Saiba da importância e o futuro do combustível renovável
O Portal do Trânsito traz tópicos importantes sobre o combustível renovável e as atuais mudanças em prol do meio ambiente
Ações e pesquisas por fontes de combustíveis renováeis e menos poluentes continuam acontecendo pelo mundo todo e isso não ocorre por acaso. O avanço da poluição fez com autoridades de diversos países adotassem medidas drásticas de limites de emissão na fabricação de veículos, que se tornam periodicamente mais restritivas, obrigando as empresas a pesquisar e adotar novas soluções, abrindo caminho para novas tecnologias.
Existe a possibilidade da extração e exploração do petróleo diminuir em até 50% até 2050, de acordo com a International Energy Agency (IEA).
Em setembro, um navio híbrido partiu de Xangai (China) e navegou até o Porto de Paranaguá (PR), utilizando uma quantidade de combustível significativamente menor durante o trajeto. Ou seja, um marco importante para a pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias para a geração de energia.
De fato, esse navio carregou 63 mil toneladas de farelo de soja por mais de 18 mil quilômetros. Parte dessa capacidade se deve a tecnologia das velas retráteis de 37 metros de altura, instaladas no convés do navio.
Pesando 200 toneladas e feitas de fibra de vidro, essas velas utilizaram tecnologia de Inteligência Artificial (I.A.) para funcionar automaticamente quando os ventos criavam força suficiente para mover o navio.
Além disso, os computadores do navio híbrido recalculavam a direção até o Paraná e a velocidade do vento, promovendo ainda mais economia. O resultado dessa soma de tecnologias foi de 10% na redução de gasto com combustível.
E o que é um combustível renovável? Quais as fontes?
Primeiramente, combustíveis renováveis (ou não fósseis) são formados a partir de recursos naturais que são renovados em curtos períodos de tempo. Os combustíveis renováveis também possuem uma classificação em três categorias:
- Líquido: biodiesel, biodiesel verde, etanol e óleo vegetal;
- Sólido: carvão vegetal e biomassa;
- e Gasoso: biogás e gás hidrogênio.
Entretanto, há apenas três combustíveis renováveis no Brasil. Adotado na década de 1970, o etanol possui extração da cana-de-açúcar e do milho (para a surpresa de muitos) e se popularizou no começo dos anos 2000.
Já o biogás é produzido a partir do metano e outros gases. Vale mencionar que gases emitidos a partir do armazenamento de lixo e de resto orgânicos também podem ser fonte de energia renovável.
Por outro lado, o biodiesel (adotado desde 2004,) é produzido a partir da extração de óleos vegetais e restos de gorduras de animais.
Uma das alternativas adotadas e estudadas no Brasil é o Hidrogênio Verde – tema que já abordamos aqui no Portal do Trânsito. Conhecido como H2V, trata-se de uma variedade de hidrogênio produzida por meio da eletrólise da água, que separa o hidrogênio do oxigênio.
Em resumo, o hidrogênio verde é uma das alternativas de combustível limpo viável para diversos automóveis, como carros, caminhões e trens.
Estudos, pesquisas e projetos de lei
Recentemente, o Governo Federal propôs, por meio do Projeto de Lei 4516/2023, medidas para estimular ainda mais os estudos sobre o combustível sustentável. De acordo com a Câmara Notícias, o PL, denominada como “Combustível do Futuro” está dividido em seis eixos:
- Diesel Verde: criação do Programa Nacional de Diesel Verde, que estabelecerá a participação mínima de diesel verde no diesel fóssil;
- ProBioQAV: criação do Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação, que pretende reduzir em 1% de emissões de gases de efeito estufa a partir de 2027.
- Estocagem de carbono: que traz um marco legal para captura e estocagem de dióxido de carbono (CO²);
- Combustível sintético: regulação na produção e distribuição de combustíveis sintéticos – conhecidos como e-Fuel;
- Percentual de Etanol: alteração de limites de máximo e mínimo de mistura de Etanol Anidro a gasolina;
- E por fim, a integração de políticas, que prevê compromissos de descarbonização da Política Nacional de Biocombustíveis, do Programa Rota 2030.
Recentemente, a Petrobrás divulgou que começa a vender a primeira gasolina carbono neutro do mercado brasileiro, como você pode ver aqui. A companhia informa ainda que embora o combustível seja fóssil e, portanto, emita Gases de Efeito Estufa (GEEs) durante sua produção e uso, as emissões são compensadas antes da venda ao consumidor. O usuário final vai comprar uma gasolina neutra em carbono, abastecer, rodar com seu veículo, e as emissões geradas já vão ter sido compensadas. Dessa forma, a Petrobras garante a compensação das emissões em toda a cadeia de produção de petróleo, refino, distribuição e consumo da nova gasolina Petrobras Podium.
O PL se encontra na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados.