07 de dezembro de 2025

“Quebra” na prova de direção é crime e pode levar à prisão, alerta Detran

Esquemas de fraude no exame prático de direção continuam sendo combatidos com rigor pelos órgãos de trânsito. Oferecer ou aceitar dinheiro para garantir aprovação é crime e coloca em risco a segurança no trânsito.


Por Assessoria de Imprensa Publicado 16/07/2025 às 13h30
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prova de direção
A obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) deve ser feita de forma legítima, transparente e dentro da lei. Foto: Divulgação Detran/SP

O processo de habilitação deve refletir a capacidade real do candidato para conduzir um veículo com segurança e responsabilidade. No entanto, ainda persistem tentativas de burlar o sistema, principalmente no exame prático. Popularmente conhecida como “quebra”, a prática de pagar para ser aprovado na prova de direção configura crime de corrupção e pode levar à cassação da autoescola, punições ao examinador e processo criminal ao candidato.

Um exemplo recente vem de São Paulo. Segundo o Detran-SP, apenas em um único dia — 18 de junho de 2025 — houve a identificação de quatro tentativas de fraude. Em um dos casos, aconteceu a prisão de uma pessoa por tentar subornar o examinador após reprovar. As demais situações estão sob investigação, sendo possível enquadrá-las como corrupção ativa ou passiva, e até mesmo como tentativa de estelionato.

Crime e consequências

O Código Penal Brasileiro prevê pena de até 12 anos de reclusão para crimes relacionados à corrupção. A depender da conduta, o envolvido pode responder por:

  • Corrupção ativa (oferecer vantagem indevida a servidor público);
  • Corrupção passiva (aceitar a vantagem);
  • Estelionato (em caso de fraude com objetivo de enganar a administração pública);
  • Formação de quadrilha, quando há envolvimento de múltiplos agentes.

Além das implicações penais, há ainda sanções administrativas para autoescolas e examinadores que se envolverem nesses casos, que podem receber suspensão ou ter suas licenças cassadas.

Fiscalização reforçada e uso de tecnologia

Com o objetivo de coibir irregularidades, o Detran-SP vem intensificando as ações de fiscalização. De janeiro a maio de 2025, o número de fiscalizações em centros de formação de condutores quase triplicou em relação ao mesmo período do ano anterior. No total, houve a punição de 67 autoescolas e 241 profissionais por irregularidades somente neste ano.

Desde 2023, já são mais de 420 autoescolas que receberam autuações por condutas incompatíveis com o processo de formação de condutores.

Entre as medidas adotadas pelo órgão para fortalecer a integridade do processo de habilitação estão:

  • Obrigatoriedade do uso de tablets com reconhecimento facial, eliminando o uso de formulários em papel;
  • Implantação de câmeras nos veículos, que permite o monitoramento em tempo real e a posterior revisão das provas práticas;
  • Criação da Diretoria de Controle de Integridade (DCI), responsável por garantir padrões éticos e prevenir fraudes no serviço público.

Essas iniciativas visam assegurar que o exame prático avalie, de fato, a capacidade técnica e emocional dos candidatos — fatores indispensáveis para a segurança no trânsito.

Aprovação deve ser conquistada, não comprada

Tentar obter a CNH por meio de pagamento indevido compromete a legitimidade da formação do condutor e coloca em risco toda a sociedade. Um motorista que não passou pela avaliação correta pode não estar apto a enfrentar situações reais de trânsito, aumentando o risco de acidentes.

É importante lembrar que o candidato reprovado no exame prático tem o direito de refazer a prova, quantas vezes forem necessárias, respeitando os prazos e procedimentos estabelecidos.

Buscar um “atalho” por meio da corrupção, além de injusto com quem se prepara corretamente, pode ter consequências graves, tanto para o futuro condutor quanto para os demais envolvidos.

Assessoria de Imprensa

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