Motorista arrisca a vida em 63% das rodovias brasileiras
Pesquisa mostra que estradas têm pavimento desgastado, placas ilegíveis, faixas apagadas e pistas simples
No Brasil, a radiografia é de pavimento desgastado, placas ilegíveis, faixas apagadas e pistas simples. Um exemplo é o asfalto, com deficiência em 46,9% das estradas. Desde 2004, a malha federal pavimentada cresceu apenas 12,1%.No Estado. Em Minas, a geometria (traçado) das vias é o principal problema. Mais da metade – 57,1% dos 14.288 km pesquisados – apresenta classificação péssima ou ruim quando o assunto é curvas perigosas, pontes, viadutos e acostamentos longe do ideal.
“Esperamos a correção do traçado das estradas. Quando elas foram construídas, o Brasil precisava de expansão rodoviária a baixo custo e eliminou obras como pontes e aterros. O próprio lucro das rodovias pagaria essa atualização”, afirmou o perito em segurança de trânsito Marco Paiva. No país, o percentual da vias sem uma geometria favorável é de 77,9%.
No quesito estado geral, 33,7% da malha mineira tem falhas que colocam o motorista em risco. “A situação é muito grave. e Minas é uma grande preocupação. A cada ano, o número de veículos pesados aumenta em 250 mil. Vamos enfrentar um caos logístico”, reclamou o presidente da CNT, Clésio Andrade.
Para a motorista profissional Geicelma Ribeiro, 37, as rodovias mineiras são sinônimo de perigo. “Trabalho há sete anos em estradas péssimas, sem acostamento e placas. Estou apreensiva para o período de chuvas, quando há muitos acidentes”, diz.
Em 2012, foram 10.178 acidentes na BR–381, entre Governador Valadares, no Vale Rio Doce, e Extrema, no Sul de Minas – a maioria provocada pela pista simples de mão dupla, presente em 90% da malha do Estado (12.862 km). A expectativa é que na próxima semana a presidente Dilma Rousseff anuncie o início das obras de duplicação.
Não são só rodovias federais que apresentam riscos. Grande parte das vias estaduais, como as MGs 123 e 164, foi reprovada nos quesitos pavimento, sinalização e geometria. Entretanto, segundo levantamento feito pelo próprio Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais(DER-MG), cerca de 70% delas estão em boas condições de conservação.
Fonte: O Tempo