Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nossos sites, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar o Portal do Trânsito, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

10 de dezembro de 2024

O uso do cinto de segurança


Por Anna Maria Garcia Prediger Publicado 30/06/2015 às 03h00 Atualizado 02/11/2022 às 20h31
Ouvir: 00:00
Cinto de segurançaFoto: Arquivo Tecnodata.

Hoje em dia, em nosso país, estamos vivendo uma verdadeira guerra no trânsito, onde centenas de vidas são ceifadas todos os dias nas ruas do nosso Brasil, um país conhecido pela sua política pacífica.

Nossa população está envelhecendo, e isso tem muito a ver com os acidentes de trânsito, que são a 2ª maior causa de mortes, e 1ª entre os jovens. Os jovens são as maiores vítimas, pois acham que são imbatíveis e invencíveis, e que a juventude é para ser vivida em sua plenitude, mas o que é viver em sua plenitude, e ter a mesma levada por causa de uma imprudência???

O que não pensamos, é que uma coisa é colocar minha vida em risco, mas quando estamos no trânsito, muitas vidas estão envolvidas, de pessoas que conhecemos, e pessoas que não conhecemos também… Todos os dias vemos muitas imprudências no trânsito, o que nos deixa nervosos, mas passa a situação e nos vemos cometendo os mesmos erros, ou até piores, achamos um absurdo pessoas dirigirem sob efeito do álcool, mas nos sentimos bem em usar o celular enquanto dirigimos, exceder os limites de velocidade, não usar ou não cobrar dos nossos passageiros o uso do cinto de segurança.

No Brasil, no ano passado, foram pagas pelo DPVAT, 54.200 (cinquenta e quatro mil e duzentas) indenizações por morte, o que dá 143 pessoas por dia, e 596.600 (quinhentas e noventa e seis e seiscentas) indenizações por invalidez permanente, 1.643 pessoas por dia, (que não são paraplégicos, mas sim pessoas que passam a viver em uma cama, tendo sua alimentação feita por sondas, e suas fraldas trocadas).

No dia 24 deste mês, reabrimos a discussão sobre o uso do cinto de segurança, por conta da morte de Cristiano Araújo e sua namorada, com 29 e 19 anos, respectivamente, e muitos se perguntam, se eles estivessem utilizando cinto, poderiam ter sobrevivido… Eu digo, com certeza absoluta, muitos Cristianos e Allanas seriam salvos todos os dias, por conta de um simples movimento, que é o de usar o cinto de segurança. Para mim, a falta do uso do cinto de segurança, é falta de amor próprio, pergunto se você se jogaria, sem paraquedas, de um prédio, do 8º andar, esperando sobreviver??? Certamente que não, pois andar em um veículo sem cinto de segurança, é a mesma coisa. Caso haja uma colisão há 160 km/h, o impacto é o mesmo que o de se jogar do 33º andar. O cinto não impede o acidente, mas sim que os ocupantes atinjam o interior do veículo e outros ocupantes com um peso sobre-humano. Para se ter noção do peso que você vai para frente em uma colisão, basta multiplicar o seu peso, pela velocidade do veículo (uma pessoa de 50 kg em velocidade de 50 km/h, vai ser lançada com 2500 kg). O cinto vai fazer com que essa velocidade do corpo humano seja reduzida, diminuindo assim, a chance de acidente fatal. O cinto na frente, aumenta a chance de sobrevivência em 57%, e atrás em 75%.

Uma outra estatística feita no início deste ano sobre o cinto, comprovou que 70% das vítimas fatais que estavam nos assentos traseiros não utilizavam cinto, dos passageiros da frente, 50% e dos motoristas, 40%. Quantas vidas poderiam ter sido salvas, por esse simples gesto?

Ouvi algo de um aluno esses dias: “Faça algo por disciplina (porque aprendeu que é o certo), isso irá virar costume (algo obrigatório, onde nos sentimos mal se não fizer, como comer um bolo super calórico estando de dieta), daí isso irá virar hábito (automático, como escovar os dentes ou tomar banho quando acordamos), e irá se tornar seu caráter”, isso segue para as mudanças no trânsito, como passar a usar o cinto de segurança.

Somente usar o cinto não basta, temos que usá-lo de forma correta, o mesmo não pode estar a mais de 2 cm do corpo (não podemos andar em veículo em movimento, estando deitados, por exemplo), não pode ter dobras, não pode ser anulado com presilhas, que deixem o mesmo frouxo, e também deve passar pelas partes fortes do corpo, que é em cima do ombro, meio do peito e abaixo da barriga, no abdômen (mesmo para gestantes, tomando o cuidado para o cinto não passar em cima da barriga). O cinto não pode ser utilizado por 2 pessoas, o uso é individual.

Muitos pensam que quando o veículo possui ‘air-bag’ não é necessário o cinto. Mas o air-bag não deve ser utilizado sozinho, pois ele é ativado em uma desaceleração brusca (de 30km/h para 0, por exemplo), abrindo como uma bola a 300 km/h, o que irá matar o ocupante caso não use o cinto de segurança, quebrando seus ossos e perfurando os órgãos internos. Espero que com essas dicas e com essa tragédia, todos passemos a usar o cinto, e a obrigação, por lei, fica a cargo do condutor, que é responsável pelos seus passageiros.

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *