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10 de dezembro de 2024

Ferramenta gratuita para CFC’s auxilia no processo de avaliação


Por Márcia Pontes Publicado 18/11/2014 às 02h00 Atualizado 02/11/2022 às 20h34
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Ferramentas de avaliaçãoCentros de Formação de Condutores e seus profissionais em todo o Brasil têm à disposição uma ferramenta de distribuição gratuita para auxiliar na avaliação diagnóstica de novos alunos. O objetivo é conhecer melhor o futuro condutor já no ato da matrícula e obter informações importantes que possam orientar no planejamento didático, identificar dificuldades para aprender a dirigir que interferem ao longo do processo e agir pontualmente para eliminá-las. Dentre os CFC’s e profissionais que já receberam o formulário, muitos estão disponibilizando online para os alunos pelo Google Drive e criando mecanismos de permissão online para facilitar as consultas aos dados e interações entre a equipe pedagógica.

Como todos sabem, o processo de formação de condutores no Brasil passa por um momento histórico, com questionamentos importantes, sobretudo no aspecto pedagógico. Sem dúvida, que a complexidade é muito grande e passa por temas como a valorização salarial dos instrutores, formação permanente, carga horária considerada insuficiente, precariedade de condições nos locais dos testes práticos, dentre outros. Mas, enquanto isso, é a equipe pedagógica do CFC quem tem que lidar com os aspectos do ensino, da aprendizagem e da formação do condutor.

Cada questionamento, cada pergunta ao aluno comporta um indicador para avaliação. Os dados sobre a data da matrícula no CFC como início do processo de formação pode servir para análise futura caso seja um aluno que tenha reprovado muitas vezes ou refeito o processo. Saber como o aluno chegou ao CFC, se por indicação, lista telefônica, propaganda, por acaso, preço ou outro motivo pode fornecer indicadores de eficácia e eficiência em propaganda e confiabilidade, dentre outros. Saber se o candidato já teve experiências com a direção veicular, com quem idade, com quem e como pode fornecer indicadores de vícios apreendidos que precisam ser eliminados, importância que o aluno dá ao que é ensinado pelo instrutor e até como explicar e lidar com a arrogância de alguns que pensam que dirigem ou sabem mais que o instrutor porque aprenderam a dirigir muito cedo ou com motoristas experientes.

Saber se essa experiência foi positiva ou negativa, se dirige regularmente mesmo sem ser habilitado e, se na opinião do próprio aluno ele considera que já sabe dirigir e só precisa da habilitação vai fornecer indicadores importantes sobre ansiedade, agressividade, medo de dirigir, prováveis consequências de acidentes de trânsito, dentre outros. Conhecer os motivos que levaram o candidato a se matricular no CFC e fazer o processo de habilitação também é fundamental do ponto de vista do que torna o ato de dirigir significativo para ele, afinal, nem todo futuro condutor decide aprender a dirigir por conta própria. Muitos, é porque ganharam o processo de presente, por pressão de familiares e amigos, para ter um novo emprego, porque aprender a dirigir é um sonho antigo, e isso diz muito sobre o interesse, a intencionalidade para aprender e a motivação.

Saber se o candidato tem medo de dirigir ou medo de aprender a dirigir, se é ansioso, se toma medicamentos controlados ou se tem alguma fobia, distúrbio ou dificuldade maior para aprender é de suma importância para o instrutor e a equipe pedagógica. Sendo o candidato o melhor informante sobre ele mesmo, sempre é bom que o instrutor saiba se está lidando com uma pessoa de perfil calmo, tranquilo, agitado, nervoso, agressivo, de pavio curto ou que se desconcentra e perde o foco com facilidade, pois pode ser que em determinado momento tudo que ele explique entre por um ouvido e saia pelo outro devido ao nervosismo do candidato.

Diagnósticos médicos de depressão, fobias, tratamento psicológico ou psiquiátrico, dificuldades de relacionamento, baixa autoestima, insegurança e baixa autoconfiança podem revelar de antemão ao instrutor e à equipe pedagógica do CFC se o candidato terá dificuldades para aprender algo novo. Sabendo disso antes, poderá preparar aulas dinâmicas, sair do ensino linear e atender melhor ás necessidades dos alunos. Até porque há alunos que diante de uma dificuldade trivial ou para aprender reagem com desistência, resistem, insistem, buscam novas formas e soluções para o mesmo problema, pedem ajuda ou não.

Todos sabem que uma das principais dificuldades apontadas para a reprovação é o nervosismo dos candidatos e, se isso afeta diretamente os alunos e os índices de reprovação do CFC, como as autoescolas estão lidando com isso? Como os instrutores e diretores de ensino estão ajudando os candidatos a superarem as dificuldades para aprender a dirigir já que o processo de ensino e aprendizagem é bilateral? Ou seja, a aprendizagem não depende só do aluno, mas também do modo como o instrutor ensina e negar essa participação da equipe pedagógica do CFC seria apenas transferir conteúdos, o que não é aceitável dentro de uma metodologia e um compromisso de formar condutores que estejam preparados para dirigir com autonomia e saber tomar decisões no trânsito sem o instrutor do lado.

O formulário foi desenvolvido como resultado de meus estudos e intervenções com o ensino e a aprendizagem significativa e preventiva da direção veicular. Não se trata de “receita” ou de um modelo pronto e acabado a ser seguido, mas sim, uma sugestão de ferramenta que pode contribuir para a gestão do planejamento estratégico pedagógico do CFC.

O envio é totalmente gratuito aos interessados pelo email thesys@uol.com.br para que possam complementar, melhorar, colocar a logo do CFC, acrescentar perguntas e servir de ponto de partida para a melhoria do processo pedagógico pela identificação e atendimento às necessidades dos futuros condutores e da equipe pedagógica da autoescola.

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