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Pedestres lideram ranking de mortes no trânsito de São Paulo


Por Luiz Flávio Gomes Publicado 03/06/2013 às 03h00 Atualizado 02/11/2022 às 20h45
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Dados divulgados pela Secretaria do Estado de Saúde, de São Paulo, em maio de 2013, mostram que as mortes de pedestres nas cidades paulistas estão liderando o ranking de acidentes fatais.

Das 5394 mortes no trânsito registradas em todo o Estado de São Paulo, em 2011, 39% eram referentes a pedestres, 32% eram motociclistas, 23% passageiros de veículos automobilísticos e 6% ciclistas (286 mortes).

Os automóveis são os principais responsáveis pela morte de pedestres, seguidos pelos ônibus e veículos motorizados de duas ou três rodas, indicou o levantamento. O número de internações de pedestres, de acordo com a pesquisa, cresceu: passou de 10.155 em 2010 para 10.548 em 2011.

Até abril de 2013, o estado de São Paulo registrou uma frota de 23. 693.158 veículos, cerca de 1 veículo para cada 2 pessoas.

O Instituto Avante Brasil, preocupado com o crescimento estrondoso das mortes no trânsito lançou a campanha Zona 30 – Menos velocidade, mais vida, a partir da qual sugere que locais de fluxo misto (pedestres, ciclistas, motociclistas e veículos automotores), os veículos tenham sua velocidade reduzida para 30 km/h (em algumas vias de grande movimentação de pedestres, carros, motocicletas e bicicletas).

Segundo dados coletados pelo iAB, em países que já estabeleceram esse limite de velocidade, como Holanda, Bélgica e Alemanha, quando uma área residencial com o limite de velocidade de 50km/h é redesenhada para o formato ‘Zona 30’, a queda média no número de acidentes é de aproximadamente 25%.

A diminuição de velocidade é proporcional ao aumento da visão periférica, o que permite melhorar a percepção do espaço envolvente e dos outras pessoas que utilizam do espaço público.

Circular a uma velocidade moderada permite uma distância de frenagem mais reduzida, diminuindo, igualmente, a gravidade das consequências para o pedestre, em caso de colisão.

A velocidade de colisão influencia diretamente o risco de morte dos pedestres, uma vez que a energia de colisão é proporcional à massa dos veículos e ao quadrado da velocidade. Refira-se ainda que a probabilidade de morte de um pedestre aumenta exponencialmente a partir dos 30km/h.

A velocidade influencia o espaço que os veículos necessitam para circular. À medida que a velocidade aumenta os veículos necessitam de mais espaço para circular. Assim, quanto mais se pretende reduzir velocidades, mais se devem reduzir os perfis das ruas.

No Brasil, essa medida já foi implantada no Rio de Janeiro e desde então, Ipanema e Ilha do Governador foram as áreas com maior quantidade de acidentes registrados antes da implantação e variação de números mais significativa. Comparando o 1º semestre de 2011 com o 1º semestre de 2012 (as implantações ocorreram no segundo semestre de 2011), pode-se dizer, com base nos dados do 190 da Polícia Militar, que houve uma redução de 75% no número de acidentes com vítimas na área da Ilha do Governador e que na área de Ipanema chegamos ao índice ideal de nenhum acidente com vítima no 1º semestre de 2012.

** Colaborou Flávia Mestriner Botelho, socióloga e pesquisadora do Instituto Avante Brasil.

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