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12 de dezembro de 2024

As diferenças entre aula remota e EAD


Por José Nachreiner Junior Publicado 25/06/2020 às 19h32 Atualizado 02/11/2022 às 20h03
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Quem tem medo das tecnologias de ensino remoto ou a distância?
Aula teórica remotaFoto: Banco de Imagens

Esta pergunta tem rondado a cabeça dos proprietários dos CFC’s, dos instrutores, dos agentes de trânsito, dos órgãos de trânsito no país, dos pais das crianças que frequentam o ensino presencial. Com a pandemia, um grande número de pessoas, está confinado em casa e pode trabalhar remotamente. E você? Tem medo de usar as tecnologias disponíveis para o seu trabalho? Acredita que, com a pandemia, ficará trabalhando, de forma remota, da sua casa permanentemente ou tudo voltará a ser como era antes?

Há vinte anos, eu estava em sala de aula, no curso de comunicação social, com meus alunos e me sentia empolgado para ministrar uma aula de redação com auxílio da seguinte tecnologia: um Datashow conectado a um computador com um drive para disquete no formato de 3,5 polegadas capaz de armazenar 5,76 Megabytes!

Feliz ao iniciar as atividades, sou interrompido por um aluno que me sugere pedir, a instituição de ensino, um computador, mais moderno, com um drive para CD Rom que poderia então armazenar incríveis 700 Megabytes de informações! Não demorou mais que um ano, outro aluno me sugeriu um pen drive para conectar à porta USB do hardware e com a capacidade de 256 Megabytes, muito mais simples para gravar as aulas além de ser um equipamento de tamanho reduzido.

Em 20 anos a capacidade de armazenamento de memória bem como a performance dos processadores dos hardwares cresceram exponencialmente. Ao compararmos os computadores daquela época, dispositivos disponíveis, com as maravilhas da tecnologia atual, é um exercício que escapa a imaginação dos jovens. Com absoluta certeza, muitos deles, não reconheceriam um disquete ou até mesmo um CD Rom.  Alguém ainda conhece alguma locadora de vídeo? Tem um equipamento de vídeo cassete em casa? Passa e recebe mensagens por meio de um pager?  Você lembra deste equipamento, o pager, que pendurávamos na cintura para recebermos apenas mensagens alfa digitais e tentar retornar o recado usando fichas para acionar um telefone público? São linguagens que escapam completamente dos jovens adolescentes que pertencem à geração Z.

Tente imaginar como um jovem estudante ia se virar hoje com aquelas tecnologias de antigamente.  Talvez, ele nem consiga entender o funcionamento ou nunca tenha visto um disquete de 3,5 polegadas. No YouTube é possível ver essas experiências com os mais jovens tentando elaborar um trabalho em computadores pessoais da primeira geração, tentar conectar internet por acesso discado, entre outros, a expressão dos jovens ao tentar reconhecer um disquete é memorável. Hoje, é possível comprar um simples pen drive, de tamanho bem reduzido, com a espantosa capacidade de 64 Gigabytes.

Como sabemos, a internet foi lançada no Brasil em 1988, mas se estabilizou no país a partir de 1992. Os computadores pessoais desta geração tinham preços elevados e o acesso à internet era discado.

Apenas no início dos anos 2000 é que surgem os primeiros modelos de acesso por meio da banda larga. Quanto aos dispositivos, quando conversamos com um jovem estudante temos a impressão que sempre existiram smartphones e tablets e que, na realidade, são maravilhas da tecnologia as quais pudemos ter acesso, no Brasil, a partir de 2003.

Você é pai ou mãe de uma criança pequena? Já notou a facilidade que ela tem para aprender a mexer com seu celular?  Alguma vez seu filho(a) lhe pediu o manual para aprender a usar seu celular ou tablet?

Trata-se da geração Z, os nativos da internet com banda larga, nascidos depois do ano 2000.  Esses jovens possuem capacidade para aprender, velozmente, por tentativa e erro sem precisar dos antigos manuais.  São estudantes que se  adaptam,  rapidamente, ao “novo real”, durante e, certamente, após a pandemia. Guardadas as diferenças econômicas entre as classes sociais que podem ter acesso aos dispositivos de alta tecnologia, a maioria dos jovens brasileiros, do ensino superior, já preferem estudar a distância.

Aqui faço outra indagação: e as aulas teóricas da primeira habilitação podem ser a distância?

A pandemia já nos deixa grandes lições como trabalhar de maneira remota, estudar de maneira remota ou por meio do ensino a distância. Para responder essa pergunta é melhor refletirmos sobre tendências. E a tendência é o trabalho remoto e o ensino a distância. Mas qual a diferença entre estudo remoto ou por EAD?

O Ministério da Saúde publicou no “Diário Oficial da União”, em 16 de abril, a autorização para as instituições de ensino substituírem disciplinas presenciais por aulas remotas e prorrogou até o dia 31 de dezembro esta autorização.  Uma tentativa de reduzir os prejuízos nos calendários acadêmicos, visto que encontros presenciais estão suspensos em virtude da pandemia da Covid-19.

Da mesma forma, o Conselho Nacional de Trânsito, o Contran, publicou no DOU de 29 de abril, a deliberação 189/20, que dispõe sobre a realização das aulas teóricas do curso de formação de condutores na modalidade de ensino remoto enquanto durar a emergência de saúde pública decorrente da pandemia de COVID-19.  O conteúdo programático, a carga horária e a duração das aulas-teóricas devem obedecer aos mesmos critérios estabelecidos para as aulas presenciais.

O que é uma aula remota?

Na literatura educacional não existe escritura sobre o “ensino remoto”, uma vez que, diante do contexto da pandemia, se trata de uma excepcionalidade para minimizar danos ao calendário acadêmico.  A aula remota é uma solução temporária para que as atividades pedagógicas tenham continuidade por meio da internet.

A aula remota não é considerada uma modalidade de ensino, trata-se de uma solução rápida e acessível para muitas instituições, utilizadas por um curto período. As aulas e atividades remotas são aplicadas pontualmente nas instituições de ensino nos colégios públicos e privados durante a pandemia.

Para os CFC’s, porém, esta operação necessita de dispositivos e requisitos de confirmação mais complexos: é o ensino tele-presencial aplicado em plataformas digitais na qual o Instrutor compartilha de uma sala remota, ao vivo, por meio da plataforma digital, com todos os alunos.

Os requisitos técnicos para as aulas remotas diferem, parcialmente, entre os Detrans dos estados da federação, mas basicamente exigem que o instrutor utilize dispositivo com acesso à internet com uma câmera com resolução de 720 pixels.  O sistema precisa viabilizar os perfis de usuários de forma personalizada, para instrutor, candidato, diretor de ensino e administrador do órgão ou entidade executiva de trânsito do estado ou do Distrito Federal, e que delimitem o acesso apenas a determinadas funções.

Os sistemas precisam validar a biometria facial do instrutor e dos alunos, na abertura da aula, no término e monitorar a permanência dos alunos na sala virtual durante toda a aula teórica além de disponibilizar interface para usuários, que permita que o instrutor compartilhe, em tempo real, seu vídeo, áudio ou tela do dispositivo a todos os alunos e, por fim, que o aluno visualize suas aulas agendadas.

Saiba mais sobre o assunto

A pandemia e a Aula Remota: você está preparado?

Detran/SP publica Comunicado regulamentando aula teórica remota 

O que é aula por meio do Ensino a Distância (EAD)?

No Brasil, a modalidade de EAD inclui cursos de graduação e educação profissional em nível tecnológico, e de pós-graduação. O EAD foi desenhado para prestar atendimento, aplicar atividades, aulas e outras demandas em um ambiente virtual de aprendizagem, com o apoio de tutores e recursos tecnológicos que favorecem o ensino.

O EAD tem um modo de funcionamento próprio e possui concepção didático-pedagógica estruturada para dar flexibilidade ao aluno, ao tempo que abrange conteúdos, atividades e todo um design adequado às características das áreas dos conhecimentos gerais e específicos para cada disciplina do curso, e contemplar todo o processo avaliativo discente por meio de fóruns, quiz, vídeos, entre outras atividades.

Nesta modalidade, o aluno precisa ter bastante disciplina para os estudos, porém pode estudar de qualquer lugar, a qualquer hora, por meio de vários dispositivos como smartphones, tablets e computador, programando sua própria agenda de estudos.  O aluno de EAD tem outra grande vantagem que é a economia com transporte e alimentação entre outros benefícios.

Cada vez mais o EAD ganha espaço e destaque no segmento da educação superior.  Universidades públicas e privadas já inserem em suas grades curriculares ao menos um curso que possa ser feito sem a necessidade presencial do aluno.  Dentro das ofertas de EAD, grande parte das instituições de ensino oferecem cursos presenciais e semi-presenciais, com encontros eventuais nos chamados pólos presenciais para aplicação de provas.

O EAD em outras modalidades de ensino

Cursos de extensão na modalidade EAD são ofertados por instituições de ensino credenciadas ou não pelo MEC, como é o caso dos cursos de reciclagem para cumprimento de aulas de atualização durante a suspensão da CNH.  Os cursos de Reciclagem de CNH e Preventivo de Reciclagem são homologados pelo Detran e credenciados pelo Detran de cada estado de atuação, de acordo com as Resoluções 168/2004 e 730/2018 do Contran.

Utilizando uma plataforma de ensino aprendizagem, elaborada com planejamento e design instrucional, o curso de reciclagem apresenta vídeos e exercícios e da mesma forma que os cursos de EAD para Instituições de Ensino Superior, oferece a flexibilidade para o aluno fazer o curso utilizando dispositivos tais como smartphones, tablets ou computadores, no local e no horário que desejar.  Cabe ao aluno que cursa a Reciclagem cumprir seus respectivos prazos suspensivos e fazer a prova presencial para revogar a suspensão da CNH.

Resumindo:

Na modalidade Ensino a Distância – EAD, as aulas são gravadas previamente e armazenadas de forma organizada, de modo a disponibilizá-las aos alunos autorizados, que podem acessar o curso por meio da Internet, com grande liberdade horário, porém, sem interação direta com o professor.

Na modalidade de ensino remoto, as aulas também são acessadas via Internet, porém, em datas e horários pré-determinados, ministradas ao vivo por um professor, instrutor ou facilitador, permitindo interatividade, semelhante à que ocorre em um curso presencial.

 

 

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