Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nossos sites, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar o Portal do Trânsito, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

10 de dezembro de 2024

De cada 10 acidentes de trânsito, 7 envolvem motociclistas


Por Mariana Czerwonka Publicado 04/02/2013 às 02h00 Atualizado 08/11/2022 às 23h49
Ouvir: 00:00

De cada dez acidentes de trânsito ocorridos no país em 2012, sete envolvem motociclistas. Segundo o Denatran, a frota de motos em todo o Brasil cresceu quase 400% nos últimos 10 anos, duas vezes mais do que a de veículos. Para o órgão, o maior número de motocicletas nas ruas das cidades brasileiras eleva a quantidade de acidentes envolvendo seus condutores. Em 2011, 48% das internações em hospitais públicos foram de motociclistas, de um total de 153 mil, aponta o Ministério da Saúde.

Nos primeiros noves meses de 2012 (janeiro a setembro), foram pagas 355.647 indenizações do Seguro DPVAT em todo território nacional. Um crescimento de 39% se comparado ao mesmo período de 2011. Na divisão por tipo de veículos, 69% foram indenizações para acidentados com motos, 25% com carros de passeio, 4% caminhão e 2% ônibus e microônibus. A indenização pode ser solicitada por qualquer pessoa ou familiar em casos de morte, invalidez permanente ou reembolso de despesas médicas ou hospitalares devido a acidentes de trânsito (saiba mais sobre o DPVAT aqui).

O aumento do número de motos, que, por sua vez, elevou o número de acidentes, também provocou o crescimento de uma outra estatística, a da taxa de mortalidade. A quantidade de óbitos em acidentes com motos subiu 21%, de 8.898 em 2008 para 10.825 em 2011. Atualmente, o número de motociclistas mortos no trânsito é de 5,7 para cada grupo de 100 mil habitantes. A estatística supera o número de pedestres mortos, 5,1, e as vítimas de outros veículos, 5,4, que engloba carros de passeio, ônibus e caminhões.

Nesse ritmo, os custos com internações passaram de R$ 2,29 milhões, em 2008, para R$ 4,6 milhões em 2011. Na Bahia, os gastos do Sistema Único de Saúde (SUS) tiveram aumento de 102%, o segundo maior do Brasil nos últimos quatro anos, atrás somente de Goiás. De 2008 a 2011, foram 12.325 internações que custaram R$ 14,6 milhões aos cofres públicos.

Homens entre as maiores vítimas

A maioria das vítimas é formada por homens, com idades entre 18 e 34 anos, ou seja, em idade economicamente ativa, segundo dados da Seguradora Líder DPVAT, administradora do Seguro DPVAT no Brasil. “Existe, nesse caso, o fator preponderante da profissão (motoboys), que é mais do sexo masculino”, explica Angela Amparo, assessora de Relações Institucionais da Seguradora.

Os motivos para os acidentes com motos no trânsito são variados, mas o principal problema aponta para a imprudência. No Brasil inteiro, são 17 milhões de motocicletas nas ruas, mas apenas 1,4 milhões de pessoas estão habilitadas a conduzi-las. Na Bahia, não há registros de quantos trafegam sem a autorização dos órgãos de trânsito.

“Grande parte não tem habilitação e essas pessoas desconhecem regras básicas de conduta no trânsito e não tiveram a preparação necessária para conduzir uma motocicleta”, afirma o major Genésio Luide, do Departamento de Trânsito da Bahia (Detran-Ba).

Nas ruas de Salvador, o comportamento inadequado de muitos motociclistas chama a atenção. Não é difícil, em circulação pela cidade, encontrar motos que trafegam nos corredores que se formam entre os carros – o que é proibido, já que, uma moto deve ocupar o mesmo espaço de um carro -; ou mesmo flagar mais de uma pessoa na carona ou condutores sem capacete.

Sobre o despreparo dos motociclistas, o major acrescenta: “A imprudência é o principal fator de acidente. O que temos pedido sempre é que se evite a pressa no trânsito, que leva ao excesso de velocidade em um espaço cada vez menor nas ruas, o que acaba desencadeando essa guerra entre motos e veículos”.

Leis de trânsito

A legislação de trânsito é clara quando obriga todos os motociclistas a usarem o capacete. O equipamento é de extrema importância para evitar lesões e fraturas na cabeça, tendo em vista que os condutores de motocicleta, pela falta de proteção desse tipo de veículo, estão muito mais expostos do que os motoristas dos carros. “O código não fala da obrigatoriedade de jaquetas, luvas e joelheiras, o que fica como uma dica para se proteger”, realça o major Luide.

Embora credite parte das ocorrências ao comportamento no trânsito, Genésio Luide reconhece as falhas do código de trânsito, que exige mesma carga horária e disciplinas nas aulas de formação de condutores de motos e veículos. De acordo com o major, existe um projeto no Denatran para melhorar a formação dos condutores, com carga horária e disciplinas adequadas a cada especificidade.

Enquanto as modificações não são realizadas e os cursos e campanhas feitas pelos órgãos que disciplinam e tratam do trânsito pouco interferem na redução das estatísticas, o mais indicado é ficar atento às dicas para evitar acidentes.

“É importante evitar excesso de velocidade, respeitar as leis de trânsito, dar manutenção à moto e não responder às provocações, fechadas e insultos. O trânsito precisa ser mais humanizado”, finaliza Luíde.

Fonte: A Tarde

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *