14 de dezembro de 2025

Eu jamais teria um SUV. E você?


Por Rodrigo Vargas de Souza Publicado 12/02/2019 às 02h00 Atualizado 02/11/2022 às 20h13
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SUVFoto: Pixabay.com

Existem carros para todo o tipo de público e para todo o tipo de bolso. Não estou aqui para fazer juízo de valor sobre o que é melhor ou pior, pois o que é melhor para mim pode não ser para você. Existe o carro para a família, carro para jovens, carro para mulheres, para o empresário, para o surfista, para o tiozão… enfim, uma infinidade de modelos, cada qual para um público-alvo específico.

Os veículos utilitários, conhecidos como SUVs (do inglês Sport Utility Vehicle), são veículos grandes, variações de caminhonetes, geralmente equipados com tração nas quatro rodas, o que confere a eles a capacidade de rodar sobre todo o tipo de terreno (on– e off-road). Embora pareçam mais com caminhonetes pelo seu porte avantajado, seu design interior lembra uma “perua”, como são conhecidas no Brasil as SW (station wagons), carros de extensa carroceria destinado ao uso familiar.

O IPVA, ou Imposto Sobre Propriedade de Veículos Automotores, foi criado em 1985 para substituir a então cobrada Taxa Rodoviária Única (TRU), desde o ano de 1969, já que, com a criação dos pedágios, não poderiam ser cobrados dois impostos com a mesma finalidade. O valor arrecadado é dividido meio a meio entre o estado e o município no qual o veículo foi emplacado e pode variar de estado para estado e conforme o valor de mercado do veículo.

Em 2016 o deputado Vicentinho Júnior (PR-TO) propôs a PEC 231/16, a qual impactaria diretamente os proprietários de SUVs, pois modificava a atual forma de cobrança do IPVA, passando a considerar o peso do veículo para definir o valor do tributo devido. A ideia era substituir o critério pelo de desgaste causado por cada tipo de veículo, vinculado ao peso do carro. A PEC foi arquivada e os deputados entraram em seus carros (provavelmente SUVs), foram para suas casas e nunca mais falaram do assunto.

Não vou entrar aqui novamente na discussão sobre custos de se manter um veículo, sobretudo desse porte, assuntos já abordados em artigos como O RITO DE PASSAGEM (de ônibus!) e em RECEITA DEFINITIVA PARA EMAGRECER: COMPRE UM CARRO!. Nem tão pouco me ater a questões ambientais, de consumo consciente de combustível e poluição… Como falei no início, não quero fazer juízo de valor. Não estou aqui para julgar o que é certo ou errado, mas trazer algum subsídio para uma rápida reflexão. A final, tenho meus princípios. Você pode até tentar me convencer do contrário nos comentários abaixo, mas, no que diz respeito a carros e mulheres, ainda prefiro os modelos compactos…

Rodrigo Vargas de Souza

Sou formado em Psicologia pela Unisinos, atuo desde 2009 como Agente de Fiscalização de Trânsito e Transporte na EPTC, órgão Gestor do trânsito na cidade de Porto Alegre. Desde 2015, lotado na Coordenação de Educação para Mobilidade do mesmo órgão.Procuro nos meus textos colocar em discussão alguns dos processos envolvidos na relação do sujeito com o automóvel, percebendo a importância que o trânsito, espaço-tempo desse encontro, vem se tornando um problema de saúde pública. Tendo como objetivos, além de uma crítica às atuais contribuições (ou falta delas) da Psicologia para com a área do trânsito, a problematização da relação entre homem e máquina, os processos de subjetivação derivados dessa relação e suas consequências para o trânsito.Sendo assim, me parece urgente a pesquisa na área, de forma a se chegar a uma anuência metodológica e ética. Bem como a necessidade de a Psicologia do Trânsito posicionar-se de forma a abrir passagem para novas formas heterogêneas de atuação, que considerem as singularidades ao invés de servirem como mais um mecanismo de serialização das experiências humanas.

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