Número de indenizações pagas pelo DPVAT cresce 28%
Da Redação do Portal do Trânsito
De janeiro a março de 2013 as indenizações pagas pelo Seguro DPVAT registraram crescimento de 28% em comparação com o mesmo período de 2012. Segundo a Seguradora Líder, responsável pelo DPVAT, os números diferem dos oficiais, pois “os pagamentos das indenizações referem-se às ocorrências no período e em anos anteriores, observado o prazo prescricional de 3 (três) anos para solicitar o benefício do Seguro DPVAT.”
Os casos de Invalidez Permanente representaram a maioria das indenizações pagas pelo Seguro DPVAT no período (68%) mantendo o comportamento observado no mesmo período do ano anterior e registraram crescimento de 33% em relação ao primeiro trimestre de 2012. Dentre estes casos, as motocicletas representaram 75% e os automóveis 20% do total das indenizações pagas.
A boa notícia é que os casos de morte registraram uma redução de 1% em relação a 2012, e sua participação no primeiro trimestre de 2013 foi menor na quantidade de sinistros pagos em relação às demais coberturas.
Analisando os dados, percebe-se que diminuíram as mortes, mas o número de feridos graves (indenizações permanentes) aumentaram. “Para entendermos esse fenômeno, imaginemos: quem morreu, perdeu 100% da saúde; quando programas e ações para diminuir a gravidade dos acidentes são eficazes, quem perderia 100% perde “apenas” 95%, quem perderia 90% perde “apenas” 85% e assim por diante; então, os que morreriam “viram” feridos muito graves e estes, feridos graves, e estes, feridos menos graves, de tal forma que ocorre um deslocamento na curva deste gráfico nefasto”, avalia Celso Alves Mariano, especialista em trânsito e diretor da Tecnodata Educacional.
Segundo Mariano, porém esse quadro de feridos graves deve diminuir com o passar do tempo, se houver eficiência nas ações adotadas. “Isso vai acontecer de tal forma que a distribuição vá se aproximando o máximo possível de um contexto com um grande número de acidentes sem feridos, um número menor de feridos leves, um número pequeno de feridos graves e nenhum morto”, diz.
No primeiro trimestre de 2013, a maior incidência de indenizações pagas foi para vítimas entre 18 e 34 anos (51%), mantendo o comportamento observado no mesmo período de 2012. Destes, 45% foram decorrentes de acidentes com motocicletas.
Quanto ao sexo dos envolvidos, de janeiro a março de 2013, a maioria das vítimas indenizadas pelo Seguro DPVAT foi do sexo masculino, 77%, percentual idêntico ao mesmo período do ano anterior.
Para Mariano os homens se arriscam muito mais do que as mulheres. “Há exceções, claro. Mas o que se percebe é que aqueles perfis já apontados pela psicologia, biologia e sociologia, mostrando o gênero masculino como muito mais ousado e muito menos cuidadoso que o gênero feminino, se manifestam de forma intensa no trânsito. Comportamentos de risco típico “deles” são, por exemplo, excesso de velocidade e avanço de sinal vermelho; os “delas”, são manobras irregulares e estacionamento em local não permitido. É evidente que elas têm muito menos chances de se envolverem em acidentes graves.”, aponta.
O especialista diz ainda que, analisando os números, chega-se a conclusão de que não é só ao volante que o homem se arrisca mais, como pedestre também. “Percentuais tão expressivos nos levam a pensar que, como pedestres, também os homens são os mais descuidados e mal comportados. E não creio que haja mais pedestres homens do que mulheres nas ruas, como acontece dentro dos veículos onde ainda há muito mais homens dirigindo. Considerando que uma parte significativa do total das vítimas são pedestres, dá para concluir que os homens participam de forma significativa da violência do trânsito tanto por gerarem mais riscos quando ao volante, quanto por pouco se cuidarem quando pedestres. Ou seja, o pior de dois mundos”, conclui Mariano.
Os motoristas continuam sendo as maiores vítimas, estando envolvidos em 61% das indenizações pagas. Além disso, neste mesmo período, a motocicleta representou a maior parte das indenizações, 70% dos pagamentos, sendo o anoitecer o período de maior incidência de acidentes indenizados, seguido pela tarde.