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11 de outubro de 2024

O tsunami dos protestos massivos não foi captado antecipadamente


Por Luiz Flávio Gomes Publicado 10/07/2013 às 03h00
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Na presidência da República o serviço de inteligência não antecipou absolutamente nada sobre os protestos populares de junho de 2013 (J-13). O serviço de inteligência não funcionou (O Estado de S. Paulo de 23.06.13, p. A4). A jornada de junho tampouco foi prevista pelos meios de comunicação, partidos, instituições governamentais ou privadas. “A multidão, como sublinhou Suzana Singer, com seus gritos de protesto, deu um ‘looping’ nessas certezas – de que o país estava bem – e deixou evidente que os canais de imprensa são insuficientes para captar as mudanças de rumos na sociedade. Os jovens se sentem mal representados na mídia tradicional; há um abismo geracional” (Folha de S. Paulo de 30.06.13, p. A8). Ou seja: ninguém antecipou a revolta popular mais contundente e eletrizante, depois da redemocratização (1985). Por quê?

Porque os órgãos de pesquisa encarregados de fazer flutuar o modelo econômico-financeiro injusto e desigual, que tomou conta de praticamente o mundo inteiro, mostravam, à primeira vista, um cenário favorável para os países emergentes. Pesquisa divulgada no dia 23.05.13, pela Pew Researcher Center, que é um instituto de pesquisa americano especializado em temas políticos, econômicos e sociais, apontava o seguinte: a maioria dos países centrais (com algum grau de desenvolvimento) estava insatisfeita com a sua economia; já os países emergentes se mostravam satisfeitos com os rumos que as suas economias vinham tomando.

Foram aplicados questionários em 39 países, separados por três diferentes categorias – economias avançadas, mercados emergentes e países em desenvolvimento econômico, baseado nos grupos de renda do Banco Mundial, tipo de economia e classificação de especialistas.

Em maio de 2013 a pesquisa dizia que, em média, 53% dos países com mercados emergentes acreditavam que suas economias iam bem, em comparação com 33% dos países pouco desenvolvidos e 24% de países com economia avançada. Estão particularmente negativas (as economias) em países Europeus como a França (9% de satisfação positiva), Espanha (4%), Itália (3%) e Grécia (1%). Participantes em mercados emergentes como China (88%) e Malásia (85%) disseram que a economia vai especialmente bem. No Brasil, 59% dos participantes da pesquisa se disseram satisfeitos com o país em termos econômicos.

A Espanha foi o país entre os de economia avançada com maior diferença entre os anos de comparação. Em 2007, 65% dos entrevistados consideravam que a economia ia bem, já em 2013, apenas 4% tinha a mesma opinião, uma variação de 61 pontos percentuais. O Reino Unido que em 2007 tinha 69% de entrevistados satisfeitos com a economia, em 2013 teve uma queda de 54 pontos, registrando apenas 15% de satisfação. Já a Itália teve uma queda de 22 pontos, passando de 25% de satisfação para apenas 3%. A média de satisfação entre os países.

Entre os países em desenvolvimento também há um pessimismo. O Paquistão que em 2007 teve um nível de satisfação da economia em 59% apresentou uma variação de 42 pontos, registrando em 2013 apenas 17% dos entrevistados satisfeitos. O Egito, que teve uma diferença de 30 pontos, passou de 53% de satisfação em 2007, para 23% em 2013. Gana passou de 57% para 37%, registrando queda de 20 pontos na satisfação. Entre os países em desenvolvimento a média de satisfação foi de 49%, em 2007, e 25% em 2013, uma variação negativa de 24 pontos.

Entre os países de mercado emergente, a maior variação foi do México, que registrou uma variação negativa de 13 pontos, passando de 51% em 2007 para 38% de satisfação em 2013. A Argentina passou de 45% em 2007 para 39% em 2013, quando registrou uma diferença de 6 pontos. A Rússia teve uma queda de 5 pontos na satisfação, passando de 38% em 2007 para 33% em 2013.

Contudo, a China que teve o maior índice de satisfação, 82% em 2007 e 88% em 2013, teve um aumento de 6 pontos. Turquia, Malásia, Chile e Indonésia também tiveram alta. A Indonésia registrou o maior crescimento, 14 pontos entre 2007 e 2013. O Brasil registrou um índice de 59% de satisfação da economia em 2013, porém, foi impossível fazer uma comparação, já que não houve dados do país para 2007, assim como África do Sul que registrou 44% de satisfação em 2013. Embora tenha tido uma queda de 2 pontos, a média atual de satisfação dos países emergentes é a mais alta, 48% em 2013.

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