18 de dezembro de 2025

O fim das locadoras de veículos?


Por Rodrigo Vargas de Souza Publicado 06/12/2019 às 03h00 Atualizado 02/11/2022 às 20h07
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Locação de veículosFoto: Freeimage.com

O conceito de propriedade vem se transformando com o passar dos anos, fato que já explorei neste outro artigo. E essa tendência possivelmente aumentará com as novas gerações. Isso tem um impacto enorme no setor automotivo. Entendendo essas transformações, as locadoras de veículos passaram a abocanhar uma bela fatia do mercado, sendo responsáveis, no caso de algumas montadoras, pela compra de mais da metade dos veículos vendidos pela marca.

A Localiza, por exemplo, somente no primeiro semestre do ano, teve uma receita líquida de R$ 2,38 bilhões, representando um crescimento de 36,8% em comparação ao mesmo período do ano anterior, segundo a InfoMoney. Mas o grande “pulo do gato” da empresa foi sua entrada no mercado de usados, a qual foi responsável por quase 60% da receita total da empresa, passando de pouco mais de R$ 0,97 bilhões para incríveis R$ 1,38 bilhões em vendas.

Mas, como na vida nem tudo são flores… parece que a “farra” das locadoras está prestes a terminar. A razão disso é que há alguns meses a Toyota resolveu contra atacar, entrando também no mercado de locação de veículos. A ideia dos japoneses é não ser mais apenas uma produtora e revendedora de carros, mas uma uma empresa de “mobility as a service”. Através de um aplicativo, hoje já é possível alugar um Etios Sedã automático, por exemplo, por R$ 19 a hora e R$ 99 a diária, diretamente da montadora.

E qual o efeito disso? Pode ter certeza que muito em breve, assim como os japoneses, os amiguinhos coreanos também irão querer entrar nessa brincadeira, seguindo pelos chineses, os europeus e até os americanos. Mas, fica a dúvida: o que acontecerá com as locadoras de veículos?

No mercado atual, vocação é quase que um pré-requisito para que os negócios, independente da área, mantenham-se vivos. As locadoras de veículos precisam urgentemente se reinventar e pensar em um novo modelo de negócios, sob pena de desaparecerem nos próximos anos (talvez meses). Caso elas (e você também) não ache isso possível, deixo a seguir algumas imagens que, talvez, possam refrescar a sua memória…

ultrapassados

Rodrigo Vargas de Souza

Sou formado em Psicologia pela Unisinos, atuo desde 2009 como Agente de Fiscalização de Trânsito e Transporte na EPTC, órgão Gestor do trânsito na cidade de Porto Alegre. Desde 2015, lotado na Coordenação de Educação para Mobilidade do mesmo órgão.Procuro nos meus textos colocar em discussão alguns dos processos envolvidos na relação do sujeito com o automóvel, percebendo a importância que o trânsito, espaço-tempo desse encontro, vem se tornando um problema de saúde pública. Tendo como objetivos, além de uma crítica às atuais contribuições (ou falta delas) da Psicologia para com a área do trânsito, a problematização da relação entre homem e máquina, os processos de subjetivação derivados dessa relação e suas consequências para o trânsito.Sendo assim, me parece urgente a pesquisa na área, de forma a se chegar a uma anuência metodológica e ética. Bem como a necessidade de a Psicologia do Trânsito posicionar-se de forma a abrir passagem para novas formas heterogêneas de atuação, que considerem as singularidades ao invés de servirem como mais um mecanismo de serialização das experiências humanas.

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