Mortes no trânsito cresceram 40,3% em uma década
Nos últimos 31 anos (1980/2010) o crescimento no número de mortes no trânsito no Brasil foi estrondoso: 115%. Da mesma forma, a taxa de mortes no trânsito a cada 100 mil habitantes também aumentou: 33%. Em 1980 o país contabilizava 19.927 mortes e uma taxa de 16,8 mortes/100 mil habitantes; no ano de 2010, 42.844 mortes e 22,4 mortes a cada 100 mil habitantes.
Já na última década (2001-2010), o número absoluto de mortes no trânsito cresceu 40,3% (um dos maiores do planeta). O aumento do número de mortes por 100 mil habitantes, no mesmo período, foi de 26,6%.
Partindo desses dados, foi possível ao Instituto Avante Brasil calcular a taxa média anual de crescimento no número de mortes no trânsito no país.
No período de trinta e um anos (1980/2010), o crescimento anual foi de 2,81%. Já nos últimos dez anos (2001/2010), o crescimento chegou a 4,06%. Considerando-se essa última e mais recente taxa, foi elaborada uma projeção que apontou uma estimativa de 46.395 mortes no trânsito em 2012, caso esse percentual permaneça constante.
A problemática da mortandade no trânsito brasileiro transcende a questão da embriaguez ao volante e a elaboração de leis mais severas; trata-se de um reflexo de fatores culturais ou conjunturais, que envolvem: imprudência do pedestre, a pressa, individualismo e falta de educação do motorista, descaso, corrupção e baixa fiscalização das autoridades etc. Sem que novas políticas e estratégias mais globais sejam criadas e praticadas, o sinal que permanecerá guiando nossas vias e nossas vidas será o vermelho: vernelho de sangue.
*Colaboraram: Natália Macedo Sanzovo – Advogada, Pós Graduanda em Ciências Penais e Pesquisadora do Instituto Avante Brasil e Mariana Cury Bunduky – Advogada, pós graduanda em Direito Penal e Processual Penal e Pesquisadora do Instituto Avante Brasil.