foram no aumento do número de parcelas para pagamento.

De acordo com o estudo da TEx, em novembro último, 43% dos usuários segurados tinham contratos parcelados em dez ou mais vezes. Ou seja, o valor total do prêmio do seguro foi pago em mais de dez parcelas. Antes da pandemia, apenas 38% faziam o pagamento parcelado em tantas mensalidades.

Além disso, o levantamento identificou que as seguradoras passaram a realizar a maior parte das suas vistorias de forma on-line. Ao invés de o carro ser analisado pessoalmente, o usuário passou a enviar fotos para análise técnica.

Tendências para 2021

A expectativa é que 2021 continue vivendo os reflexos da pandemia do coronavírus. O desemprego, por exemplo, ainda deve marcar boa parte deste ano, considerando a alta taxa que atingiu 14,6% no trimestre julho-setembro/2020, logo, os impactos na renda da população ainda devem influenciar bastante suas escolhas de débitos.

Neste cenário, existe a grande possibilidade de que os seguros contratados sejam mais baratos. Possivelmente, muitas famílias deixem de contratar o serviço em detrimento de outras despesas. Ainda assim, a Superintendência de Seguros Privados – Susep estima que o número de clientes de seguros suba no primeiro semestre de 2021, em comparação com o registrado no primeiro semestre de 2020.

Outro impacto para este ano deve ser a continuidade do atendimento on-line já que a crise em 2020 mostrou a muitas seguradoras a necessidade de adaptação para o virtual. E, como muitas delas já aderiram a estas soluções, é esperada uma continuidade desse tipo de atendimento.

Desse modo é bem provável que o consumidor continue a ser atendido por assistência virtual via sites e aplicativos, realizando vistorias e contratação on-line, entre outras soluções sem precisar sair de casa.

Além disso, a perspectiva é no crescimento da contratação dos chamados seguros intermitentes, pay-per-use – aqueles que os usuários podem “ligar e desligar”, pagando apenas pelo tempo que usar. Esta modalidade tende a ser mais barata, atraindo o segurado para a sua contratação.

Em suma, o estudo destaca que o ano de 2020 foi de desafio para toda a economia. E o ano de 2021 deve ser um período de recuperação, que, embora seja lenta, fará o seguro auto e outros seguros serem contratados com mais frequência.

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