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11 de dezembro de 2024

Brasil é o 4º país com mais mortes no trânsito, diz pesquisa


Por Mariana Czerwonka Publicado 06/09/2014 às 03h00 Atualizado 08/11/2022 às 23h05
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“O Brasil é o 4º país no mundo em mortes no trânsito. Os jovens de 20 e 29 anos estão na faixa de maior incidência de vítimas de acidentes”. A informação é de Renata Marques, coordenadora de uma campanha voltada à direção segura, ao lembrar levantamento do Instituto Avante Brasil, entidade sem fins lucrativos voltada à prevenção do crime e da violência.

Renata coordena a campanha Best Driver, (melhor motorista, em tradução livre do inglês), da fabricante de pneus Michelin, destinada a premiar no final do ano com um carro 0 km o universitário que, através de monitoramento eletrônico, provar ser o condutor mais seguro entre concorrentes de um total de 15 instituições de ensino superior do país.

Ela citou dois fatores como prejudiciais e perigosos: o uso de celular e a ingestão de bebida alcoólica. Estudo feito pela Universidade Federal de São Paulo (USP) mostra que 27% dos jovens disseram ter dirigido após beber e 57% pegaram carona com algum amigo bêbado. Pesquisa da seguradora Allianz sobre o uso do celular aponta que esta ação já é responsável por três em cada dez acidentes. No levantamento, 40% confessaram fazer ligações sem usar o viva-voz, 30% admitiram ler mensagens de texto e 20% assumiram escrever mensagens ao volante. “Mandar mensagens pelo celular provoca uma cegueira momentânea, tirando o foco da direção e podendo provocar um acidente. É melhor deixar para depois”, aconselha Renata Marques. A frase “Como estou dirigindo?”, seguida de um número de telefone, é utilizada em forma de adesivo na traseira dos veículos de empresas privadas e órgãos públicos para possibilitar uma possível denúncia contra a má direção do motorista. Mas, será que o condutor que lê a pergunta reflete se a maneira que conduz seu próprio carro é segura? E os jovens, estão sendo responsáveis ao dirigir? É possível que boa parte não o faça. A campanha será lançada em Salvador em outubro, para os estudantes da Universidade Federal da Bahia (Ufba), visando levar informação para este público sobre a importância da direção defensiva. Renata, explica que o Brasil foi escolhido como pioneiro por causa da sua triste realidade em acidentes. Lei Seca Fabrizio Muller, superintendente de Trânsito e Transporte de Salvador, acredita que a Lei Seca está sendo importante na conscientização dos motoristas soteropolitanos. “Observamos resultados positivos desde o início das blitze diárias, em março de 2013. A busca por táxi aumentou e também a volta para casa com motoristas que não bebem”, conta o gestor. Resultado não condiz com boa qualidade das ações educativas Segundo informações de Eduardo Biavati, professor do Departamento de História da USP, no Brasil, o número de vítimas com idades entre 15 e 29 anos chega a representar quase 25% do total de mortos no trânsito, conforme dados apresentados pelo Ministério da Saúde. Esses acidentes representam a segunda causa de morte entre jovens, superando todas as outras causas naturais. Jovens e homens, como seria de se esperar: 80,2% dos jovens mortos são do sexo masculino. Ele disse que, em termos de qualidade dos programas de educação para o trânsito, muito pouco parece faltar ao Brasil em comparação com a Alemanha, Austrália e, em muitos aspectos, com os Estados Unidos. Se na teoria fazemos o mesmo e quase tudo igual a eles, resta então investigar e atacar as causas do número alarmante de acidentes, já que os resultados são tão díspares em relação a países mais avançados. A partir dos 15 anos de idade, a mortalidade no trânsito quadruplica no Brasil e não para de se agravar até o final da terceira década de vida dos cidadãos. O Brasil está entre os países que possuem um currículo nacional de educação para o trânsito, desenvolvem este tipo de ação desde a infância até o final da educação básica, formam docentes para implementar educação para o trânsito, possuem um sistema de habilitação nacional, contam com campanhas públicas de prevenção sistemáticas. Afinal, o trabalho é ineficiente ou simplesmente insuficiente no Brasil? Quais são nossas lacunas à luz da experiência de outras sociedades? Falta efetiva punição aos infratores? São perguntas feitas a todo momento pelo cidadão.

Fonte: A Tarde

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