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12 de dezembro de 2024

Educação no trânsito pode diminuir o número de acidentes?  

Confira o porquê não apenas motoristas, mas ciclistas e pedestres precisam entender regras básicas sobre trânsito


Por Accio Comunicação Publicado 25/11/2023 às 13h30
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Fatalidades entre motociclistas
Foto: Divulgação IMMU

Levantamento feito pela Polícia Rodoviária Federal mostra que os atropelamentos estão entre as maiores causas de morte nas estradas brasileiras há anos. Para diminuir essas estatísticas, um ponto crucial é investir em educação no trânsito. E não apenas para motoristas. Ciclistas e pedestres também precisam conhecer as regras básicas para que possam trafegar com segurança.  

Existem assuntos que nunca saem de moda. E a educação de trânsito é um deles. Este foi o tema do programa Com a Palavra, uma iniciativa da Rádio e Televisão Educativa do Paraná (RTVE) para debater o trânsito. Nesta edição, realizada em 2009*, a apresentadora, à época, Fabíola Guimarães entrevistou Celso Mariano, diretor do Portal do Trânsito, que debateu junto com outros três especialistas dicas para melhorar o trânsito no Brasil. As orientações continuam valendo e os especialistas dão uma aula sobre prevenção de acidentes, que vale a pena ser revista. 

A entrevista contou também com o Tenente Silvio Cordeiro de Paula, na época Relações Públicas do Batalhão de Polícia de Trânsito do Paraná (BPTran); Maria Helena Gussu Matos, que era coordenadora de educação no trânsito do Detran, do Paraná; e Luiz Cláudio Brito Patricio, analista de informática que fazia parte da ONG Grupo Transporte Humano. Luiz havia vendido o carro há dois anos e tornou a bicicleta seu principal meio de transporte, chegando a percorrer 400 km todos os meses de bicicleta.  

Confira a seguir dicas de segurança para ciclistas. Afinal qual o sentido mais seguro ao andar de bicicleta, a favor ou contrário aos carros? Leia a seguir.  

Onde o ciclista tem que andar no trânsito? 

De acordo com o que foi dito por Maria Helena, ex-coordenadora de educação no trânsito do Detran, do Paraná, o ciclista deve seguir a mesma orientação dos veículos. “Ele é um veículo de propulsão humana, então deve seguir também as mesmas normas que são ditadas para os veículos. É preciso que o ciclista conheça essas regras também”, orienta. 

Ela explica que há a mão certa de direção, justamente para gerar uma percepção de todos estarem no mesmo caminho e terem uma noção de distância e de equilíbrio.

“Se um veículo vai cruzar uma preferencial, ele tem certeza que só vem veículo no sentido. Se vem um ciclista do outro lado, que comumente acho que tem que andar na contramão, o motorista não vai olhar pra lá porque ele sabe que só vem carros daqui”.  

“Se um veículo vai cruzar uma preferencial, ele tem certeza que só vem veículo no sentido. Se vem um ciclista do outro lado, que comumente acho que tem que andar na contramão, o motorista não vai olhar pra lá porque ele sabe que só vem carros daqui”.  

O Tenente Silvio de Paula reforçou que outro ponto importante é a sinalização. “Se um ciclista quiser fazer algum tipo de sinalização pra mudar de faixa ou atravessar a via, ele vindo de frente terá dificuldade em fazer a sinalização. Mas se estiver na mesma direção e sinalizar, automaticamente o condutor vai se ater”.   

Luis que além de pedalar tem experiência como motorista reforçou na prática o quão mais seguro andar no sentido dos carros. Ele explica que a probabilidade de um carro encostar em um ciclista que está andando à sua frente na mesma direção é muito menor, porque o motorista está vendo o ciclista.

“Já se o ciclista está vindo na contramão e um carro está vindo de uma garagem ou de uma rua qualquer, o motorista vai olhar só para o lado do fluxo dos veículos. Se vem uma bicicleta na contramão e ele for saindo, o choque é praticamente inevitável. A noite então, nem se fala: pedalar com aquele monte de luz na cara é impossível, é chegar em casa com dor de cabeça”, complementa.

E por fim, Celso lembra que a lei também foi crida para buscar um menor impacto. “Há um princípio da lei da física básico: que uma pessoa bater a 80 km por hora num poste, o choque equivale a energia dispersada por 80 km por hora. Dois carros baterem a 80 km por hora de frente equivale a bater num objeto fixo a 160 km por hora. Então, sempre que todos os veículos andam na mesma direção, mesmo que haja uma colisão traseira, o efeito danoso é menor”, explica. 

Ciclista pode andar na calçada? 

Ciclista em bicicleta elétrica circula pela orla do Rio de Janeiro Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Maria Helena alertou que existem regras para que o ciclista possa pedalar com segurança, senão ele se coloca em risco e coloca os demais em risco.

“O ciclista deve andar sempre na mão dos veículos. E quando ele está desmontado, ele é equiparado a um pedestre. Ele não pode circular nas calçadas quando está em cima, pedalando. Ele tem que empurrar a bicicleta e ele aí é considerado um pedestre”.  

Desinformação pode causar acidentes 

A falta de educação no trânsito e a dificuldade de interpretar leis é uma realidade no Brasil. Celso Mariano alerta que há acidentes que ocorrem em decorrência de outras ocorrências anteriores.  “Nós temos vários acidentes que quando são desconstruídos, quando se vai analisar o porquê aconteceu esse acidente, você vai descobrir coisas surpreendentes. Por exemplo: um carro que subiu na calçada e atropelou quem estava no ponto de ônibus. Você pode descobrir que ele fez isso, porque um pedestre atravessou a rua sem olhar para os lados”.  

Em decorrência, ele faz a seguinte indagação: “Quem é que ensina atravessar a rua? Nós vivemos uma época em que os pais encaram a escola como estacionamento de filho. Quem é que ensina o seu filho, com quem você aprendeu a atravessar a rua? Isso é básico e nós cometemos o crime no Brasil, infelizmente, e é um problema da educação, de considerar que o básico é tão simples que não tem importância não precisa se falar”.  

A informação é essencial e se dá através de um trabalho educativo, que precisa chegar a todos, independente se o cidadão será um condutor e, portanto, irá frequentar um Centro de Formação de Condutor (CFC) ou não.

“Todo condutor é pedestre, mas nem todo pedestre é motorista, quer dizer, ele não recebeu essas informações. Então de alguma forma essa educação, essa informação tem que chegar pra ele”, finaliza Maria Helena. 

Quer aprender mais sobre trânsito? Confira a reportagem na íntegra no vídeo abaixo. 

Entrevista Parte 1

Entrevista Parte 2

* Entrevista veiculada em 2009. Os cargos contidos nessa matéria podem ter sido atualizados após este período.

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