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Saiba quais são as características necessárias para ser instrutor de trânsito


Por Pauline Machado Publicado 08/12/2021 às 11h15 Atualizado 08/11/2022 às 21h18
 Tempo de leitura estimado: 00:00

A profissão de instrutor de trânsito, pela sua natureza pedagógica, requer algumas características, como por exemplo, a proatividade. Veja outras.

Muitos leitores nos escrevem com dúvidas sobre quais são os pré-requisitos e características para ser um instrutor de trânsito, também conhecido como instrutor de autoescola ou de Centro de Formação de Condutores (CFC), e sobre qual é o cenário atual do mercado de trabalho para este profissional.

Diante dessa demanda, conversamos com o presidente da Federação Nacional das Autoescolas (Feneauto) e do Sindicato das Autoescolas do estado de SP (Sindautoescola.SP), Magnelson Carlos de Souza e com Mauricio Pontello, diretor da rede Totus Vita de Ensino para o Trânsito,  para entender as exigências e as oportunidades do setor.

A profissão no Brasil

A Classificação Brasileira de Ocupações – CBO, do Ministério de Trabalho e Emprego relaciona 68 profissões regulamentadas. Dentre elas está a de instrutor de trânsito, regulamentada pela Lei 12.302 de 02 de agosto de 2010.

Mauricio PontelloMauricio Pontello é diretor da rede Totus Vita de Ensino para o Trânsito. Foto: Arquivo Pessoal.

De acordo com Mauricio Pontello, o fato de uma profissão ser regulamentada revela seu caráter de relevância diante da sociedade. Nesse sentido, é a lei que estabelece deveres dos profissionais, critérios de qualificação e ainda prevê a fiscalização da atividade profissional. O objetivo é garantir que a população esteja segura diante do exercício dessa profissão. “A confirmação está na Lei 9.503 de 23 de setembro de 1997, intitulada Código de Trânsito Brasileiro (CTB) que estabelece que o candidato habilitado terá em seu prontuário a identificação de seus instrutores e examinadores, que serão passíveis de punição conforme regulamentação a ser estabelecida pelo CONTRAN. É na Resolução 789 de 18 de junho de 2020 que encontramos os detalhes da formação desse profissional”, explica Mauricio Pontello.

A formação

Em primeiro lugar é preciso preencher as seguintes exigências estabelecidas em lei para fazer o curso de instrutor de autoescola, conforme o anexo III da Resolução 789/20:

  • ser maior de 21 anos;
  • comprovar escolaridade de ensino médio;
  • ser habilitado no mínimo há dois anos;
  • ser aprovado em avaliação psicológica para fins pedagógicos.

Pontello enfatiza que a formação de instrutor de trânsito habilita-o ao exercício da atividade tanto de instrutor teórico, quanto de prática veicular e que a carga horária do curso de formação de Instrutor de Trânsito é de 180 horas/aula. Elas são distribuídas em seis módulos totalizando 11 disciplinas, que estão divididas em três blocos:

  • as pedagógicas como a didática;
  • as de conteúdos técnicos como a legislação de trânsito e;
  • as de práticas como a prática do ensino.

Ainda de acordo com ele, a estrutura curricular básica do curso de formação de instrutor de trânsito é uma só, não havendo distinção quanto ao tipo de veículo, se carro, moto, ônibus ou caminhão. Ele explica que o instrutor poderá instruir candidatos à habilitação para categoria igual ou inferior àquela em que esteja habilitado. Por exemplo, um futuro instrutor habilitado na categoria A (moto) poderá dar aulas a candidatos a essa habilitação, o habilitado na categoria B a candidatos a essa categoria e assim sucessivamente.

“Assim, comprova-se mais uma vez, a importância de se realizar um bom curso que permita ao futuro instrutor receber as devidas orientações quando da prática do ensino. É no processo de formação desse profissional que as competências, ou seja, a qualidade de apreciar e resolver um problema, bem como as habilidades, aplicação prática da competência, o saber fazer, serão trabalhadas para que ele tenha condições de ensinar”, orienta.

Características específicas para quem quer ser instrutor de trânsito

A profissão de instrutor de trânsito, pela sua natureza pedagógica, de ensino, requer do profissional algumas características,  como:

1 – Gostar de aprender: só é possível ensinar se gostarmos de aprender. É o nosso conhecimento que nos diferencia no momento de ensinar;

2 – Ser disciplinado e organizado: isso ajuda a transmitir ensinamento com clareza e torna as aulas mais produtivas;

3 – Ser paciente e empático: entender a necessidade, bem como a limitação do aluno e procurar construir a solução junto com ele;

4 – Ser proativo: buscar a solução para o melhor resultado do aluno;

5 – Cultivar e praticar valores: respeito, perdão, compaixão são valores inerentes aos humanos e quando praticados produzem frutos imediatos e duradouros.

De acordo com Mauricio Pontello, mais do que tratar os alunos com urbanidade como preceitua a regra da profissão, ou preparar o candidato para o exame final que possibilitará a obtenção da CNH, o instrutor de trânsito tem a oportunidade de num curto período de tempo, contribuir para que aquele novo condutor seja um cidadão mais ciente da necessidade de uma cultura de paz e preservação da vida.

“Portanto, estamos falando sobre um profissional de fundamental importância na formação do condutor. Isso porque ele não passa somente técnicas de como operar um veículo automotor. O profissional faz um trabalho de cidadania e conscientização para que os seus alunos possam efetivamente assumir o seu papel de cidadãos conscientes no trânsito”, corrobora o presidente da Feneauto, Magnelson Carlos de Souza.

Mercado de trabalho e o papel do instrutor de trânsito

Magnelson Carlos de SouzaMagnelson Carlos de Souza é presidente da Federação Nacional das Autoescolas (Feneauto) e do Sindicato das Autoescolas do estado de SP (Sindautoescola.SP). Foto: Arquivo Pessoal

O atual mercado de trabalho está aquecido e muitas autoescolas e CFCs estão admitindo novos profissionais para seus quadros. A princípio, muitas vezes não se exige experiência anterior, sendo uma ótima oportunidade de emprego e de uma nova profissão.

Além disso, a profissão de instrutor de trânsito pode levar o profissional a escalar uma carreira. Isso é possível através da especialização, tornando-se, por exemplo, um instrutor de cursos especializados ou mesmo um diretor de CFC e examinador de trânsito.

“Pessoas que procuram o mercado geralmente possuem ensino médio completo, com idades entre 25 e 45 anos e que buscam uma nova profissão. Ou, ainda, pessoas que já trabalham em áreas distintas e buscam novas oportunidades. Além disso, temos as pessoas que trabalham em transportadoras ou empresas de ônibus que fazem o curso para poderem ministrar os treinamentos internos”, ilustra Magnelson.

Para ele, o mundo e o Brasil passam por um processo de profunda transformação comportamental e a tecnologia está avançando a passos largos.

“É imprescindível que os instrutores de trânsito assumam o seu papel de protagonismo nesse momento de transformações e novas tendências. Temos que aprimorar e modernizar as nossas técnicas, transmitindo novos ensinamentos, a percepção de risco, conduta e postura adequadas no trânsito para os novos condutores. Somente assim estaremos garantindo a nossa relevância e importância no cenário do trânsito. Assim como, estaremos contribuindo na diminuição da acidentalidade e mortalidade do trânsito brasileiro”, ressalta e finaliza.

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