06 de dezembro de 2025

Em qualquer lugar da Terra em menos de uma hora. O que você acharia?


Por Rodrigo Vargas de Souza Publicado 21/07/2021 às 21h00 Atualizado 02/11/2022 às 19h58
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Você já pensou viajar da Inglaterra para os Estados Unidos em apenas 29 minutos? Essa é a promessa de Elon Musk, CEO da Tesla e da Space X. Leia o post de Rodrigo Vargas.

Viagem rápidaFoto: Divulgação do autor

Durante muitos anos o principal meio de transporte da humanidade foi pelo mar. Ainda consigo lembrar de, durante as aulas de história, imaginar o quão sofridas deveriam ser as viagens durante o período das grandes navegações, entre os séculos XV e XVII, que levavam meses…

Realidade que foi modificando-se à medida que a tecnologia avançava. O famoso transatlântico RMS Titanic, levaria sete dias para realizar sua primeira viagem do porto de Southampton (Inglaterra) a Nova Yorque (Estados Unidos) em 1912, caso não tivesse encontrado algumas “pedras pelo caminho”.

Atualmente, a mesma viagem pode ser realizada de avião em aproximadamente 7 horas de voo. Mas e se fosse possível realizar este percurso em 29 minutos?

Essa é mais uma das polêmicas promessas de Elon Musk, CEO da Tesla e da Space X. Dentre as suas futurísticas ideias já tivemos desde um carro que trabalha para o seu dono até uma cápsula que transporta os passageiros por um duto à vácuo levitando por eletromagnetismo a uma velocidade acima de 1000 km/h!

Entretanto, nada disso chega perto dos planos que ele tem para a Space X.

Fundada em 2002, a Space Exploration Technologies Corp, ou somente Space X como é conhecida, a empresa nasceu com o singelo propósito de reduzir os custos de transporte espacial e permitir a colonização de Marte. Sendo a primeira empresa privada a chegar à órbita terrestre com um foguete de combustível líquido (em 2008), traz como principal diferencial dos foguetes anteriores a possibilidade de reutilização dos veículos de lançamento o que, juntamente com outras medidas, foi capaz de diminuir os custos de lançamento em aproximadamente 10 vezes.

Porém, os planos da empresa não se limitam à exploração e ao turismo espacial. Além disso, Musk também pretende utilizar os foguetes da Space X para viagens intercontinentais, nas quais, segundo o CEO, seria possível chegar a qualquer lugar da terra em menos de uma hora. Uma viagem de Nova York a Xangai, por exemplo, que de avião leva praticamente um dia inteiro, pela Space X levariam míseros 39 minutos.

Isso só seria possível pois, após atingir a atmosfera terrestre, a viagem ocorreria a incríveis 27.000 km/h! E o que é mais fantástico: custando praticamente o mesmo valor de uma passagem de avião comum.

Ainda que você não acredite nas promessas de Elon Musk ou duvide da viabilidade delas, há de reconhecer a sua genialidade. Sua capacidade de pensar de forma disruptiva e dar a tecnologias, sejam novas ou já existentes, usos jamais imaginados, me faz lembrar muito de outro grande inventor. Nesse sentido, o genial Oskar Hans Wolfgang Coester, que faleceu recentemente, deixando-nos como legado uma tecnologia fantástica chamada Aeromovel.

No entanto, antes de sua partida, Coester já advertia sobre as dificuldades de se implementar novas tecnologias:

“A maior dificuldade ainda, é vencer preconceitos. Toda inovação sempre entra em choque com costumes, tradições e interesses.” (Oskar Coester)

Espero sinceramente que, assim como o Aeromovel e o próprio Titanic, a Space X não encontre muitas “pedras pelo caminho”…

Rodrigo Vargas de Souza

Sou formado em Psicologia pela Unisinos, atuo desde 2009 como Agente de Fiscalização de Trânsito e Transporte na EPTC, órgão Gestor do trânsito na cidade de Porto Alegre. Desde 2015, lotado na Coordenação de Educação para Mobilidade do mesmo órgão.Procuro nos meus textos colocar em discussão alguns dos processos envolvidos na relação do sujeito com o automóvel, percebendo a importância que o trânsito, espaço-tempo desse encontro, vem se tornando um problema de saúde pública. Tendo como objetivos, além de uma crítica às atuais contribuições (ou falta delas) da Psicologia para com a área do trânsito, a problematização da relação entre homem e máquina, os processos de subjetivação derivados dessa relação e suas consequências para o trânsito.Sendo assim, me parece urgente a pesquisa na área, de forma a se chegar a uma anuência metodológica e ética. Bem como a necessidade de a Psicologia do Trânsito posicionar-se de forma a abrir passagem para novas formas heterogêneas de atuação, que considerem as singularidades ao invés de servirem como mais um mecanismo de serialização das experiências humanas.

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