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06 de outubro de 2024

Mais de 33 motociclistas morrem por dia no Brasil devido à violência no trânsito

Em 2022, últimos dados oficiais disponíveis, 12.058 motociclistas foram vítimas fatais da violência do trânsito brasileiro.


Por Mariana Czerwonka Publicado 26/06/2024 às 08h00
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Motociclistas no trânsito
Em 2022, últimos dados oficiais disponíveis, 12.058 motociclistas foram vítimas fatais da violência do trânsito brasileiro. Foto: Yuriy_Vlasenko para Depositphotos

Em 2022, últimos dados oficiais disponíveis, 12.058 motociclistas foram vítimas fatais da violência do trânsito brasileiro. Ou seja, são mais de 33 motociclistas que morrem nas vias brasileiras. Outra estatística assustadora é que somente em 2023, houve a internação de mais de 1 milhão de pessoas no Brasil, vítimas de sinistros envolvendo motos. Os dados são do Ministério da Saúde.

De acordo com Celso Mariano, especialista e diretor do Portal do Trânsito & Mobilidade, desde 1997 há um caso mal resolvido em relação à circulação de motocicletas, que foi o veto ao Art.56 do então recém promulgado Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que proibia o tráfego de motos no corredor.

“Na época, e essa foi a razão do veto, se defendia à utilidade inquestionável das motocicletas nos serviços de entrega, que ao longo de todos esses anos, especialmente recentemente na pandemia, demonstrou o quanto é necessário e o quanto a sociedade se beneficia desse tipo de serviço”, relembra.

O especialista cita também o crescimento desproporcional do número de motocicletas nas ruas brasileiras. “É cada vez mais comum essa grande quantidade de motociclistas circulando para lá e para cá e isso tem feito crescer também uma parte muito indesejada, preocupante, perigosa, que é o envolvimento desse tipo de veículo em acidentes”, afirma.

Para ele, os motivos pelos quais isso acontece são diversos. “Nós temos desde problemas com os próprios veículos, com a tecnologia oferecida, com os itens de segurança da motocicleta e aqueles que devem ser utilizados pelos condutores e passageiros, como calçados, vestimenta adequada e capacete. Outro fato é que tecnologias mais modernas que tornariam o veículo menos perigoso, demoram para chegar no país ou às vezes nem chegam”, pontua Mariano.

Formação de motociclistas

Outro grave problema, de acordo com Mariano, é a formação desses condutores. E essa não é uma situação que ocorre só no Brasil.

“Todos os países têm lá suas dúvidas de qual seria a melhor forma de preparar os condutores para dirigir um veículo de duas rodas. Há muita polêmica nesse assunto, mas há alguns consensos, como por exemplo, que é uma temeridade preparar esse condutor que vai transportar bens e pessoas, apenas em pista fechada”, argumenta.

Fiscalização

Recentemente uma matéria do Portal do Trânsito mostrou que 13 estados brasileiros possuem a frota de motocicletas maior do que o número de habilitados na categoria A. Ou seja, além de uma formação de condutores deficiente ainda há inúmeras pessoas que dirigem sem habilitação. “Também temos muitos problemas na área de legislação e de fiscalização. Por exemplo, quem está pilotando motos para fazer entregas deveria realizar o curso especializado na condução de motofrete ou de mototáxi, que é um capítulo à parte, inclusive, nessas preocupações todas. Mas parece que nada disso nesse quesito de formar um condutor especializado é levado a sério no Brasil”, alerta Mariano.

Soluções

O especialista ressalta que o primeiro passo para a solução desse problema é enxergá-lo. “Precisamos de uma tomada de consciência de que realmente é um problema que deve se tratar em todas as esferas em que ele está influenciando, inclusive nas questões de hospitalização, despesas no SUS e previdência”, diz.

Mariano explica que a redução no número de motociclistas que perdem a vida no Brasil passa por questões de legislação, fiscalização e, principalmente, educação.

“Só estar consciente do tamanho do problema não é suficiente, precisamos agir para adequar tanto os veículos como as vias, a fiscalização e é claro, a cabeça dos condutores”, conclui.

Ouça o áudio completo do especialista:

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1 comentário

  • Carlos Roberto Ferreira da Silva
    26/06/2024 às 09:34

    Precisamos considerar o problema das empresas que contratam estes profissionais, explorando o máximo que podem pagando um salario irrisório e praticamente esquecendo qualquer direito trabalhista que os mesmos tem direito.

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