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09 de dezembro de 2024

Quem tem a Doença de Alzheimer pode dirigir?  

Confira como o Mal de Alzheimer pode afetar o condutor


Por Accio Comunicação Publicado 05/12/2023 às 13h30
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Brasília (DF), 22/09/2023 – Natália Duarte e seu pai, Ítalo, que tem a doença de Alzheimer. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Será que o Alzheimer pode afetar o motorista no momento em que ele estiver no trânsito? O mal de Alzheimer (ou doença de Alzheimer) surge mais comumente em pessoas com 60 anos de idade ou mais, mas a origem ainda é desconhecida. De acordo com o neurologista, Dr. Fernando Spina Tensini, o Alzheimer é uma doença complexa.  

“O Alzheimer é a principal causa de demência no mundo e tem aumentado sua prevalência à medida que a população envelhece”, destaca o Dr. Tensini.  

De acordo com o neurologista, os sintomas mais comuns do Alzheimer são: o esquecimento, a redução da capacidade de linguagem e alterações de comportamento. Além disso, há outras alterações como a desorientação temporal e espacial, por exemplo. 

“Outras alterações como dificuldade de concentração, desinibição social, desorientação temporal e espacial, incapacidade para operar aparelhos simples como telefones e controles remoto também pode surgir com a doença”, ressalta.  

Para o neurologista e professor da Faculdade Pitágoras, Dr. Frederico Lacerda, a doença de Alzheimer é multifatorial.  

“No cérebro, essa proteína depende da forma da doença de Alzheimer. Ela pode se modificar, mas de uma forma geral, é a beta-amiloide, onde você tem agregados essas proteínas dentro das células do cérebro, isso leva à destruição progressiva dessas células”, explica.  

Entretanto, Lacerda ressalta que as pessoas que possuem a doença não devem dirigir. “Eles têm dificuldade de atenção, de função executiva, de planejamento e dificuldades motoras, sem contar, obviamente, questões ligadas à orientação e à memória”, complementa o neurologista.  

Como a doença de Alzheimer pode afetar o motorista? 

De acordo com o Ministério da Saúde, a sobrevida após o diagnóstico do mal de Alzheimer oscila entre 8 e 10 anos. Confira abaixo como é feito a divisão do quadro clínico da doença de Alzheimer. 

  • Estágio 1 (forma inicial): alterações na memória, na personalidade e nas habilidades visuais e espaciais; 
  • Estágio 2 (forma moderada): dificuldade para falar, realizar tarefas simples e coordenar movimentos. Agitação e insônia; 
  • Estágio 3 (forma grave): resistência à execução de tarefas diárias. Incontinência urinária e fecal. Dificuldade para comer. Deficiência motora progressiva; 
  • Estágio 4 (terminal): restrição ao leito. Mutismo. Dor à deglutição. Infecções intercorrentes.  

Para o neurologista, Dr. Fernando Spina Tensini, a demência do Alzheimer é classificada como leve, moderada ou grave, baseada na dependência de terceiros que o paciente apresentar ao realizar atividades.  

“No estágio leve, há uma dependência apenas para algumas atividades pontuais. Nesses casos, a pessoa ainda possui capacidade para dirigir em trechos mais conhecidos. Alguns dos sintomas acima podem prejudicar a correta direção. A desorientação espacial, por exemplo, vai impedir a pessoa de realizar um trajeto correto”, detalha.  

Por fim, outra questão abordada por Tensini é a desatenção. Isso pode levar o motorista a furar sinais ou a não obedecer a sinalização, por exemplo.  

Além disso, pacientes de Alzheimer também podem apresentar quadros de desinibição e isso pode desencadear um comportamento agressivo no trânsito.  

 “A perda de memória recente faz esquecer onde estacionou o carro ou mesmo qual o destino final da viagem”, finaliza o neurologista, Dr. Fernando Spina Tensini.  

Existe limitações ao dirigir para quem tem Alzheimer? 

Nurse assisting senior man
Foto: Ebserh. 

Para o Dr. Frederico Lacerda, pacientes com a doença possuem algumas limitações funcionais. “Existem critérios para você estabelecer essa impossibilidade, que podem ser definidos em consulta”.  

Além disso, os sintomas da doença de Alzheimer também podem afetar a capacidade de conduzir um veículo.  

“O paciente pode ter um surto onde ele, durante alguns minutos, pode não saber para onde estava indo. Então, isso pode ser problemático. Como ele tem um déficit de atenção, pode estar mais sujeito a acidentes de trânsito. Mesmo em baixa velocidade, dentro da cidade, ele poderia acabar atropelando alguém”, destaca Lacerda.  

Mesmo com pacientes em tratamento, a impulsividade é maior e pode levar a atos inadequados no trânsito. “E, mesmo nos pacientes que fazem tratamento, não há possibilidade de retorno a essas funções”, conclui o neurologista.  

Existe tratamento para a doença de Alzheimer?  

De acordo com o Ministério da Saúde, ter hábitos e estilos saudáveis e manter a cabeça ativa pode retardar a manifestação do Alzheimer.  

Ou seja, estudar, ler, refletir, fazer exercícios de aritmética e participar de jogos inteligentes ou atividades em grupo são formas de prevenir ou retardar o surgimento do mal de Alzheimer. 

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