Desafios e soluções para reduzir sinistros e salvar vidas no trânsito
Os sinistros de trânsito são responsáveis por aproximadamente 1,35 milhão de mortes anuais em todo o mundo.

A segurança no trânsito é uma questão de saúde pública que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os sinistros de trânsito são responsáveis por aproximadamente 1,35 milhão de mortes anuais, tornando-se a principal causa de óbito entre crianças e jovens de 5 a 29 anos. E como reduzir esses sinistros de trânsito?
Em resposta a essa crise, a OMS lançou a Década de Ação pela Segurança no Trânsito 2021-2030, com o objetivo de reduzir pela metade o número de mortes e lesões no trânsito até 2030. O plano global associado a essa iniciativa enfatiza a necessidade de ações coordenadas e baseadas em evidências para melhorar a segurança viária.
Fatores de risco e medidas eficazes
Diversos fatores contribuem para a alta taxa de mortalidade no trânsito, incluindo excesso de velocidade, consumo de álcool por motoristas, infraestrutura viária inadequada e falta de uso de equipamentos de segurança, como capacetes e cintos de segurança. A OMS destaca que intervenções eficazes, como legislações rigorosas e fiscalização eficiente, podem reduzir significativamente esses riscos.
Desafios nos países de baixa e média renda
A disparidade entre países de diferentes níveis de renda é evidente. Enquanto nações de alta renda têm implementado medidas que resultaram na redução de mortes no trânsito, países de baixa e média renda continuam a enfrentar desafios significativos. Nessas regiões, a falta de infraestrutura adequada, veículos inseguros e sistemas de saúde menos eficientes contribuem para taxas de mortalidade mais elevadas.
O caso do Brasil: avanços e desafios
No Brasil, houve progressos notáveis na última década. Entre 2010 e 2018, o país registrou uma redução de 32% na taxa de mortalidade por lesões de trânsito, passando de 21,8 para 14,8 óbitos por 100 mil habitantes. Capitais como São Paulo, Aracaju e Fortaleza já alcançaram ou estão próximas de atingir a meta global de redução de 50% dos óbitos.
Entretanto, desafios persistem. A região Centro-Oeste apresentou a maior taxa de mortalidade em 2018, com 20,6 óbitos por 100 mil habitantes, enquanto a menor taxa foi observada no Sudeste, com 11,3 óbitos. Além disso, houve um aumento de 3% no número de internações relacionadas a lesões de trânsito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) entre 2018 e 2019, totalizando 190.556 internações em 2019.
Iniciativas e programas de prevenção
Para enfrentar esses desafios, o Ministério da Saúde implementou o Programa Vida no Trânsito (PVT), uma iniciativa intersetorial que visa prevenir mortes e lesões graves no trânsito, bem como promover mobilidade segura. Lançado em 2010, o programa está presente em 55 municípios, abrangendo mais de 50 milhões de habitantes. Ou seja, o PVT foca em fatores de risco como o consumo de álcool por motoristas, excesso de velocidade e uso inadequado de equipamentos de proteção.
Números ainda alarmantes
Embora grandes progressos ocorreram na redução das mortes no trânsito, os números ainda são alarmantes.
É essencial que governos, organizações e a sociedade civil continuem a trabalhar juntos para implementar medidas eficazes de segurança viária. Somente por meio de esforços coordenados será possível alcançar a meta de reduzir pela metade as mortes e lesões no trânsito até 2030, conforme estabelecido pela OMS.